segunda-feira, 28 de maio de 2012

O OFÍCIO DA VERDADEIRA MASCULINIDADE NO LAR, NA IGREJA E NA SOCIEDADE MODERNA


Rev. Moisés C. Bezerril



INTRODUÇÃO

A IMPORTÃNCIA DO ASSUNTO:


A questão do assunto não é apenas em relação ao papel, mas à natureza do homem e da mulher. A confusão quanto à identidade sexual leva a vários problemas:

a) Padrões de casamento que não retratam o relacionamento entre Cristo e a igreja;

b) Falta de treinamento da masculinidade e feminilidade para com os filhos;

c) Justificativas para homosexualidade e até transexualidade;

d) Padrões de liderança feminina na igreja;

e) Desprezo para com a doutrina da criação do homem e da mulher.



O PROBLEMA REAL DA HUMANIDADE QUANTO AO PAPEL DO HOMEM E DA MULHER


O mundo moderno apresenta-se desafiador à Palavra de Deus quando tenta igualar homens e mulheres e enfraquecer seus papeis, até mesmo invertendo-os. A conseqüência desastrosa desse fator é o aumento da homosexualidade, divórcio, promiscuidade, inadequação social ( filhos sem pais, mães e pais solteiros), a procura cada vez maior de psiquiatras e psicólogos, uma geração rebelde e desobediente aos pais, suicídios, perda da personalidade e identidade individual.

A discussão e o debate em torno dos papeis do esposo e da esposa no mundo moderno, por aqueles que odeiam a Palavra de Deus, tem feito muita gente perder de vista seu papel neste mundo, desconhecendo até mesmo sua própria identidade.

Vivemos um sério contraste no nosso tempo. Nas culturas onde o evangelho ainda não se fez presente, o homem tem dominado cruelmente a mulher, destituindo-a de sua dignidade dada pelo Criador. Por outro lado, nas culturas onde o Evangelho vingou, hoje, os homens e mulheres estão abandonando seus papeis ou transferindo um para o outro. Quando Eva pecou no Éden, uma maldição se abateu sobre ela: “...o teu desejo será para o teu marido, e ele te governará.”, (Gn 316). Essa maldição é vista dia-a-dia na vida de homens e mulheres que não se submetem à Palavra de Deus. Mulheres que desejam assumir a liderança masculina nos lares e nas igrejas, e homens que literalmente e cruelmente dominam suas mulheres.

O movimento feminista exige os mesmos direitos dos homens, mas deveres diferenciados para as mulheres. Nenhuma mulher quer sustentar um homem a vida inteira sem que ele trabalhe. As mulheres também nunca querem trabalhar igualmente ao homem nos fornos das siderúrgicas, nem em trabalhos pesados e insalubres. O que na verdade está em jogo não são os direitos iguais, e sim o desejo de assumir o papel do homem naquilo que implica em liderança masculina.

Numa sociedade onde a mulher tem vergonha de ser feminina, querendo assumir o papel do homem, e onde o homem abandona seu papel de verdadeira masculinidade, só podemos esperar uma geração totalmente pervertida, desestruturada e amaldiçoada.

Muitos escritores têm abordado a questão do papel do homem e da mulher como sendo uma questão polêmica e sem resposta. Contudo, a Palavra de Deus é clara e não deixa dúvida quanto ao papel masculino e feminino na Criação. Os que afirmam que a questão homem-mulher é uma questão insolúvel são aqueles que se mantêm rebeldes para com a Palavra de Deus, e querem estabelecer suas paixões e perversões; e isto tem acontecido desde os dias do primeiro pecado.

Mesmo que os modelos antibíblicos tenham, aparentemente, apresentado resultados satisfatórios, nunca deveríamos confiar nas palavras daqueles que se encontram em rebelião com Deus quanto aos papéis do homem e da mulher, pois eles, em nome de seu orgulho, vivem hipocritamente para sustentar suas perversões. Mesmo na igreja, várias pessoas usam exemplos contrários à Palavra de Deus, afirmando que seus modelos não bíblicos funcionam bem; maldito será aquele que acreditar em tais palavras.

A influência da mídia e dos padrões filosóficos reinantes do nosso século têm comprometido nossa geração - e certamente a próxima - com a inversão dos papeis do homem e da mulher, gerando assim muita infelicidade e decadência da raça. A Palavra de Deus revela a natureza da verdadeira masculinidade e feminilidade a partir de princípios imutáveis, livres de padrões culturais, distintos e inconfundíveis, estabelecidos desde os dias da Criação.


CAPÍTULO 1

A UNIDADE DA NATUREZA DO HOMEM E DA MULHER

Gn 1:26-28 -


O princípio imutável para a definição do tema:

O princípio imutável para a definição do tema está no livro de Gênesis, pois a natureza e os papéis estão definidos na criação antes da queda, bem como as citações da criação são usadas pelo Novo Testamento para referendar o papel do homem e da mulher.

O tema mais enfático do contexto da Criação, descrito neste texto de Gênesis, é: Deus compartilha da sua imagem e domínio com uma mera criatura.

Diferentemente das outras criaturas, o homem possui três grandes aspectos divinos não compartilhado com nenhuma outra criatura: a criação imediata de Deus, imagem e semelhança de Deus, o domínio sobre o restante da criação.

No verso 27, a Palavra de Deus deixa claro duas verdades: 1) que o homem é uma criação divina; 2) Que ele é portador da imagem de Deus( moralidade, intelecto, justiça original); 3) Que a sexualidade masculina e feminina estão estabelecidas pelo próprio Deus, e que não podem ser confundidos (homosexualidade e transexualidade). Homem e mulher, desde sua criação já estão sexualmente distintos, (o que é contrário aos padrões modernos secularizados, os quais afirmam que a sexualidade é uma questão de opção e cultura).

No relato da criação da mulher, Deus não a faz do pó da terra, mas a faz do próprio Adão. Assim, Eva nunca poderia ser uma rival do homem, mas igual a ele. Adão a recebeu como lhe sendo igual: “osso dos meus ossos e carne da minha carne”.

Como o homem e mulher foram criados com a mesma natureza e portanto a imagem divina com o mesmo brilho, Deus dá-lhes o domínio sobre a Criação, tornando-os em rei e rainha para dominar o mundo.

Esse texto de Gênesis mostra que toda e qualquer concepção que diminua ou desfigure a natureza e a dignidade da mulher, sob qualquer justificativa cultural, é pecaminosa, e constitui perversão da criação de Deus. Também não certo dizer que os padrões bíblicos do V.T e N.T. foram responsáveis pela discriminação feminina no Judaísmo e no Cristianismo; ambos adotaram formas pervertidas de interpretação do texto das Escrituras Sagradas.

Dominar foi uma ordem dada para ser exercido sobre os animais e a criação, não sobre a mulher.

CAPÍTULO 2

A DISTINÇÃO DOS PAPÉIS DO HOMEM E DA MULHER

Gn 2:18-25


Em meio a tanta confusão em torno dos papeis do homem e da mulher, a Palavra de Deus mostra esses papeis muito bem distintos e claros. Normalmente as sociedades modernas afirmam o seguinte sobre estes papéis:
a) Que eles são voláteis. Cada cultura desenvolve os papéis, e isto é passado de geração em geração;

b) Que eles são negociáveis. O casal entra num acordo e definem quem fica com qual papel dentro da relação homem-mulher;

c) Que eles são opcionais. Cada pessoa pode fazer opção por seu papel e sua sexualidade

No texto acima, Deus deixa bem claro a distinção do homem e da mulher: o homem é o cabeça, e a mulher é a ajudadora.

Quando criados, nenhum animal pode preencher a a brecha que ainda precisava ser preenchida pela mulher. A afirmação de Adão quando viu Eva, foi de alguém que desde sua criação aspirava pelo sexo feminino:

Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-à varoa, porquanto do varão foi tomada.

O ato sexual começou imediatamente a esta afirmação. Naquele momento, o sexo era tão puro e tão instintivo como qualquer animal do campo, que o texto afirma “Ora, um e outro, o homem e sua mulher, estavam nus e não se envergonhavam”, (é evidente que Moisés, ao fazer este registro sagrado, já concebia um mundo de nudez pervertida).

Logo após perceber a nova criatura que lhe fez arregalar os olhos, Adão constata a verdadeira natureza da mulher: sua companheira, capaz de realizar seus desejos. Neste texto podemos perceber que a união entre um homem e uma mulher não é uma opção humana, mas uma instituição divina.

Alguns detalhes muito importantes na criação da mulher nos ensinam sobre o papel da masculinidade e da feminilidade:
1) Eva foi feita de Adão (não do pó da terra), mas Eva foi feita para Adão;

2) Adão concebe que Eva é igual a ele (carne da minha carne), mas lhe dá um nome. Isto já demonstra que o homem exerce sua liderança sobre a mulher;

3) Adão reconhece a dignidade humana de Eva e a coloca como sendo igual a ele, mas reconhece-a como fêmea (“varoa”), diferente dele mesmo
O que podemos entender a partir destas verdades da Palavra de Deus, é que, mesmo que o papel da mulher seja diferente do papel do homem, isso não rebaixa nem minimiza sua natureza. A mulher tem outro papel distinto do homem, não por causa de diferença de natureza, mas por causa do propósito da criação. Isto significa que, qualquer filosofia que ensine que a mulher tem outro papel porque tem outra natureza, não vem de Deus.

O homem tem o papel principal: a liderança do homem no lar e na igreja implica em que ele tem a responsabilidade geral pelo desenvolvimento da vida.


CAPÍTULO 3

A INVERSÃO DOS PAPÉIS DO HOMEM E DA MULHER E O JUÍZO DE DEUS

Gn 3: 1-24


Ao chegarmos no capítulo 3 de Gênesis, devemos lembrar que três verdades já foram bem estabelecidas em capítulos anteriores: a igualdade do homem e mulher( a mesma natureza); a diferença de sexo (um para o outro); e a distinção de papeis do homem e da mulher (homem como o cabeça, e a mulher como auxiliadora).

O capítulo 3 registra a terrível calamidade da entrada do pecado no mundo, o reinado de Adão. A substância do pecado de Adão foi a transgressão da lei ( desobedeceu a ordem de Deus). Contudo, o formato desse pecado foi a inversão dos papéis de homem e mulher. Vejamos algumas características do pecado de Adão que podem lançar excelente luz sobre o papel masculino:
1) Quando procurado por Deus por causa da transgressão, Adão reconhece sua culpa por abandonar sua liderança: “ A mulher que me deste por esposa, ela me deu da árvore, e eu comi”.

2) Uma das três maldições impostas sobre o casal foi a deturpação dos papéis, quando a mulher, depois do pecado, passaria a resistir a liderança do marido, (“o teu desejo será para o teu marido”) e o marido, ao invés de liderar a mulher como parte igual, a dominaria como escrava, (“ele te governará”). Isto prova que o pecado da inversão de papéis hoje nada mais é do que o fruto da maldição do primeiro pecado da inversão de papéis de Adão e Eva.

3) Deus não disse “porque comeste da árvore”, e sim “porque atendeste à voz de tua mulher”. Deus culpou Adão primeiramente por dar ouvido à mulher, e depois, pelo comer da árvore. Deus levou em conta que Adão abandonou sua liderança como chefe, e atendeu a uma decisão da mulher, sem nem mesmo questionar. Deus esperava que Adão, como o chefe moral da família, tivesse repreendido a mulher por esta ter tomado a frente de uma decisão que arruinaria a vida dos dois. Sua irresponsabilidade e abandono de seu papel culminou num juízo sobre toda a vida na terra.

4) A maldição da terra é culpa direta de Adão, “ maldita é terra por tua causa”. A punição de Eva tinha a ver apenas com sua gravidez, mas a de Adão amaldiçoou até a terra.

5) Deus decreta a morte somente para Adão (“tu és pó, e ao pó tornarás” ), mas Eva também morre.

6) A maneira como o apóstolo Paulo aborda a questão responsabilizando Adão pela queda, significa que o apóstolo entende muito bem a natureza do pecado de Adão, sem responsabilizar Eva.
A maneira como Deus aborda a desobediência do casal, responsabilizando Adão por tudo, e imputando maior castigo a ele como representante e chefe da mulher, nos dá clara indicação que toda a desgraça que sobreveio ao mundo, veio sob forma de inversão dos papéis de homem e mulher.

Teologicamente falando, Eva comete a transgressão, mas a culpa é de Adão. As Escrituras parecem fazer vista grossa ao pecado de Eva como sendo o estopim de toda miséria humana no mundo. Em nenhum lugar chama “ o pecado de Eva”, tanto como “ o pecado de Adão”. Também não é comum falar sobre “a queda de Eva”, como o é falar da “queda de Adão”. Nunca se diz que o primeiro pecado entrou por uma mulher, e sim por um homem. Repetidamente é usada a expressão “pela ofensa de um só homem entrou o pecado no mundo”. Como pode ser isso, se a ofensa foi por meio de uma mulher, e, além do mais, os dois pecaram? Na verdade, o pecado foi primeiro de Adão: seu abandono do papel de chefe do lar. Isto fatalmente culminou no pecado da mulher. O abandono da liderança masculina ou a inversão de papéis culmina em toda sorte de malefícios para uma família.

Cabia a Adão toda a direção e supervisão do seu lar, pois ele era o chefe. Mas, estranhamente, Adão configura na narrativa de Gênesis como a mais lerda e passiva das criaturas da terra, frente ao mais ameaçador perigo para toda a humanidade: sua mulher assumindo papel masculino, desafiando a autoridade do marido, desobedecendo a Deus, e com o fruto da desobediência nas mãos pronta para arruinar a vida do marido e da humanidade inteira. Eva, contrariamente, configura na narrativa, como uma chefe, tomando decisões, e doutrinando o marido, pois, embora os dois soubessem da vontade do seu Criador, certamente, Adão foi convencido pela mulher, quando esta fez uso das palavras da serpente.

Adão é culpado por permitir sua mulher tomar decisões dentro do casamento; é culpado por não repreender severamente a cogitação do mal para com Deus; é culpado por não doutrinar sua mulher na obediência ao Criador; é culpado por não assumir o papel masculino para o qual foi criado. Eva é culpada por se apresentar como defensora, porta-voz e líder, estando seu marido presente; podia ter repreendido a serpente e ter dito a ela que perguntasse ao marido.

Paulo lembra que a transgressão de Eva foi assumir o papel de: porta-voz, líder e defensora, (I Tm 2:11-15).


CAPÍTULO 4

A VERDADEIRA MASCULINIDADE E SEU PAPEL DE LIDERAR, SUSTENTAR, E PROTEGER

Gn 3:19; I Co 11:3

Ef 5:23


Após ser compreendida a natureza humana de homem e mulher, e ser feita a distinção de seus papéis, precisamos, agora, compreender a função e a utilidade desses papéis na criação, e quais os princípios imutáveis e imprescindíveis para o verdadeiro cumprimento desses papéis. Nunca deveríamos estudar a natureza do papel masculino, sem antes entendermos o papel feminino, e vice-versa.


O QUE SIGNIFICA LIDERANÇA E O GOVERNO MASCULINO

Etmologicamente não há muita diferença entre estes dois termos. Neste trabalho, teologicamente falando sobre o papel da verdadeira masculinidade, será empregado o termo “liderança” para a natureza geral do papel masculino em relação à mulher, enquanto o termo “governo”, será entendido no âmbito do exercício da liderança no lar e na igreja. Os relacionamentos básicos da vida funcionam em termos de autoridade e submissão, ( Deus e homem, pai e filho, marido e mulher, governo e cidadão, Cristo e a Igreja.

Para uma melhor compreensão do papel do homem, é mister ter em mente a verdadeira natureza da masculinidade. Se isso não ficar muito bem compreendido, haverá muitas falhas no reconhecimento do papel masculino e no exercício do mesmo.

O que é ser masculino?

O VARÃO PERFEITO

O homem de masculinidade verdadeira não é aquele que prova ser o macho por seu potencial sexual entre as mulheres.

O senso da verdadeira masculinidade está na responsabilidade sentida pelo homem em sustentar, liderar, e proteger a mulher. A verdadeira masculinidade é uma forma de amor em dar-se a si mesmo pelo sexo oposto. Qualquer concepção diferente deste padrão reflete um homem imaturo. É necessário deixar claro que o homem não precisa estar ao lado de uma mulher ser verdadeiramente masculino. Mesmo trabalhando ou vivendo em lugares onde não exista mulheres, cada homem deverá sentir a responsabilidade de liderar, sustentar e proteger o sexo feminino, se quiser ser o varão perfeito ou maduro.

Toda verdadeira masculinidade volta-se para o bem da mulher. Para isto, elimina-se o autoritarismo (pensar só em si, auto-exaltação), e exercita-se em valorizar e honrar a mulher, ao invés de patroneá-la, (I Pe 3:7).

Muitos homens pensam de sua masculinidade como um direito que eles têm sobre a mulher para a própria satisfação deles; e muitas mulheres pensam da masculinidade como um peso sobre elas, e até mesmo uma ameaça à sua feminilidade. Mas, como todo princípio criado por Deus visa uma perfeição na sua Criação, a masculinidade visa o bem supremo das mulheres e do restante das criaturas. O texto de João 5:3 referenda isto sobre todos os princípios estabelecidos em Gênesis para os papeis do homem e da mulher.

Como sendo uma responsabilidade dada ao homem por ocasião de sua criação, Deus requererá de cada homem a responsabilidade do cumprimento da verdadeira masculinidade, o que já foi visto na responsabilidade que Adão teve por deixar de lado sua verdadeira masculinidade.

A idéia de “cabeça da mulher” representa a parte principal do corpo que sustenta (boca), dirige (olhos) e protege (ouvido) todo o restante do corpo.


1. PRIMEIRO PAPEL: A LIDERANÇA E O GOVERNO MASCULINO

Nos dias de hoje, quando se fala de autoridade masculina, logo ouve-se um grito feminista protestando contra toda e qualquer idéia de um homem governar uma mulher. Tudo isto acontece por conta de um terrível mal entendido acerca do papel do homem e da mulher.

Normalmente, as mulheres que mais se opõem ao governo masculino foram aquelas massacradas por homens que nunca exerceram seu verdadeiro papel, nem mesmo tomaram consciência da verdadeira masculinidade, (cumpre-se assim, no dia-a-dia, a maldição de Gn 3:16).

Na maioria dos casos os homens têm exercido autoridade sobre as mulheres para demonstrar sua superioridade sobre elas. Mas isto não foi o que Deus planejou. O autoritarismo de tais homens é tão grande, que eles assumem a autoridade de Cristo na vida de suas mulheres. A verdadeira masculinidade é aquela que leva a mulher a se submeter à autoridade de Cristo, e não assume tal autoridade.

Outra visão errada sobre a masculinidade é aquela que pensa que ser masculino é ser servido sempre por uma mulher. Muitas mulheres também protestam contra essa idéia de servir ao homem. Infelizmente, tanto homens quanto mulheres têm entendido errado seus papéis nessa questão. Os homens acham que trabalham demais para sustentar uma mulher a vida inteira, e as mulheres acham que são verdadeiras escravas dos homens sem nenhuma remuneração. Na verdade, nenhum papel está mais voltado para servir do que o papel masculino. Ser masculino é ser destinado para a missão de servir e sacrificar-se pelo bem de uma mulher. A missão masculina é correr risco pela mulher. A maturidade masculina está em ter esta compreensão em mente sem exigir recompensa. Homens trabalham para o bem das mulheres porque esta é a lei de Deus, e não uma necessidade particular ou social. Mulheres servem aos homens dignos porque estão obedecendo a Deus, e não atendendo a um capricho dos maridos. Se cada um tiver consciência da origem divina de seus papéis, logo, o egoísmo e orgulho serão evitados no exercício de cada papel.

A liderança da família, ou governo da casa, é uma prerrogativa masculina. Mesmo que a mulher tenha uma certa iniciativa no lar, o homem sempre fornece o padrão. Isso significa que o homem é responsável direto por todo o curso que a família tomar. O endividamento, a pobreza, a negligência espiritual, a desobediência e rebeldia dos filhos, a insubmissão e liderança da mulher na família, são falhas pelas quais o homem é responsável direto. A verdadeira masculinidade é responsável pela provisão de todas essas necessidades. Cabe ao homem o planejamento moral e espiritual de toda sua família. Ele é o responsável para conduzir a família para objetivos traçados por sua liderança. Sendo assim, os filhos não viverão como querem, nem sua esposa fará opção por tal estilo de vida contrário ao marido. Tudo isto tem que ser visto e planejado de tal maneira que, ao exercer sua liderança, o marido não satisfaça apenas sua vontade em detrimento da família; mas deverá haver o uso do bom senso por parte do marido em atender os gostos da família sem ameaçar sua liderança. Ao mesmo tempo, o marido deverá ser enérgico para evitar qualquer indício de contrariedade obstinada de sua liderança, mesmo que isso tenha que ferir ou impedir os gostos da família.

A tomada de decisão e a palavra final em uma questão na qual há discordância sempre deve pertencer ao homem. Isto, certamente, nunca deveria ser motivo para autoritarismo, mas para uma excelente condução da família. A mulher poderá ser consultada e ouvida; suas idéias deverão ser adotadas e postas em prática, mas nada deverá assumir o caráter de liderança feminina. Essa tomada de decisão também deve ser encontrada na vida sexual do casal. Mesmo que a mulher se apresente com um tipo de “dança do ventre” para o seu marido, ainda assim, ele tem o dever de procurar sugerir e iniciar a vida sexual dos dois. Também é responsável pelo cultivo, adorno e satisfação dos dois.

A disciplina dos filhos é uma credencial da masculinidade verdadeira do homem como pai e chefe do lar. Mesmo que a esposa esteja presente, ele nunca deve assumir a disciplina e repressão dos filhos na presença do marido; ao invés disso toda repreensão e disciplina dos filhos deve ser repassada para o homem da casa. Quando há inevitavelmente uma necessidade da mãe repreender ou disciplinar o filho, isso deve ser feito de tal maneira que, naquela disciplina, o pai está liderando. Além disso, toda consulta feita pelos filhos à mãe, deve ter o aval do pai; tudo tem quer ser feito de tal maneira que os filhos percebam o apoio da mãe à liderança do pai. Para isto, a mulher nunca está autorizada a levantar a voz para o seu marido, dar-lhe ordens, repreendê-lo, ou chamar-lhe a atenção por algo que ela não concorda na frente dos filhos. Também deverá ser evitada toda discussão entre marido e mulher na frente dos filhos, que comprometa a liderança masculina no lar.

As expressões culturais que enfatizam e distinguem os papéis do homem e da mulher devem ser observados e praticados na verdadeira masculinidade. Isto significa que, em cada região do Brasil ou do mundo onde há costumes e tradições que correspondem ao perfil da verdadeira masculinidade bíblica, os homens devem praticar, sem reservas.

A liderança do homem no lar não é uma missão de exaltação do sexo masculino sobre a mulher, nem um chamado para dominá-la. Parece ser um paradoxo, mas a missão daliderança é servir.

“É um chamado a orar como nunca antes oramos; a praticar os princípios da Palavra de Deus constantemente; a sermos mais cuidadosos, menos levados pelo humor do momento; a sermos disciplinados e organizados em nossas vidas; a sermos amáveis e sensíveis; a tomarmos tempo para falarmos com a esposa sobre o que precisa ser falado; e se necessário, a estarmos prontos a dar a própria vida, conforme o exemplo de Cristo.” (John Piper:1996)

A autoridade não é um direito a ser exigido, mas uma responsabilidade a ser assumida. Cristo conduz sua igreja à santidade, Ef 5:25-27.

A liderança masculina é preparar a esposa para depender de Cristo, e não torna-la imatura.


2. SEGUNDO PAPEL: A PROVISÃO E O SUSTENTO DA FAMÍLIA COMO EXPRESSÃO DA VERDADEIRA MASCULINIDADE

Vivemos dias de profissionalismo feminino. É muito comum numa roda de mulheres o assunto ser o trabalho fora de casa. Até mesmo muitas mulheres se sentem rebaixadas por não trabalharem fora. O texto de Provérbios 31 fala de mulher que trabalha fora de casa, mas o contexto daquela época não é o mesmo nosso. Todo mundo tem uma vizinha que segue duas carreiras contraditória na vida: ser mãe e ser profissional. É possível que algumas até falem que conseguiram êxito nas duas carreiras, mas é impossível constatar nessas mulheres uma consciência sem culpa, e em suas famílias carências psíquicas e estruturais. É bem verdade que muitas mulheres justificam-se alegando complementar a renda do marido, ou o sustento integral da família. Mas isso não é justificativa válida. Quando mulheres têm que trabalhar para prover o sustento, alguma desestrutura familiar aconteceu; ou a mulher quer seguir uma carreira profissional em detrimento do lar. Deus ordenou família somente para quem tem sustento. Os que não podem garantir o sustento da família estão proibidos de casarem-se, para não serem agentes da miséria e a pobreza do mundo. Isto tem sido um fator tão desrespeitado em nossos dias que, por conta do altíssimo índice de famílias sem maridos, resolveram considerar certo o papel profissional da mulher como provedora do lar.


A MULHER TRABALHADORA DE PROVÉRBIOS 31

A palavra de Deus não contempla mulher como sustentadora do lar. Desde o princípio o Criador já tinha dado ao homem o papel de sustenta a família, e à mulher o papel da reprodução. A perfeição desse desígnio está em Deus estabelecer apenas uma jornada de trabalho para cada um. É imperfeito uma mulher ter duas jornadas de trabalho (casa e profissão). Deus fez tudo perfeito. A responsabilidade do sustento é do homem.

Alguns argumentam que isso é uma questão cultural, pois em algumas tribos africanas a mulher tem duas jornadas, o que constitui numa tarefa muito mais pesada do que a dos homens daquela tribo. O problema com esse argumento, é omitir a informação de que nessas tribos os homens saem para guerrear e trazer despojos dos outros, e muitos nem voltam mais, o que torna seus papeis muito mais pesados.

Outros utilizam o texto de Provérbios 31 para fundamentar a idéia da mulher ser a provedora do lar. O grande erro com esse argumento é ignorar que o trabalho atribuído ali à mulher virtuosa é uma tarefa culturalmente feminina, que a mulher realizava no lar (tecelagem e a plantação de uma vinha). A mulher virtuosa desse texto é uma mãe de uma família rica. Elas tinham servas para fazerem serviços domésticos de uma família que tinha patrimônio. Seu trabalho era administrar o patrimônio do seu lar, e não de uma atividade externa. Além do mais, o trabalho dela é em casa.

Quando uma mulher pode trabalhar sem estar negligenciando o papel feminino nem assumindo o papel masculino? Quando puder fazer isso sem abandonar o lar nem negligenciar o papel de reprodutora (quando os filhos estiverem todos criados e independentes).


PROVISÃO DA SEGURANÇA FINANCEIRA

Do homem é a responsabilidade como sustentador. É dele que depende a riqueza e a miséria da família. Deus dotou o homem de musculatura e ossos muito mais volumosos do que a mulher, tendo em vista que ele seria o provedor incansável da família. Cada homem recebe de Deus a missão de buscar a riqueza e o patrimônio para a família. A idéia de riqueza condiz com o aparato provedor que Deus deu ao homem. Muitos crentes abominam o termo “riqueza” por causa da teologia da prosperidade. O que há de errado com a teologia da prosperidade é que ela estipula até o nível e o limite dos ganhos para o povo de Deus, e considera a riqueza como uma credencial da fé. Contudo, também é pernicioso e herético achar que a pobreza é da vontade de Deus. Isto seria contrário ao papel do trabalho designado para o homem. Não seria certo imaginar que Deus aparelhou e vocacionou o homem para trabalhar, e com isso ganhar a pobreza como fruto do seu trabalho. Esse não é o desígnio de Deus. A pobreza apostólica fazia parte de um chamado especial para sofrer por Cristo e enfrentar todo o tipo de perseguição; mas essa é acidental, e não essencial. Ela é circunstancial, e não é parte integrante da vocação de todos os filhos de Deus. As famílias do Antigo Testamento eram famílias ricas, e suas riquezas não eram credenciais da fé (como ensina a teologia da prosperidade), e sim da bênção da aliança.

Podemos dizer que a verdadeira masculinidade do homem está na vontade de trabalhar, na consciência da responsabilidade provedora, na ousadia de buscar sustento, na perspectiva incansável de prover patrimônio e riqueza para a família.

A questão da pobreza não é tão fácil de ser interpretada como um mal exercício da verdadeira masculinidade. Não é tão simples afirmar que uma família é pobre porque o homem da casa não trabalha. Muitos homens trabalham muito e ganham pouco; outros trabalham muito, ganham muito, e desperdiçam tudo; a outros, ainda lhe falta a consciência divina do trabalho, pois, nunca fazem mais do que deviam fazer. Dizer que as pessoas são pobres porque não têm cultura é errado. Sabe-se de muita gente pobre diplomada. O certo é dizer que há muita gente pobre porque não tem a cultura da riqueza. Em algumas sociedades modernas a pobreza chega a ser o produto de uma cultura, de um governo, de uma religião. A verdade é que há muito mais razões pecaminosas para a pobreza do que para a riqueza. Todo homem deve buscar a segurança (provisão e conforto) financeira de sua família, e não a estabilidade (só provisão) financeira. O seu trabalho deve ter uma perspectiva teleológica ( um objetivo em vista ). Nenhum homem deve trabalhar apenas por trabalhar; o trabalho tem uma filosofia de juntar patrimônio e uma teleologia de prover a segurança financeira da família.


PRINCÍPIOS PRÁTICOS PARA O SUSTENTO MASCULINO

Buscar crescer no trabalho, e até mesmo seguir o seguinte diagrama: empregado, autônomo, empresário (D), investidor.

Aplicar o dinheiro que ganhou em renda passiva ou de profólio (fundos de investimentos);
Buscar renda extra;
Só aumentar a despesa se aumentar a receita;
Assegurar o patrimônio;


3. TERCEIRO PAPEL: PROTEÇÃO, CUIDADO, E PRESERVAÇÃO

Este é um dos papeis mais lindos da masculinidade que Deus dotou o homem: a proteção da fêmea. Mesmo que as mulheres queiram inverter seu papel com o dos homens, elas nunca conseguiriam mudar o instinto natural de preservação que o homem tem para com a mulher. È bem verdade que as mulheres foram empregadas na guerra, mas, comprovadamente concluiu-se que mulher não é bicho de guerra. Nenhum exército da antiguidade empregava mulheres em batalhas. As mulheres encontram-se, hoje, em vários setores militares, mas só preenchem vagas burocráticas; nunca se ouve falar de esquadrão de mulheres policiais subindo o morro para desentocar bandidos debaixo de fogo cruzado; na guerra da Bósnia, as mulheres só conseguiam jogar granadas em seus próprios pés, e não agüentavam as longas marchas de infantaria, pois tinham que abandonar por causa de infecção urinária constante, além de muitas oficiais terem engravidado no campo de batalha, e serem removidas para cuidar de sua gravidez. Tudo isto tem mostrado que proteção e preservação pertencem ao homem. É natural o papel masculino de sempre proteger a mulher, seja em qualquer relação que ela esteja com o homem. Ao homem é dada a missão de proteger a esposa e seu lar do inimigo. Nenhum homem que desfrute da verdadeira masculinidade vacilará na proteção de seu cônjuge e da sua família. Quando a mulher está em perigo, o homem, instintivamente toma a liderança e protege-a. A qualquer sinal de perigo para a mulher, o homem não a vê como sexo frágil, mas concebe imediatamente que ele é um homem e precisa protege-la. Faz parte da verdadeira masculinidade correr risco para proteger a mulher.


CAPÍTULO 5

O PAPEL DO HOMEM NO LAR

Ef 5:22-6:1-9


Após haver definido o papel geral da verdadeira masculinidade, resta agora saber quais os princípios para essa masculinidade na família, dentro do lar.

Já no início, ficou estabelecido, que ao esposo é dada a tarefa de liderar. Quando esse princípio é aplicado à esposa e aos filhos, a Palavra de Deus revela alguns princípios aos homens para que o papel masculino seja cumprido fielmente. Vejamos:
1) Que os maridos amem suas esposas como Cristo amou a Igreja.

O texto de Efésios 5:22 começa com o assunto da submissão feminina. Muitas mulheres não simpatizam muito bem com este texto porque a experiência que elas tiveram foi de submissão a homens cruéis, os quais nunca assumiram uma masculinidade verdadeira. A Palavra de Deus prescreve um papel masculino de mais responsabilidade do que o papel feminino. Se os homens cumprissem seu verdadeiro papel, nunca haveria dificuldade em a mulher cumprir também o seu. Para a mulher foi dado o papel de receber, apoiar e nutrir a liderança masculina por meio de sua submissão. As mulheres que ainda não compreendem seu verdadeiro papel em relação a um homem, sentem-se incomodadas com uma idéia de submissão. Mas este é o dispositivo divino para o casal.

A submissão feminina não é a tarefa mais difícil no relacionamento. A missão de ser submissa ao marido é uma missão passiva: as mulheres só precisam ser. Enquanto os homens recebem uma missão ativa de muito maior responsabilidade: fazer. A vocação masculina dentro do casamento é considerada a tarefa principal, sem a qual o casamento não sobrevive. Enquanto às mulheres é ordenada sua submissão aos maridos, aos homens é ordenado fazê-las felizes. É evidente que o apóstolo Paulo espera que a mulher também ame seu marido (Tt 2:4), mas, por causa da vocação para liderar que é dada ao homem, a responsabilidade da felicidade do casal também é posta sobre os seus ombros: “Marido, amai vossa mulher como Cristo amou a Igreja”. O padrão do amor que Deus exige do homem é aquele que realiza a mulher e causa a submissão feminina espontânea. A felicidade da mulher é posta nas mãos dos homens. Elas só precisam ser amadas; a submissão é um fator decorrente. Ninguém tem dificuldade para se submeter a um grande amor. Quando uma mulher, mesmo sendo amada pelo marido, não se submete a ele, é porque há falhas no papel masculino.

2) Que os maridos sejam verdadeiros representantes do Pacto na família.

Os pais (marido e mulher) são constituídos por Deus representantes da aliança para os filhos. Quando o pai se ausenta do lar, a mãe assume a responsabilidade de educar e disciplinar os filhos de acordo com os princípios da aliança, mas esta responsabilidade ainda é do marido.

No texto de Ef 6:1 é requerido dos filhos que obedeçam aos pais no Senhor. Isto significa que, as regras da disciplina não são as regras particulares do pai ou da mãe, e sim as regras da lei de Deus. Toda obediência dos filhos aos pais é obediência a Deus. O pai, como chefe do lar, nunca deverá disciplinar o filho por motivo de caprichos seus, mas por ter transgredido a lei de Deus. A linguagem no Senhor é uma linguagem pactual que envolve toda a relação familiar da aliança. Na hora de disciplinar um filho, a pai deve explicar ao filho que ele está sendo disciplinado, não porque desobedeceu a ele, e sim a Deus. A responsabilidade do homem como pai de uma família é assegurar que o governo de Deus esteja sendo exercido naquela família.

Como representante da aliança, é responsabilidade do pai a instrução e supervisão das crianças, embora a mãe passe a maior parte do tempo com eles. O homem, muito mais do que a mulher, é vocacionado para passar mais tempo fora de casa, mas nunca poderá usar essa vocação para justificar a negligência de suas responsabilidades como chefe da aliança.

3) Que os pais sejam amorosos e benevolentes na disciplina dos filhos.

Se a obediência dos filhos aos paino Senhor, a disciplina também será no Senhor. A lei do Senhor será o padrão de disciplina da transgressão dela mesma. Em Ef 6:4 o apóstolo Paulo ordena aos pais para que evitem relacionamentos de disciplina que tenham base em mandamentos injustos, severidade insana, e mal humor. O pai não pode disciplinar o filho por razões particulares, mas porque transgrediu a lei do Senhor. O exercício do verdadeiro papel masculino na disciplina familiar é caracterizado pela disciplina com amor. Tal disciplina deve ser aplicada de tal maneira que o temor de Deus seja reaceso no coração dos filhos sem ressentimento do disciplinador. Se o pai disciplina os filhos com evidente ira, e aplica castigos com severidade e desamor, ele está disciplinando segundo seus próprios caprichos, e suscitando a ira do filho. Tal disciplina resultará em muito ressentimento e decepção na relação pactual. O verdadeiro papel do homem como pai disciplinador é fazer nascer no coração dos filhos o arrependimento pela transgressão à lei de Deus.
O que os pais devem saber sobre os filhos:

Não chantagear o amor: “Se você fizer isso, não gosto mais de você.”

Não negociar a bondade: “ Eu compro sorvete se você lavar a louça.”

A lei do Senhor tem que ser ensinada para que seja obedecida; a criança precisa saber o que se espera dela, e ser ajudada a obedecer.

A criança adquire conhecimento na escola, mas a sabedoria aprende com a família;

A disciplina visa a vida; crianças pequenas devem ser castigadas imediatamente; adolescentes não precisam mais de palmadas; crianças pequenas não podem entender ordens. 4) Que os maridos assumam fielmente a administração do lar.
A administração do lar pode ser compartilhada com a mulher, desde que seja notória a liderança geral masculina. Mesmo que a mulher dê ordens aos servos, e tome decisões masculinas, é importante ficar claro que a mulher cumpre ordens de uma liderança masculina de seu marido. Em Ef 6:5, Paulo ordena aos servos que obedeçam ao seuSenhor, e não senhora. Isto porque é previsto no ensino apostólico que o homem é o chefe da liderança sobre a mulher, os filhos, os empregados, e os negócios. Esses empregados não eram pagãos, e sim crentes que haviam feito sua profissão de fé, e moravam debaixo do teto da família da aliança (princípio observado desde os dias do V.T.). Mas os empregados representavam a parte trabalhista e dos negócios da família. A admoestação de Paulo, quanto aos empregados, ensina que o homem assume a liderança dos negócios do dia-a-dia do lar. A liderança masculina nos negócios da família deve ser vista até nos pequenos detalhes, como por exemplo, nos consertos do lar, no cuidado com o serviço dos empregados, na administração dos gastos e aquisições, no cuidado e proteção do patrimônio. Alguns homens têm abandonado esse lado masculino, achando que isso é prerrogativa da mulher. Na visão bíblica, a mulher é auxiliadora; o homem é que é o tomador de decisão. Quando os maridos, passivamente, assistem suas mulheres subindo no telhado da casa ou consertando alguma coisa do lar, eles estão em falta no seu papel masculino. Se eles não sabem consertar, devem aprender, ou chamar alguém para fazer o conserto debaixo de sua supervisão. O papel de correr risco é do homem e não da mulher. Essa é a razão porque Deus lhe deu musculatura e força a mais.


CAPÍTULO 6

O PAPEL DO HOMEM NA IGREJA

I Tm 3:1-13


O papel masculino na igreja é de liderança. Na verdade, os homens só podem liderar na igreja se já lideram em seus lares. Homens com famílias desestruturadas, filhos rebeldes, esposa insubmissa, são fatores que depõem contra o papel masculino na igreja. A liderança é dada por Deus a todos os homens; todo homem é colocado como “cabeça” sobre a mulher e sobre sua família.

O papel masculino foi determinado por Deus para o bem da sua criação. A mulher não foi criada como uma concorrente do homem, e sim como auxiliadora. É evidente que ela é auxiliadora do papel mais importante para a própria criação, sem ser diferente do homem ou possuir natureza que a rebaixe. No papel masculino Deus coloca toda a responsabilidade de dirigir e governar o mundo nos ombros do homem. A mulher foi feita para ajudar, e não para ocupar o lugar e o papel masculino. Quando a mulher exerce seu papel de auxiliadora, ela também faz parte da liderança como co-igual do homem. Toda mulher deveria compreender que o marido é rei sobre um reinado, e ela rainha. O marido lidera ajudado, apoiado e nutrido por ela. O papel feminino é distinto do masculino apenas por ser designado indiretamente a um propósito para o qual o papel do homem é designado diretamente.

Na igreja, os homens são chamados à liderança, diferentemente da mulher. Em I Co 11:2-16, Paulo lembra o dispositivo eclesiástico da relação homem mulher, sempre enfatizando a submissão feminina. O homem continua sendo, na igreja, o cabeça da mulher (v. 3); seu papel ainda é liderar; a mulher não tem glória própria como se tivesse um ofício particular, mas é a glória do homem, por ser aquela que apóia e torna possível a liderança masculina.

Ainda no mesmo texto, é possível perceber que o apóstolo reivindica tamanha importância para o papel masculino na igreja quando afirma que a mulher foi feita do homem e por causa do homem. A ênfase na mulher como um suporte para o ofício masculino é a vontade e o desígnio de Deus para uma perfeita estrutura do governo da família, da igreja , e do mundo.

Um dos critérios para o ofício presbiterial e diaconal é uma boa liderança do lar: homens que governem bem sua própria casa,( I Tm 3:4,12). A idéia aqui não é somente de governo, mas de um bom governo do lar. O presbítero é chamado a ensinar (I Tm 3:2 ;Tt 1:9) e administrar a igreja, (I Tm 3:5). É evidente que esses ofícios nunca poderiam ser femininos, visto que às mulheres não foi dado o ofício da liderança. Essa é a razão pela qual Paulo proíbe as mulheres de ensinar ou exercer qualquer papel que exerça autoridade sobre homens (I Tm 2:12); podendo a mesma ensinar a outras mulheres e crianças, (Tt 2.3-5).

O papel pastoral é a de ser o patriarca das famílias. Pastorear o rebanho de Deus é exercer domínio e autoridade sobre o rebanho para que ele seja bem conduzido e bem cuidado, livre de toda tirania e caprichos. Foi dada ao pastor a autoridade de influenciar o povo de Deus, de mudar seus rumos, de transformar vidas, de repreender e disciplinar, de exortar e proibir. Tal como o pai é para a família um representante da aliança, o pastor também é o representante da aliança para todas as famílias. Se o rebanho é desobediente, faccioso, doente, fraco, neófito e negligente, a responsabilidade por todos esses males será cobrada do pastor. Pastores que passam a vida inteira com seus rebanhos sofrendo de doenças incuráveis, já deveriam ter cedido lugar para outro. Não adianta permanecer pastoreando um rebanho doente, e mantê-lo doente.

Nos dias modernos tem surgido muitas propostas de uma eclesiologia sem ofício vocacionado. O termo “auto-pastorear” tem sido muito empregado hoje em dia pelos movimentos das mega igrejas ou igrejas em células, nas quais o ofício pastoral é enfraquecido, e a igreja é entregue nas mãos de leigos sem vocação pastoral. A idéia do pastorado e do ofício masculino nesses movimentos tem sido fortemente desgastado por uma visão empresarial secular de gerenciamento de grupos. Todas essas novas eclesiologias são a negação da eclesiologia bíblica, a qual só comporta para sua liderança o ofício pastoral, (I Tm 3:1-5).

A pregação é uma ordem, (II Tm 4:2). As Escrituras Sagradas são substitutas dos apóstolos. Quando o pregador faz uso da Palavra, ele está dando ordens apostólicas ao povo de Deus, todos têm que obedecer; ordem é exercício de autoridade. Portanto, a mulher nunca deve fazer uso da pregação na igreja, pois não pode exercer autoridade sobre homens. Essa é a razão pela qual a lista dos dons e ofícios neo-testamentários não configuram mulheres para os dons de pregação na igreja. No caso das profetisas inspiradas, elas exerciam esse ofício não dentro da igreja, nem representavam sua própria autoridade, mas eram apenas um instrumento, a boca ou auto-falante de Deus.

O ensino é a lei sendo imposta, e não exposta sobre o povo de Deus, por causa da força do próprio ofício (I Tm 4:11 “ordena e ensina estas coisas”). As epístolas pastorais de Paulo (I, II Timóteo, e Tito) ensinam o ofício do pastorado como um ofício de ordem e autoridade, portanto não sendo viável para mulheres, (I Tm 2:11-13). A mulher pode evangelizar homens, pois o evangelho é poder, “boas nova”; só não pode doutrinar homem, pois é um exercício autoritativo. A mulher pode até ensinar outras mulheres, e crianças (Tt 2:3-4), mas nunca homens.

Os diáconos também são representantes da aliança para o povo de Deus. Eles representam a providência e a misericórdia de Deus dispensada ao seu povo. O diaconato nada mais é do que o papel masculino sendo empregado para o governo da igreja quanto às suas necessidades. É impressionante que Deus tenha estabelecido um ofício só para isso; mas devemos lembrar, que a igreja apostólica era extremamente pobre por causa da perseguição, e ainda continuaria pobre por muito tempo. Essa era uma área de muito cuidado pastoral naquele tempo, pois a necessidade matéria era massiva no meio da igreja. Depois da perseguição dos judeus ao cristianismo, veio a perseguição romana, que também durou muito tempo. Por esses motivos, havia muito trabalho para ser feito através de uma liderança que cuidasse das necessidades, enquanto os apóstolos eram a liderança para a evangelização do mundo. É interessante notar que mesmo havendo dons de misericórdia e hospitalidade na igreja, foi da vontade de Deus que houvesse a instituição de um ofício para o cuidado com a igreja. Na verdade, o diaconato da era apostólica era muito diferente dos nossos dias. Os diáconos daqueles dias foram ordenados pelos apóstolos (At 6:5-6), e era um ofício que exercia muita autoridade para tomar decisões sérias sobre a vida e manutenção do rebanho, em dias de muita perseguição e pobreza. Os apóstolos reconheciam que Deus havia chamado alguns homens para a dedicação ao cuidado espiritual (Atos 6:4), enquanto outros para o cuidado material do rebanho, (Atos 6:3).

AS PRIORIDADES DO HOMEM PARA COM DEUS

PRIMEIRO LUGAR: O REINO DE DEUS


Se o reino de Deus não estiver em primeiro lugar na vida de um homem, as outras coisas não se encaixarão perfeitamente. A vida espiritual é a base do melhor casamento. A aplicação das qualidades divinas em nossa vida criará na criança o gosto pela vida de Deus.

SEGUNDO LUGAR: O CASAMENTO

Para ser boa mãe, é necessário que a mulher seja realizada. O ambiente de criação perfeita para os filhos é aquele de harmonia conjugal, (os filhos devem ver os pais apaixonados). Os filhos são temporários dentro de casa, mas o marido e a esposa são para sempre; muitas mulheres que deixaram de servir aos seus maridos em favor dos filhos, hoje não têm os filhos e nem marido ao seu lado.

TERCEIRO LUGAR: OS FILHOS

Para se criar filhos é necessário um fundamento sólido de amor conjugal; o melhor presente que uma mãe pode dar ao seu filho é amar o pai dele; e o melhor presente que o pai pode dar a seus filhos é amor àquela que lhes deu à luz.

Os filhos são antes do trabalho e da igreja. Uma exccelente dona de casa ou profissional falha gravemente se não encontra tempo para ouvir os filhos, compartilhar das suas alegrias e consola-los em suas tristezas. Os filhos devem ser cultivados como planta valiosa, como jóia preciosa, objetos de investimentos, polidos e prezados. Não se teve ter medo de ter filhos, pois eles são herança do Senhor. Ao homem crente Deus capacita criar a todos eles para o seu Reino, (Sl 127:3).

Os seis primeiros anos da criança são fundamentais e denotarão toda a personalidade dela; a mãe não conseguirá muita coisa se não participar desse momento da vida dela.

 

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