sábado, 5 de março de 2011

A ESPOSA CRISTÃ (2)

 
...continuação

A ESPOSA CRISTÃ E O MARIDO DESCRENTE

A segunda coisa que Pedro falou foi sobre o seu procedimento. Pedro diz que um dos objectivos da mulher cristã, casada com um marido não crente, é ganhá-lo para Cristo: “... pelo porte de suas mulheres sejam ganham sem palavra” (I Pedro 3:1). O texto nos dá a entender que muitas mulheres cristãs eram casadas com homens descrentes, aqui referenciados ( 2:8 ), como aqueles que “tropeçam na palavra”, “desobedientes” (que não aceitam a palavra do Evangelho e não vivem por ela).

Certamente que um relacionamento assim pode ser muito delicado e difícil. O autor parece supor que os maridos aqui mencionados já tenham ouvido a mensagem do Evangelho, de uma forma ou outra, mas que não a aceitaram até agora.

De que modo poderá ganhar a esposa o marido para Cristo? Não será por discussões, repreensões ou desprezo. E muito menos por o criticar, diminuir, ou ridicularizar na presença de outros, mas, sim, por meio de comportamento cristão dela mesma. Pedro aconselha as esposas: “sem palavra”.

Como deve ser difícil para algumas mulheres não pronunciarem palavra alguma... “Sem palavra”... não é pregar ao marido, enchendo-lhe a cabeça de religião, originando conflitos. “Sem palavra”, é viver a vida cristã, em sua presença. O marido precisa observar que houve mudança de vida na esposa, que ela agora é gentil e paciente, e que isso é fruto da sua conversão.

Esta é a verdadeira força do Evangelho: o poder que ele tem de transformar vidas! E essas vidas transformadas, mesmo caladas, são muito eloquentes no seu testemunho. A esposa nunca deve pedir as orações pelo marido, quando ele está presente. O “ele tem um coração duro como a pedra”... nunca deve ser dito.

O texto de Neemias 8:10 deve estar no coração de todas as esposas, que não têm maridos crentes: “Portanto não vos entristeçais, porque a alegria do Senhor é a vossa força”. A palavra de Cristo deve brilhar na vida das esposas, na maneira como demonstram no dia-a-dia a Palavra de Deus, diante dos maridos. Assim, os maridos observam o procedimento das esposas. O que caracteriza o “porte” das esposas é:

a) Em primeiro lugar, o “temor” (3:2). Neste verso, “temor” não quer dizer medo, mas, sim, “estima”, “respeito”. Aqui, como em 1:17 e 2:17, e num caso semelhante em 2:18), o significado é “temor a Deus” (não aos homens). A atitude de respeito, reveste a mulher de dignidade e alegria. Mas a arrogância e grosseria a rebaixa e a faz vulgar. O respeito se manifesta na forma de falar, no tom de voz, nos modos, gestos e olhar.

b) Em segundo lugar, a sua “vida casta” (3:2). Significa “honesta”, “pura”, “limpa”, englobando a fidelidade e a decência, como ainda, a transparência nas motivações e no comportamento em geral. A fidelidade é a qualidade mais importante em ambos os cônjuges. Não somente o acto da infidelidade (o adultério), como também o desejo, o pensamento e a conversa que possam induzir àquele pecado, são inteiramente proibidos. É difícil o relacionamento conjugal quando a esposa é cristã e o marido é descrente. Que deve fazer a esposa?

1. Ser boa esposa (1)
Ela pode ter-se casado antes de ser convertida. Ou ele pode ter rejeitado a fé. Em qualquer dos casos, a atitude da esposa cristã para com o marido é: fazer o melhor ajustamento possível. Mas a não conversão do marido jamais será motivo de divórcio.

2. Exercer o ministério da graça (1-2)
A esposa deve ser cuidadosa na maneira como se dirige ao marido não crente. Este pode afastar-se cada vez mais de Deus, se a esposa manifesta um espírito farisaico, atitude de censura e linguagem cortante. Isto pode impedir o marido de ir à Igreja por atribuir a atitude desagradável da esposa à sua influência à mesma. A conversão da esposa deve servir como ministério da graça junto do marido.

3. Ter um procedimento respeitável (1-2)
As esposas de maridos descrentes precisam ser motivadas a serem respeitáveis. “Temor” (2) significa aqui “respeito”. É a qualidade de atitude que transforma a mulher em “senhora” e o homem em “cavalheiro”. Cortesia e bondade amenizam a vida, e podem ajudar a conduzir o marido descrente a Cristo. O estilo de vida que Pedro aconselha às esposas é ditado por um coração devotado a Cristo (3-6). A mesma exortação é dirigida aos maridos.

A BELEZA INTERIOR E EXTERIOR
 
A terceira coisa que Pedro fala é a da beleza: “O enfeite delas não seja o exterior, no frisado dos cabelos, no uso das jóias de ouro, na compostura de vestidos; mas o homem encoberto no coração; ” (I Pedro 3:3) O pensamento encontra-se agora naquilo que as mulheres têm de mais característico: a sua beleza.

O correr dos anos leva a mulher a pensar em como era ontem, como é hoje e como será amanhã. A beleza é a arma que as senhoras mais empregam para conquistar os homens. E algumas gastam tanto tempo e dinheiro, e até muita paciência em se arranjarem e temos que confessar que são sábias nessa arte. É bom verificarmos que Pedro não estava condenando estes cuidados.

Ele estava condenando quem coloca a beleza exterior em primeiro lugar. De modo algum as instruções do apóstolo impedem o capricho feminino no vestir, a sobriedade no penteado ou os enfeites bonitos. O que verdadeiramente enfeita e deixa graciosas as mulheres? No verso três, nega-se a resposta que as pessoas geralmente dão, como por exemplo:

1. O arranjo dos cabelos
Trata-se de alguns penteados especiais e muitas vezes bastante caros e vistosos, são por isso mesmo muito apreciados pelas mulheres. O arranjar dos cabelos, mesmo que seja preciso passar uma ou duas horas aborrecidas no cabeleireiro, vale o sacrifício para elas.

2. Adereços de ouro
Trata-se de tudo aquilo que uma mulher pode trazer pendurado em seu corpo: colares, braceletes ou brincos extravagantes, vulgarmente conhecidos por Jóias. As jóias de ouro sempre foram objecto de muita cobiça e inveja por parte das mulheres, chegando a levar a crise financeira à família.

3. Aparato no vestuário
Pensam algumas esposas cristãs que, vestindo-se como se vestem algumas do mundo, agradam mais a seus maridos e com isso contribuem para que eles aceitem o Senhor Jesus como seu Salvador. Como estão enganadas.

Mas... cuidado com o oposto. Quantas esposas que se apresentavam bem quando namoravam, e depois de casadas são exactamente o contrário. É claro que há o cuidado com as crianças, a louça, a roupa... mas a esposa não se deve esquecer que, não há nada agradável ou espiritual na mulher desmazelada, maltrapilha e suja e, de facto, há algumas que ficam negligentes neste sentido, depois de casadas. De modo algum as instruções de Pedro impedem o capricho feminino no vestir.

O que Pedro se refere é à escravidão para com as modas extravagantes e ostensivas, com a intenção de agradar à carne, aparência tão apreciada pelos homens, em contraste com a santidade interior, apreciada por Deus.

O facto de as mulheres se preocuparem com a sua aparência é muito natural e louvável, e não está aqui em causa. A esposa se arranja para ser atraente e bem aceite. Isso não é pecado. A Bíblia como um todo o condena (Génesis 24:22, 53; Apocalipse 19:7). Pelo contrário, Deus mesmo vestiu a criação de beleza e formosura.

A esposa cristã, quer no arranjo do cabelo quer na escolha das jóias ou do vestuário, deve ser guiada pelo princípio de que o adorno real é aquela personalidade que deixa transparecer quanto tem aprendido do Senhor Jesus o qual disse: “Aprendei de Mim que sou manso e humilde de coração”.

Tudo quanto a mulher cristã possa escolher quanto ao penteado, jóias e vestuário, deve ser atractivo sem deixar de ser modesto. Ela deve ser atraente para o seu marido. É bom manter-se jovem e bonita, tanto quanto possa.

Entretanto, para ser atraente, a esposa não necessita de exageros, como penteados espampanantes ou de vestidos mundanos e provocadores. O melhor atractivo que o marido pode encontrar na esposa é o carácter, o interior do coração. Que ela tenha um espírito manso.

Que seja doce e amável. Seja suave e serena. Se a esposa for assim, o marido ficará enamorado novamente a cada dia (Provérbios 31:10). Que atractivo terá para o marido, uma esposa bonita, bem arrumada, mas nervosa, conflituosa, rancorosa, amargurada, queixosa e resmungona? (Provérbios 11:22; 31:30).

Todavia, quando o marido tem uma mulher amável, o seu lar é um oásis para onde ele quer voltar rapidamente. Mas se a esposa é conflituosa, ele prefere ficar em qualquer outro lugar (Provérbios 25:24). Qualquer esposa pode ser mansa e tranquila, mas é necessário andar no Espírito em cada dia (Gálatas 5:22-23). Pedro, no verso 4, diz que o que vale é “o incorruptível trajo de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus”.

A resposta que o apóstolo dá à questão sobre o que torna as mulheres graciosas é bastante diferente. Agora não é mais tanto o exterior que é considerado, embora ele não seja desprezado. A verdadeira beleza está no interior da pessoa.

É o íntimo da pessoa, aquilo que ela é por dentro, o que ela realmente é. É interessante lembrar aqui as palavras do Senhor Jesus ao se referir a Si próprio: “Sou manso e humilde de coração” (Mateus 11:29). A viva manifestação do carácter do Senhor Jesus na vida do crente e por seu intermédio, é o melhor ornamento cristão, seja homem ou mulher.

Embora a mulher cristã não dependa da aparência exterior para ser agradável, isto não quer dizer que se torne desmazelada na aparência ou no vestir porque o desmazelo é sempre repugnante.

Pedro, ao mencionar “incorruptível”, destaca que tudo o que foi mencionado no verso 3 é corruptível, fadado a desaparecer (no caso das mulheres, tal como a flor em 1:24; a beleza exterior só dura um tempo, depois vêm inevitavelmente as rugas).

E quando desaparecer, o que restará? Por isso a mulher é sábia se pensar mais na beleza interior, aqui descrita como “um espírito manso e tranquilo”. O que é ressaltado é a paz interior, a serenidade, e isto “é precioso diante de Deus”. Devemos ter cuidado para que não façamos um contraste contemplativo entre o exterior e o interior, como se só este último valesse.

A razão pela qual a Palavra de Deus tem de insistir tanto no aspecto interior não é por que só esse é importante, mas porque justamente as pessoas tendem a esquecê-lo, privilegiando o aspecto exterior. Parece que Deus privilegia o interior, mas não é assim. Os dois são a expressão única e indissolúvel de uma mesma pessoa, e qualquer privilégio a um, às expensas de outro, representa um desprezo à criação de Deus.

A relação entre o íntimo da pessoa e o que ela parece ser externamente, de todos os modos, é invisível ao observador perspicaz. “O coração alegre aformoseia o rosto, mas a tristeza do coração deixa a pessoa abatida”, feia, diz o provérbio (Provérbio 15:13).

Verificamos, pois, a razão porque a beleza espiritual é mais difícil de adquirir: é porque ela permanece para toda a vida e para além da morte. Raramente se consegue manter a beleza física para além dos 40 anos de idade, mas a beleza espiritual pode florescer mesmo depois da beleza física diminuir e desaparecer.

A beleza física não dura tanto tempo como a beleza de espírito, a beleza do carácter, e é esta beleza espiritual que Deus aprecia: “um espírito manso e tranquilo”. Os adornos do corpo servem para conquistar as afeições de alguém para com a nossa pessoa, mas o espírito manso do cristão serve para atrair outros a Cristo.

As esposas perguntem a seus maridos, o que eles preferem: uma mulher com cinco anéis, colar de brilhantes, penteado da moda, nervosa, exigente, irritadiça ou uma que está ali, bem vestida, simples, arrumada, mansa e tranquila? A resposta, certamente, só será uma. Um homem se deleita com sua mulher quando ela é mansa, calma. Não há nada que irrite tanto um marido como o desrespeito e a arrogância da esposa.

DIVERSOS TIPOS DE ESPOSA
 
Como os maridos também encontramos diversos tipos de esposas, com todos os feitios e com todas as características.

Vejamos

01. A Esposa boneca
Se preocupa, apenas, com a beleza exterior, procurando agradar aos outros...

02. A Esposa mexeriqueira

Geralmente é preguiçosa... gosta de andar procurando notícias da vida dos outros...

03. A Esposa viajante
Nunca está em casa...

04. A Esposa santinha
Para ela está tudo bem...

05. A Esposa ocupada

Não tem tempo para nada... embora não faça nada...

06. A Esposa dominadora
Não deixa o marido pôr o pé em ramo verde... por tudo e por nada ficam agressivas e coléricas, cheias de raiva...

07. A Esposa amuada
Para alcançarem o que querem amuam... fazem beicinho, cara feia... usam mimos “amorzinho”... faz lá querido... são especialistas em chantagem emocional... ou sexual...

07. A Esposa deixa andar
Não se importa com nada... o marido que resolva...

08. A Esposa autoritária
São os sargentos lá de casa... procuram a igualdade de governo... igualdade no poder de tomar decisões... O marido tem que andar direitinho...

09. A Esposa opiniosa
Tem opiniões para tudo... e fora de tempo...

10. A Esposa refilona
Está sempre pronta a arranjar uma briga, sempre a responder ao marido... explodem com facilidade...

11. A Esposa punidora
Pune o marido e os filhos de várias maneiras...

12. A Esposa ciumenta
Tem ciúmes constantes, sem causa alguma...

13. A Esposa reclamadora
Nunca está satisfeita... reclama por tudo e por nada...

14. A Esposa resignada
Por estar desiludida, tanto se lhe dá que vá para a direita ou para a esquerda...

15. A ESPOSA IDEAL
É cuidadosa, piedosa, amorosa, caprichosa, trabalhadora, prudente, económica, obediente e fiel.

A MULHER NO LAR E O SEU DOMÍNIO

Embora em nossos dias o casal seja levado para fora do lar com a finalidade de cumprir a sua responsabilidade que é sustentar e proteger a família, a mulher tem a autoridade na tarefa de cuidar da maior parte do lar. Para cuidar do lar da maneira como convém, a mulher do lar necessita aplicar a sua atenção a uma multiplicidade de tarefas.

O quadro abaixo nos mostra os exemplos bíblicos e nos dão o quadro certo de uma mulher sábia, exemplar e virtuosa.´

 
Como todos sabemos, nos tempos modernos, a mulher nas suas limitações físicas, e nas limitações do horário diário, é forçada a uma escolha difícil: o lar, ou o trabalho fora. Que seja Deus a iluminá-la.

Livros Consultados
- A Bíblia Sagrada
- A Bênção de Um Compromisso Absoluto, de Bill Hall
- A Importância do Casamento, de Robson do Nascimento
- Família – O Lar Cristão, de Ilton Gonçalves
- Lar, Doce Lar, de Roberto Antoniassi Jr.
- Namoro, Noivado e Casamento, Osmundo Vaz
- O Carácter de Um Bom Casamento, de Allen Drorak
- O Casamento, de Steve H. Montgomery
- O Casamento do Ano 2000, de Roberta Fonseca
- O Que Diz a Bíblia sobre o Lar, de Calvin G. Gardner
 

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