domingo, 23 de dezembro de 2012

Inteligência Conjugal


 
Só o amor não basta!
“Você quer ter razão ou ser feliz?”

Minha esposa Rousemary estava aconselhando uma amiga, e no meio do aconselhamento ela fez uma pergunta que sintetiza tudo o que eu gostaria de dizer em uma palestra de uma hora. A resposta a esta pergunta sempre vai revelar se você está agindo e reagindo com inteligência conjugal. Disse ela à sua amiga:- Você quer ter razão ou ser feliz?

O amor-romântico não é tudo em um relacionamento. Infelizmente, muitos jovens se casam pensando que o “amor-romântico” será à base de sustentação de uma vida conjugal equilibrada, harmoniosa e feliz. Pode até ser que na primeira faze, que é a da idealização, onde não se vê o real, mas sim àquilo que foi sonhado, projetado e idealizado, este tipo de amor seja a base. Porém, quando os dois forem “caindo na real” e os defeitos forem aparecendo e o “anjo” ganhar a forma de “ser-humano” com todas as imperfeições, traumas e limitações o “amor-romântico” deixará de ser suficiente.
Eu diria que os casais brigam, não por falta de amor, mas por falta de inteligência conjugal. Até para ser feliz é preciso ser inteligente!

Há um texto na carta do apóstolo Paulo escrito aos Efésios, que expressa a importância de compreender esse princípio:
“Maridos, ame cada um a sua mulher, assim como Cristo amou a igreja e entregou-se por ela (v.25) para santificá-la, tendo-a purificado pelo lavar da água mediante a palavra, (v.26) e para apresentá-la a si mesmo como igreja gloriosa, sem mancha nem ruga ou (v.27) coisa semelhante, mas santa e inculpável”.
O que o apóstolo está querendo nos ensinar, é: Todas as vezes que o marido investe na sua esposa, o mais beneficiado é ele mesmo. “…para apresentar a si mesmo como igreja(esposa) gloriosa…” isso é inteligência conjugal. Se esta não for a visão que orienta a vida dos dois, a competição passa a existir impedindo que eles sejam “aliados íntimos” contra os inimigos do casamento, que não são poucos.

“Você quer ter razão ou ser feliz?” Não são poucos os casais que por causa da inflexibilidade, gastam uma fortuna com aquilo que não vale uma moeda de cinquenta centavos de reais. É a “mania” de querer sempre ter razão, mesmo que isto aprofunde a crise, gere magoas, levante um muro de resistência provocando um distanciamento cada vez maior um do outro. A humildade é uma das virtudes da inteligência conjugal. Na convivência a dois é necessário algumas vezes um “perder” para que os dois possam ganhar. Estruturas rígidas quebram com facilidade. As árvores que suportam as grandes tempestades e não se quebram, são as flexíveis. Quando o homem e a mulher atingem esse nível de maturidade, vivendo com flexibilidade, é porque definitivamente entenderam que inteligência conjugal mais amor adulto gera a verdadeira felicidade.

É importante compreender que para ser feliz, você não precisa se anular, tornando-se um “boneco” sem o direito de sugerir, opinar, contrariar, participar etc. O casamento não pode provocar a morte do “eu” e nem da “individualidade” de cada cônjuge. É extremamente preocupante quando ouço alguém dizendo: “Estou casado ou casada a trinta anos e nunca brigamos, discutimos ou gritamos um com o outro!” Se isso for verdade, é porque os dois não se amam, ou estão juntos mas nunca compreenderam o que é casamento. Só quem deseja o melhor para o outro é que reclama, critica, cobra, aponta as áreas que precisam melhorar. Quem um dia ou outro não acorda mal humorado, irritado, estressado ou perturbado com alguma situação que lhe foge ao controle.

Onde não há preocupação com o outro, não há brigas, discussões porque impera a indiferença que é a maior demonstração de falta de amor maduro e de inteligência conjugal.

É bom “brigar – construtivamente” para se ter razão, quando o que está em jogo é a estabilidade da relação, o futuro da família, o equilíbrio financeiro, a vida espiritual do cônjuge e a felicidade do casal. Quando a causa da “batalha travada” é algo banal, pequeno no seu valor e importância, todo tempo e energia que se gasta é um desperdício tolo, aí, não vale a pena ter razão é preferível ser feliz. 

É nesta perspectiva que vamos refletir sobre casamento feliz, uma questão de inteligência conjugal.


por: Pr. Josué Gonçalves
Amo Família / Portal Padom

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