terça-feira, 26 de abril de 2011

NUNCA É TARDE DEMAIS PARA AMAR

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Você quer ficar sabendo o nome de um dos males que assolam milhões de pessoas em todo o mundo? Ele é grafado com sete letras: S-O-L-I-D-Ã-O. Por causa desse mal, pessoas têm errado em suas trajetórias na vida; homens de bem têm se transformado em mendigos de rua; belas mulheres têm murchado como as flores não regadas e milionários têm dado cabo da própria vida.

Por essa razão também, entendemos a magnitude das palavras do Criador quando, ao dizer; "...Não é bom que o homem esteja só..." (Gn.2.18), logo entrou em ação, ao criar a mulher para servir de companheira a Adão.

Quando o apóstolo Paulo escreve aos coríntios: "A mulher não está livre enquanto o seu marido vive. Caso o marido morra, ela fica livre para se casar com quem quiser. Mas deve ser casamento cristão" (I Cor. 7.39); (obviamen-te, o contrário também é verdadeiro, isto é, se a mulher morrer, o marido fica livre), ele está deixando claro que o casamento não é algo próprio para ser re-alizado apenas na juventude, mas em qualquer idade!

"Bem, se é assim, por que motivo, então, milhões de pessoas estão amargando a dor da solidão, ao invés de se casarem ou re-casarem e serem felizes?" - argumentará o leitor, com toda a razão.

Para responder a essa questão, alinhavamos duas respostas secundárias (que não constituem, salvo melhor juízo, a razão principal ainda) para só depois, darmos a resposta que consideramos de fundamental importância.

1. ELAS ACREDITAM QUE O CASAMENTO É INDISSOLÚVEL

Esse pensamento, de muitos cristãos, está erroneamente baseado no ensinamento que se ministra sobre o versículo: "...o que Deus ajuntou, não o separe o homem" (Mt. 19.6).

Em relação a isso, temos que considerar que a instituição "casamento" se subdivide em três aspectos que, necessariamente, precisam harmonizar-se entre si:

a. O casamento civil: é aquele realizado conforme a lei, no cartório (ou fora dele) com a assinatura de uma Certidão pelo Juiz de Paz e do livro de registros, pelas testemunhas.

b. O casamento religioso: é aquele realizado na igreja, com a noiva, o noivo e os padrinhos, diante do sacerdote ou do pastor, em cerimônia pública, normalmente numa igreja ou templo.

c. O casamento teológico: é o casamento real, verdadeiro, realizado entre o noivo e a noiva, a sós, ajoelhados diante de Deus, assumindo um compromisso de mútua fidelidade e lealdade, de coração para coração.

A essas alturas, nem é preciso dizer muita coisa, pois temos absoluta certeza de que o leitor conhece dezenas de casais que, por mera aparência ou conveniência continuam "sustentando" um casamento civil e/ou religioso. Mas, teologicamente, há muito deixaram de ser marido e mulher.

Isso põe por terra o argumento de que sempre é preciso levar em conta o ensino: "tudo o que Deus uniu, o homem não deve separar". Apenas demonstra a verdade cristalina que nem todo casamento foi unido por Deus!

2. ELAS ACREDITAM QUE EXISTE ALGUÉM "ESPECIALMENTE PREPARADO"

As pessoas que acreditam que Deus "preparou alguém especialmente para elas" são, na maior parte das vezes, crentes, fiéis e sinceras. Mas, inadvertidamente, estão seguindo o ensinamento popular expresso pelo "ditado": "O que é do homem, o lobo não come". É preciso ter muito cuidado com isso.

De fato, algumas passagens bíblicas como a história de Rebeca, preparada para Isaque e a de Ester (preparada para ser rainha) podem sugerir a alguns cristãos menos atentos que "Deus sempre prepara" alguém com quem deverão se casar. Não é exatamente assim que as coisas acontecem.

Nesses dois casos citados (o de Rebeca e o de Ester), Deus tinha propósitos amplos e específicos (a formação de uma nação, no primeiro; e o impedimento da destruição dessa mesma nação, no segundo).

Será que poderíamos afirmar que Deus preparou Milcal, Bate-Seba e as demais esposas para Davi? Ou que foi Dele a escolha das trezentas esposas e setecentas concubinas para Salomão?.

Meu/minha querido(a) leitor(a). com toda a sinceridade de meu coração posso dizer-lhe que a Bíblia não nos autoriza a dizer que Deus trabalha como santo casamenteiro. Ele pode abençoar sim, e tornar maravilhosa a união de um homem com uma mulher. Mas eles precisam escolher-se mutuamente, usarem da prerrogativa de seu livre arbítrio para se decidirem casar diante Dele.

Conheço uma pessoa que passou meses a fio dentro de casa, desempregada, jejuando e orando para que o emprego "preparado por Deus" batesse à sua porta. Tal emprego nunca chegou, não porque Deus não ouvisse às suas súplicas, mas porque esse não é o método que Ele estabeleceu para a solução de tal problema.

Quando essa pessoa assumiu sua parcela de responsabilidade, tomou coragem, arregaçou as mangas e foi à luta, em poucos dias estava empregada. A mesma situação pode acontecer, em relação ao casamento.

3. A RAZÃO PRINCIPAL DA SOLIDÃO: PRECONCEITO

É verdade que, segundo o último censo do IBGE, o número de homens no Brasil é maior do que o de mulheres, o que seria uma desvantagem para elas. Mas, considerada a população total do país, tal diferença não chega a ser significativa.

No entanto, o mesmo IBGE constata um aumento cada vez maior de divórcios, em nosso país. O que acaba redundando numa proporção maior de pessoas mais velhas, descasadas.

O preconceito a que nos referimos tem tudo a ver com a palavra "velho" e isso forma uma barreira em torno de muitos indivíduos solitários. Em 1910, um homem de 40 anos era considerado velho. Mas, com os avanços da ciência, da tecnologia e da medicina, a expectativa de vida do brasileiro subiu incrivelmente.

Hoje, sem eufemismos, um homem ou uma mulher de 40 anos ainda são considerados jovens. Tanto assim, que a nova lei da previdência estabelece a aposentadoria para indivíduos com 35 anos de trabalho e 60 anos de idade. Muitos "ex-velhos" aposentados estão sendo convocados de volta a seus antigos postos de trabalho e estão achando ótimo!

Mas, o preconceito de que falamos provém, em primeiro lugar, dos filhos (que poderiam ser considerados insensíveis, mal informados e egoístas), já que julgam "um disparate" um novo casamento por parte do pai ou da mãe separado (a) ou viúvo (a). A felicidade ou a solidão de um progenitor parece não lhes importar!

Ou então, é um preconceito que a própria pessoa solitária desenvolveu, temendo "o que os outros irão dizer" quando souberem que alguém "na minha idade" está apaixonado (a).

Querido (a) leitor (a) que nos acompanhou até aqui. Lembre-se de que a sua vida lhe foi dada pelo Senhor e deve ser vivida por você e não por seus filhos ou conhecidos. Saiba que Deus o (a) criou para ser feliz. Não desista de lutar por sua felicidade. Jogue para bem longe o preconceito e, confiando Naquele que tudo pode, arrisque-se a ser feliz.

Como reflexão, lembre-se destas palavras que o escritor Jorge Luís Borges deixou, pouco antes de falecer:

"...Deus meu, se eu tivesse um pedaço de vida, não deixaria passar um só dia sem dizer às gentes - te amo, te amo. Convenceria cada mulher e cada homem que são meus favoritos e viveria enamorado do amor. Aos homens, lhes provaria como estão enganados ao pensar que deixam de se apaixonar quando envelhecem, sem saber que envelhecem quando deixam de se apaixonar..."

De fato, nunca é tarde demais para amar!

Tony Ayres

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