
A LIDERANÇA DO MARIDO NO LAR À LUZ DA PALAVRA DE DEUS
EFÉSIOS 5:22-31
As posições que Deus estipulou para o lar já existiam antes de o pecado aparecer no mundo. Depois que o pecado veio as posições foram modificadas e ampliadas, mas não eliminadas. As posições são perfeitas e ordenadas por Deus. Há paz, harmonia e bênçãos abundantes quando as posições são implantadas nas práticas do lar.
Todos os maridos, são chamados para ser cabeça. Vamos ter que enfrentar essa situação, porque Deus nos colocou como responsáveis: “Quero, porem, que saibais que Cristo é a cabeça de todo o homem, o homem a cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Cristo... Porque o homem não proveio da mulher, mas a mulher do homem; nem foi o homem não foi criado por causa da mulher mas sim a mulher por causa do homem” (I Coríntios 11:3, 8-9).
A posição de “cabeça” (23), não deve ser vista como o mundo a vê, pois o mundo vê o homem como um ditador que reina sobre um país, um senhor que governa um império, ou um galo que manda no galinheiro.
O homem não poderá sozinho cumprir o propósito de Deus. Ser “cabeça” do lar não é mostrar superioridade. Não é ficar sentado num trono e ficar dando ordens. É muito mais que isso. É ser responsável por cuidar, sustentar e guiar a família, para que se desenvolva em direcção ao propósito de Deus, numa convivência feliz e tranquila.
A mulher é um ser criado por Deus com a mesma capacidade, para auxiliar o homem a levar adiante o propósito de Deus: “Disse mais o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora que lhe seja idónea” (Génesis 2:18).
A liderança envolve a “responsabilidade” de agir em benefício de alguém, não o “direito” de mandar que os outros o sirvam. O homem responsável pelo lar nunca deve pensar na autoridade que tem fora do contexto da responsabilidade que tem (Lucas 22:24-27).
Assim como Cristo é a Cabeça da Igreja, o homem é a cabeça da mulher e do lar
Vejamos
a) O homem foi feito por Deus e por isso Deus tem autoridade sobre ele: “Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva” (I Timóteo 2:13).
b) A mulher foi formada do homem e ele tem autoridade sobre ela: “E da costela que o Senhor Deus lhe tomara, formou a mulher e a trouxe ao homem” (Génesis 2:22).
c) As crianças vêm dos pais e assim os pais têm autoridade sobre os filhos.
d) No jardim do Éden, depois do pecado, Deus chamou, Adão e não Eva, para explicar o que tinha acontecido. Deus falou com Adão, a cabeça do lar e responsável pelas acções do lar: “Mas chamou o Senhor Deus ao homem, e perguntou-lhe: Onde estás? (Génesis 3:9).
Devido ao facto de o homem ser o primeiro a ser formado no jardim do Éden, Deus mostrou a sua vontade dando ao homem uma posição primordial no lar.
Essa posição, de ser o primeiro formado, traz consigo uma grande responsabilidade, intransferível, da qual ele tem que prestar contas diante de Deus (Génesis 3:9; I Samuel 3:13) e o não a levar a sério, pode ter um efeito intenso sobre a sua comunhão com Deus (I Pedro 3:7).
O verdadeiro líder deve ser primeiramente um líder de si mesmo. Deve saber controlar seus próprios desejos, ânimos e apetites, programar bem o tempo entre o seu trabalho e descanso, seu prazer e dever. Só depois de se controlar a si mesmo é que pode ser um líder eficaz.
Ser líder, não quer dizer que tenha de ser rude, duro ou áspero. Um líder pode ser, e deve ser, manso, culto e meigo. Moisés foi um líder de aproximadamente três milhões de pessoas por mais de quarenta anos e dele é dito: “E era o homem Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra” (Números 12:3).
A passagem acima descrita é um dos fundamentos da família, porém existem condições para o marido exercer esta liderança (a palavra é “liderança”, não “ditadura”. Liderança se conquista, não se impõe). Liderança significa governo, direcção, enfim, ser um modelo para a conduta dos demais.
A seguir enumeramos as condições básicas para o marido exercer a liderança no seio da família
a) A liderança envolve amor – Cabe ao homem a posição primária de exemplificar o amor no lar em todos os aspectos (I João 4:19). O modelo de amor do marido para com a esposa deve ser: “Vós, maridos, amai a vossas mulheres, como também Cristo amou a Igreja, e a si mesmo se entregou por ela” (Efésios 5:25a).
Aqui o marido não tem opção, é um mandamento bíblico. A mulher sente-se mais valorizada quando amada pelo marido. O marido não pode ser violento, cruel e rude com a esposa. O conselho bíblico é: “Vós, maridos, amai a vossas mulheres, e não as trateis asperamente” (Colossenses 3:19). Quando o marido ama a esposa, Deus tem liberdade para criar nela o respeito por ele.
O marido não deve poupar esforços no sentido de semear este amor, pois é um mandamento bíblico: “Assim devem os maridos amar a suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos” (Efésios 5:28-29). O homem deve ser tão solícito para com a esposa como o é para o seu próprio corpo, dispensando--lhe cuidado e atenção.
O homem cuidadoso, providencia descanso ao corpo, trata-o com moderação, alimenta-o, procura o seu conforto, protege-o, cuida bem dele. O marido deve lembrar-se que quanto mais ele ama a sua esposa, mais a esposa responde à altura desse amor recebido, respeitando-o e tornando-se cada vez mais submissa.
b) A liderança envolve autoridade - A autoridade que o homem tem no lar, não é de sua origem: “Pois, quem te diferença?” (I Coríntios 4:7). É uma autoridade que Deus confia ao homem no lar. Este exercita esta autoridade com firmeza e sabedoria, mas é Deus quem a mantém e estabelece.
O marido como dirigente da esposa e da família, tem de saber que ele tem um Senhor sobre si: Jesus Cristo: “Quero, porém, que saibais que Cristo é a cabeça de todo o homem, o homem a cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Cristo” (I Coríntios 11:3). Numa assembleia de duas pessoas não há maioria, logo uma delas será responsável pelas decisões finais, e, para este papel Deus destinou o marido.
c) A liderança é intransferível - A liderança no lar é um poder intransferível que Deus tem estabelecido com o homem no lar. O homem não se deve esconder dessa função, nem procurar desculpar-se desta obrigação por achar que não tem uma personalidade forte ou experiência adequada, etc.. Ele deve aprender a exercer a sua função pedindo a Deus a sabedoria necessária: “Ora, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não censura, e ser-lhe-á dada” (Tiago 1:5)
d) A liderança envolve delegar autoridade - Se o marido não delega a outros capazes, todas as decisões e acções têm, por necessidade, que ser cumpridas por ele. Assim como a mulher respeita o andamento e os limites da responsabilidade do marido, o marido deve respeitar os limites da responsabilidade da esposa não interferindo desnecessariamente na sua administração no lar. Cristo trata a Igreja como esposa e não como uma filha.
e) A liderança envolve o sacerdócio do lar - O marido deve ser o guia espiritual da família, devendo estabelecer na mente e coração de sua esposa e filhos a singular importância de ter o altar da família sempre em pé. Deve ser o marido responsável pela manutenção da leitura diária da Palavra de Deus (Efésios 5:26).
f) A liderança envolve um espírito compassivo. O homem deve ser misericordioso com a esposa, não deve ser dogmático, autoritário e obstinado, mas deve cultivar um espírito de mansidão e sensibilidade com a esposa.
O AMOR PELA ESPOSA
O Amor que o marido deve ter pela sua esposa, é o mesmo que Jesus teve pela Sua Igreja, que “a Si mesmo se entregou por ela” (Efésios 5:23-33). É a mesma coisa se tivesse escrito que estivesse escrito para se sacrificar pela sua esposa como Cristo se sacrificou pela Igreja.
Esse Amor de Jesus transparece em três coisas:
1. Se entregou por ela. Todo o bom marido se deve desprender do seu egoísmo, desprender de si mesmo, se desprender de seus interesses. O marido que só pensa em si mesmo e não abdica de si mesmo para se entregar, não está maduro.
2. Santificá-la. Como pode o marido santificar sua esposa? Como Cristo fez com a Igreja. Santificou-a separando-a do mundo para Deus. Assim, o marido pode santificar sua esposa separando-a para Deus, não por sua palavra, não por imposição, mas por sua maneira de viver no lar.
3. Apresentá-la sem mancha nem rugas. Que significa isto? A Palavra de Deus diz que o homem é a imagem da glória de Deus, e a mulher é a glória do homem. Assim, na medida que elas são honradas, respeitadas, santificadas, os maridos são glorificados (I Pedro 3:7).
As mais graves e importantes perguntas para um casal, são as seguintes
1. Como desenvolver o amor entre o casal?
2. O amor “apaixonado” de namorados continua na vida conjugal?
3. Os anos de casamento fazem o amor crescer ou diminuir?
Nestas três perguntas se encerra toda a nossa vida. O casamento depende do amor: nasce no amor, vive do amor, e sem amor o casamento acaba.
Como responder a estas três perguntas
Vejamos
1. O Amor vem de Deus. Recordemos o ensino bíblico: “Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor” ( I João 4: 8 ).
“Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor é de Deus; e todo o que ama é nascido de Deus e conhece a Deus” (I João 4:7).
“Amados, se Deus assim nos amou, nós também devemos amar-nos uns aos outros” (I João 4:11).
Só duas pessoas que “temem” a Deus é que são transformadas à própria imagem de Deus. Faz parte desta “figura” divina implantada no casal, o amor.
2. O Amor não é “paixão”. Há um provérbio popular que faz uma caricatura do casamento: “O amor é uma flor roxa que nasce no coração do trouxa!”. Amor-paixão é assim mesmo: imaturo, infantil, irascível, errado. Pega fogo num minuto e se apaga no outro. Este é o amor que leva muitos a um casamento apressado, infeliz, fracassado.
Paulo diz: “E isto peço em oração: que o vosso amor aumente mais e mais no pleno conhecimento e em todo o discernimento, para que aproveis as coisas excelentes...” (Filipenses 1:9-10).
Amor é “conhecimento”. Conhecimento tem a ver com a nossa capacidade de decisão: nós somos capazes de “tomar a decisão de amar”.
“Amar” não é ser “arrebatado” por um sentimento irracional por uma pessoa qualquer. “Amar” (amor verdadeiro) é “decidir” amar alguém. É conhecer a pessoa e adquirir a habilidade de perceber se essa é a pessoa certa para o casamento.
3. O Amor de Deus é ÁGAPE. Qual é, pois, o amor que deve existir entre marido e mulher? Existem quatro palavras no grego, que traduzidas para o português, são a única tradução de amor:
a) Eros. É o amor sensual: o amor físico e sexual (começa sempre com os olhos), donde surgem as palavras eróticas, erotismo. É o amor mais baixo, é egoísta, individualista. É o amor que só quer ganhar, receber, sem nada dar. Não aparece nenhuma vez na Bíblia.
b) Fhiléo ou Filia. É o amor ao próximo, o amor humano. É o amor filantrópico. É o amor humanitário, altruísta, cívico e comunitário (Lucas 7:34). É amar a quem ama. É gostar de quem gosta de mim. É só fazer bem a quem me pode ajudar. Amor que necessita de resposta, subsiste enquanto for satisfeito, quando ele ama, eu amo. Quando não ama, não amo.
c) Storge. É o amor familiar, amor romântico, amor conjugal. Ex: Amor entre marido e esposa, pai e filhos, etc...
d) Ágape. É o amor divino. É o amor de Deus derramado em nossos corações ( Romanos 5:5; I João 4: 8 ). Este amor inclui, além do sentimento de amor, o sentimento de sacrifício. É um amor que não conhece limites, é o amor desinteressado, que dá sem esperar recompensa ( I Coríntios 13:4-7 ). Este foi o amor que levou Jesus a morrer pela humanidade. Este é o amor que um casal deve ter: cada um “morrer pelo companheiro”. Dar tudo. Sacrificar-se.
4. O Amor deve ser cultivado. No namoro há coisas características e peculiares: beijos, segredos, bilhetes, cartas, flores, perfumes, carícias, surpresas, presentes, etc...
Por que tudo isso não continua na vida conjugal
O romantismo do namoro deve ser preservado, cultivado, cuidado, como se fosse uma planta delicada que sem água logo seca. As coisas “fúteis”: beijinhos, carinhos, palavras românticas, etc., é que são as mais importantes para um casal se amar sempre!
RECOMENDAÇÕES AOS MARIDOS
O dever do marido “Amar” é muito sábio. A palavra AMOR que aparece em Efésios 5: 2 3, é “ágape”. Refere-se ao amor de Deus. É um amor puro, sacrificial, perfeito e permanente. Por isso Paulo usa Cristo como exemplo: “Como Cristo amou a Igreja”. Amou ao ponto de sacrifício. Cristo não é apenas o modelo, mas também é a fonte do amor. Somente através do seu amor em nós, é possível amar como Ele amou e Se entregou por nós ( Romanos 5:8 ).
Portanto, uma das grandes recomendações bíblicas aos Maridos é: amar a Esposa. Este deve ser o amor dele por ela: tudo fica em torno de lhe agradar, de fazer tudo a favor da esposa, e sem medir esforços.
O verdadeiro amor não é apenas um sentimento, mas uma conduta. Por isso queremos assinalar “cinco” expressões práticas do amor do marido para com a esposa:
1. Amabilidade – Esta é a primeira expressão prática do amor. A amabilidade, a doçura, afabilidade, benignidade... Paulo diz: “Não as trateis asperamente” (Colossenses 3:19), e Pedro lembra: “Dando honra à mulher como vaso mais frágil, e como sendo elas herdeiras convosco da graça da vida...” (I Pedro 3:7).
Devemos ser amáveis com todos, principalmente com as mulheres, respeitando sua feminilidade. Mas muito mais com a nossa própria esposa. Há homens que são amáveis com outras mulheres e descuidados e duros com sua própria esposa.
A mulher é como um vaso frágil: mais sensível e delicada. Seus sentimentos estão mais à flor da pele. Isto não é debilidade, mas uma característica dada por Deus para desempenhar sua nobre condição de Mãe, a fim de criar os filhos com ternura e sensibilidade. Por isso Deus quer que o marido a trate com ternura, respeito, suavidade, paciência, carinho, doçura, delicadeza, bondade e amor. Por ser mais sensível emocionalmente a mulher está mais sujeita a ficar ressentida pelo maltrato do marido.
Ser amável não quer dizer frouxo. Muitas vezes o homem deve ser firme. Mas com uma firmeza amável e compreensiva.
2. Abnegação – É o sacrifício que alguém faz em favor de outro. É o negar-se a si mesmo, abrir mão da tranquilidade, da comodidade e do prazer, em favor da pessoa amada. Isto é amor. Foi isto que Jesus fez pela Igreja: “... a Si mesmo se entregou por ela” (Efésios 5:25).
O contrário disto é egoísmo. O marido egoísta busca sua própria comodidade. Usa a autoridade para seu próprio bem e sempre espera ser servido. Sua atitude é de “senhor” e não de “servo”. Nunca renuncia à sua comodidade para ajudar a mulher. Este marido está longe da vontade de Deus.
Deus quer que o marido seja abnegado, participe como Jesus e aja como Ele. Deve sacrificar-se a si mesmo pela esposa. Buscar a felicidade e bem-estar dela, tanto no físico, como no emocional e no espiritual. O marido deve dizer como Jesus: “Não veio para ser servido, mas para servir” (Mateus 20:28).
3. Compreensão – O marido deve conhecer profundamente a sua mulher para a poder compreender, amar e ajudar. Esta é uma das maiores necessidades da mulher.
Para isto é necessário “escutar com atenção o que ela diz”. Saber escutar é uma das qualidades mais valiosas que se pode ter. Quando o marido entender o que a mulher pensa e sente, poderá conduzi-la e protegê-la com sabedoria.
É necessário que o marido converse com a esposa. Procure entender como ela se sente e quais as suas cargas, para a poder animar e confortar. O marido precisa abraçá-la e beijá-la com frequência, quando ela está preocupada e nervosa. Um abraço e uma palavra amável e terna, mostram à mulher que ela tem ao seu lado alguém que a compreende e a ama. Um gesto de carinho renova as forças e liberta a mente de pensamentos negativos.
Alguns homens têm muita dificuldade em serem afectuosos porque não têm este costume, ou porque nunca receberam carinho na infância. É tempo de romper com toda a timidez e vergonha. Devem ver a importância disto no relacionamento com a mulher. Pode conseguir-se muito mais com um beijo do que com críticas ou autoritarismo.
4. Protecção – Quando o homem não dá uma protecção real e prática, a mulher se vê desprotegida (Efésios 5:29). Ela precisa de se sentir segura e confiante em seu marido. O desamparo e as preocupações sobrecarregam e oprimem a mulher.
estar presente no casamento (Cantares 7:10-13). Tudo o que escrevemos anteriormente estabelece bases sólidas para que este amor se desenvolva e cresça. O romance não é apenas para a lua de mel, mas sim para toda a vida.
Os discípulos do Senhor devem ser os maridos mais “apaixonados” por suas esposas. O amor dos mundanos se perverteu em egoísmo. Entretanto, o amor sentimental de um marido cristão nasce do verdadeiro amor de Deus que vive nele. Por isso, os discípulos de Jesus deveriam ser os melhores maridos.
Cultivemos em nosso coração este amor. Enamoremo-nos de nossas esposas, valorizando-as, apreciando-as e elogiando-as. Demonstremos nossos sentimentos, dando-lhes flores. Procuremos aprender a maravilhosa arte do amor e afecto conjugal. Assim faremos nossas esposas felizes e nós mesmos também.
continua...
Nenhum comentário:
Postar um comentário