É indiscutível que a Igreja atravessa um momento muito delicado de sua história, no que diz respeito à sexualidade de seus jovens e adolescentes.
Esse é um assunto por demais importante e, por essa razão, não se pode, como o avestruz, enfiar a cabeça na terra, fazendo de conta que ele não existe.
Imaginamos que esta é a hora em que pais e pastores devem discutir a questão em bases bíblicas, porém, procurando analisar todos os ângulos dela, sem precipitações e com uma profunda reflexão a respeito.
ALGUNS PONTOS A SEREM CONSIDERADOS
Em primeiro lugar, temos que voltar lá atrás (anos 60), quando iniciou-se a chamada "Revolução Sexual", com o advento da pílula anticoncepcional e a liberação feminina no campo da sexualidade que, na verdade, foi protagonizada na época em que as atuais mães de jovens e adolescentes eram, então, a juventude feminina.
Essa revolução, que expandiu-se e ganhou corpo na década de 1970 fez com que as mulheres "ganhassem o mesmo direitos que os homens", até então, tidos como os "privilegiados" para desfrutarem um sexualidade fácil e descompromissada.
Foi quando surgiu o termos "amizade colorida" e "ficar", ambos significando uma relação de "namoro" com total liberdade para a prática do sexo antes do casamento.
Foi também o período de proliferação dos motéis em todas as grandes cidades, como o lugar propício para a nova realidade do namoro liberal.
A INTERCORRÊNCIA DA AIDS
A situação de liberalidade sexual entre os jovens foi se incrementando cada vez mais e, de fato, descambou para a permissividade total.
Houve porém um advento, que freou essa escalada: o surgimento e a identificação do terrível vírus HIV, responsável pela disseminação da não menos terrível síndrome de imunodeficiência adquirida (AIDS), ainda nos primeiros anos da década de 1980.
O mundo testemunhou, então, uma imensa população de jovens (e adultos também) que foram dizimados precocemente, uma vez que, uma das principais vias de propagação da doença era (e ainda é) o contato sexual.
O COQUETEL
Hoje a AIDS continua a ser um fantasma, mas menos assustador, uma vez que, embora ainda não tenha sido descoberta a sua cura, o chamado "coquetel" retroviral, mesmo sendo de difícil administração, permite uma redução no número de vírus na circulação sanguínea tão drástica, que os exames chegam a dar "indetectáveis".
Como a pessoa soropositiva, por causa do efeito do coquetel, volta a ter uma vida aparentemente saudável (trabalhando, estudando, produzindo, etc), pode-se dizer que, praticamente, as pessoas quase que não morrem mais devido à AIDS.
CONSEQUÊNCIAS
Essa falsa impressão de que a AIDS não existe mais, ALIADA AO FATO de que a atual geração de jovens e adolescentes literalmente NÃO PRESENCIOU a época mais terrível dessa síndrome, com altíssimos níveis de mortalidade, eliminou o medo da cabeça desses jovens.
Ao lado disso, a educação sexual, hoje introduzida nas escolas públicas e particulares (positivamente, não podemos negar) ensina a prática do chamado sexo seguro e as formas de prevenção da doença.
RESULTADO
Positivamente, o resultado é o de que os jovens de hoje estão muito melhor informados sobre sexo seguro do que as gerações anteriores.
Pelo lado negativo, porém, temos que reconhecer "um renascimento da revolução sexual", com a livre prática do sexo entre jovens e adolescentes de hoje, muitas vezes, com a aprovação e consentimento dos pais.
Em um de seus artigos, a revista americana "Christianity Today", edição de agosto de 2009, reporta o fato de que mais de 90% dos adultos solteiros americanos experimentam relações sexuais antes do casamento.
E, nas igrejas evangélicas, a realidade não é muito diferente.
Para mostrar isso, a revista comenta o resultado de um estudo representativo, em nível nacional, cujos números demonstraram que pouco menos do que 80% de adultos jovens evangélicos, conservadores e frequentadores dos cultos, que estão atualmente namorando, praticam alguma forma de sexo.
Com certeza, a situação dos jovens crentes brasileiros não é nem um pouco diferente.
O QUE FAZER, ENTÃO
Não temos a pretensão de dar uma resposta fechada à essa questão, porque ela não é nada simples.
Aumentar a pressão para a preservação da castidade até o casamento (o que seria ideal), é uma saída que não tem dado certo, uma vez que os jovens evangélicos praticam cada vez mais o sexo pré-marital.
Uma das razões disso é, sem dúvida, o casamento cada vez mais retardado, por exigências sociais.
Muitos casais cristãos adotaram o modelo secular de contrair núpcias somente após os 30 anos de idade, quando tiverem terminado a sua graduação, pós graduação e obtido um sólido vínculo empregatício (o que, convenhamos, é muito difícil), em nossos dias.
Lembramos que, desde a menarca (para as meninas) e a primeira emissão de sêmen (para os meninos), biológicamente, eles já estão preparados para a sexualidade e para a reprodução.
A maturidade psicológica virá bem mais tarde (por volta dos 18-22 anos), mas poucos esperam por ela.
Portanto, contando com o fato de que os jovens estão, quando homens, com os níveis de testosterona à toda e, quando mulheres, com os níveis de progesterona e estrogênio, em igual situação, é de se supor que suportar uma vida celibatária por cerca de 15-20 anos, antes de se se casar (aos 30 anos ou mais) é quase que impossível.
CONCLUSÃO
Embora o que diremos a seguir possa soar forte demais; se não quisermos ser hipócritas, temos de admitir que, na maioria das igrejas evangélicas, hoje, quando o assunto é SEXO ANTES DO CASAMENTO, os jovens solteiros o praticam livremente; os pais, de alguma forma, fingem que não vêem e os pastores (até por estarem inseguros) fingem que não sabem.
A SAÍDA
Sem queremos ser os donos da verdade e sem nenhuma pretensão, além de desejar o bem do Corpo de Cristo, que é a Sua Igreja; e reconhecendo que a situação é, realmente, muito delicada, acreditamos que a solução para esse problema terá que, obrigatoriamente, abarcar os seguintes pontos:
Uma profunda reflexão realística e bíblica sobre o tema, por parte de Ministérios, Presbitérios e Conselhos de Igrejas, levando em conta o momento histórico e a realidade em que vivemos, com decisões claras e até mudanças de estatutos, se for o caso.
Um repensar do real significado do casamento bíblico e teológico, sobrepondo-se a sua ênfase sobre a instituição civil e humana do mesmo.
A construção de uma orientação clara, realista, bíblica e não legalista, a ser ministrada aos jovens cristãos de nossos dias e a seus pais.
Esse é um assunto por demais importante e, por essa razão, não se pode, como o avestruz, enfiar a cabeça na terra, fazendo de conta que ele não existe.
Imaginamos que esta é a hora em que pais e pastores devem discutir a questão em bases bíblicas, porém, procurando analisar todos os ângulos dela, sem precipitações e com uma profunda reflexão a respeito.
ALGUNS PONTOS A SEREM CONSIDERADOS
Em primeiro lugar, temos que voltar lá atrás (anos 60), quando iniciou-se a chamada "Revolução Sexual", com o advento da pílula anticoncepcional e a liberação feminina no campo da sexualidade que, na verdade, foi protagonizada na época em que as atuais mães de jovens e adolescentes eram, então, a juventude feminina.
Essa revolução, que expandiu-se e ganhou corpo na década de 1970 fez com que as mulheres "ganhassem o mesmo direitos que os homens", até então, tidos como os "privilegiados" para desfrutarem um sexualidade fácil e descompromissada.
Foi quando surgiu o termos "amizade colorida" e "ficar", ambos significando uma relação de "namoro" com total liberdade para a prática do sexo antes do casamento.
Foi também o período de proliferação dos motéis em todas as grandes cidades, como o lugar propício para a nova realidade do namoro liberal.
A INTERCORRÊNCIA DA AIDS
A situação de liberalidade sexual entre os jovens foi se incrementando cada vez mais e, de fato, descambou para a permissividade total.
Houve porém um advento, que freou essa escalada: o surgimento e a identificação do terrível vírus HIV, responsável pela disseminação da não menos terrível síndrome de imunodeficiência adquirida (AIDS), ainda nos primeiros anos da década de 1980.
O mundo testemunhou, então, uma imensa população de jovens (e adultos também) que foram dizimados precocemente, uma vez que, uma das principais vias de propagação da doença era (e ainda é) o contato sexual.
O COQUETEL
Hoje a AIDS continua a ser um fantasma, mas menos assustador, uma vez que, embora ainda não tenha sido descoberta a sua cura, o chamado "coquetel" retroviral, mesmo sendo de difícil administração, permite uma redução no número de vírus na circulação sanguínea tão drástica, que os exames chegam a dar "indetectáveis".
Como a pessoa soropositiva, por causa do efeito do coquetel, volta a ter uma vida aparentemente saudável (trabalhando, estudando, produzindo, etc), pode-se dizer que, praticamente, as pessoas quase que não morrem mais devido à AIDS.
CONSEQUÊNCIAS
Essa falsa impressão de que a AIDS não existe mais, ALIADA AO FATO de que a atual geração de jovens e adolescentes literalmente NÃO PRESENCIOU a época mais terrível dessa síndrome, com altíssimos níveis de mortalidade, eliminou o medo da cabeça desses jovens.
Ao lado disso, a educação sexual, hoje introduzida nas escolas públicas e particulares (positivamente, não podemos negar) ensina a prática do chamado sexo seguro e as formas de prevenção da doença.
RESULTADO
Positivamente, o resultado é o de que os jovens de hoje estão muito melhor informados sobre sexo seguro do que as gerações anteriores.
Pelo lado negativo, porém, temos que reconhecer "um renascimento da revolução sexual", com a livre prática do sexo entre jovens e adolescentes de hoje, muitas vezes, com a aprovação e consentimento dos pais.
Em um de seus artigos, a revista americana "Christianity Today", edição de agosto de 2009, reporta o fato de que mais de 90% dos adultos solteiros americanos experimentam relações sexuais antes do casamento.
E, nas igrejas evangélicas, a realidade não é muito diferente.
Para mostrar isso, a revista comenta o resultado de um estudo representativo, em nível nacional, cujos números demonstraram que pouco menos do que 80% de adultos jovens evangélicos, conservadores e frequentadores dos cultos, que estão atualmente namorando, praticam alguma forma de sexo.
Com certeza, a situação dos jovens crentes brasileiros não é nem um pouco diferente.
O QUE FAZER, ENTÃO
Não temos a pretensão de dar uma resposta fechada à essa questão, porque ela não é nada simples.
Aumentar a pressão para a preservação da castidade até o casamento (o que seria ideal), é uma saída que não tem dado certo, uma vez que os jovens evangélicos praticam cada vez mais o sexo pré-marital.
Uma das razões disso é, sem dúvida, o casamento cada vez mais retardado, por exigências sociais.
Muitos casais cristãos adotaram o modelo secular de contrair núpcias somente após os 30 anos de idade, quando tiverem terminado a sua graduação, pós graduação e obtido um sólido vínculo empregatício (o que, convenhamos, é muito difícil), em nossos dias.
Lembramos que, desde a menarca (para as meninas) e a primeira emissão de sêmen (para os meninos), biológicamente, eles já estão preparados para a sexualidade e para a reprodução.
A maturidade psicológica virá bem mais tarde (por volta dos 18-22 anos), mas poucos esperam por ela.
Portanto, contando com o fato de que os jovens estão, quando homens, com os níveis de testosterona à toda e, quando mulheres, com os níveis de progesterona e estrogênio, em igual situação, é de se supor que suportar uma vida celibatária por cerca de 15-20 anos, antes de se se casar (aos 30 anos ou mais) é quase que impossível.
CONCLUSÃO
Embora o que diremos a seguir possa soar forte demais; se não quisermos ser hipócritas, temos de admitir que, na maioria das igrejas evangélicas, hoje, quando o assunto é SEXO ANTES DO CASAMENTO, os jovens solteiros o praticam livremente; os pais, de alguma forma, fingem que não vêem e os pastores (até por estarem inseguros) fingem que não sabem.
A SAÍDA
Sem queremos ser os donos da verdade e sem nenhuma pretensão, além de desejar o bem do Corpo de Cristo, que é a Sua Igreja; e reconhecendo que a situação é, realmente, muito delicada, acreditamos que a solução para esse problema terá que, obrigatoriamente, abarcar os seguintes pontos:
Uma profunda reflexão realística e bíblica sobre o tema, por parte de Ministérios, Presbitérios e Conselhos de Igrejas, levando em conta o momento histórico e a realidade em que vivemos, com decisões claras e até mudanças de estatutos, se for o caso.
Um repensar do real significado do casamento bíblico e teológico, sobrepondo-se a sua ênfase sobre a instituição civil e humana do mesmo.
A construção de uma orientação clara, realista, bíblica e não legalista, a ser ministrada aos jovens cristãos de nossos dias e a seus pais.
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