Por Fernando Galli
Um filho
nasce. Sua mãe tem a alegria de amamentá-lo. Ela troca suas fraldas
para senti-lo cheiroso, além de lhe dar boas condições de higiene. Ela
faz isso com amor. Maria, mãe de Jesus, o maior exemplo de intimidade
com Ele, certamente fez o mesmo com Jesus. O pai ajuda a mãe em tudo,
para que ela possa descansar, mas também porque é a forma de ele
demonstrar seu amor pelo filho. Todavia, o tempo passa.
Os
filhos crescem. Aprendem a se limpar sozinhos. Casam-se, têm filhos, e o
processo se repete. Mas aquela mãe do parágrafo anterior fica idosa e
mal consegue se limpar. O filme da vida real chamado invertendo os
papéis nos ensina uma linda lição: Os pais idosos voltam a ser crianças
para termos o privilégio divino de mostrarmos nossa gratidão por eles.
Em muitos casos, eles necessitarão dos mesmos cuidados que nos deram
quando nascemos.
Muitos
filhos, ingratos, abandonam seus pais aos cuidados parcos de quem mal
sabe cuidar deles. Outros rejeitam seus pais e os põem na porta de uma
casa qualquer esperando que eles sejam adotados. Preferem que outros
façam por eles o que seria um dos privilégios mais nobres da vida:
Cuidar dos pais assim como eles cuidaram deles (dos filhos).
Cristo, na cruz, disse à Maria e a João: "Mulher, aí está o teu filho" e "Aí está tua mãe".
Sabendo que, como homem, morreria e não teria, em termos humanos, o
privilégio de cuidar de Maria, confiou-a ao discípulo que mais amava,
muito embora Jesus, como Deus, cuidou dela até sua morte. Jesus como
Deus esteve com Maria em todos os dias dela. Em contrapartida, muitos
entregam seus pais a quem nunca amaram. É verdade que há bons asilos, ou
casas para idosos, todavia, prefiro a troca justa, os papéis que se
invertem, ou ainda, que os filhos exerçam com alegria a gratidão aos
pais.
É como
expressou certo filho: "Deus começou a me dar vislumbres deste
privilégio. Quando pela primeira vez tive que dar banho em minha mãe,
milhas lágrimas concorriam com o chuveiro. A vergonha de ambos deu lugar
à alegria e ao amor. É verdade que não fiz mais do que minha obrigação,
apesar de que além disso temos uma cristã que praticamente mora com
minha mãe - o meu João moderno. Mas após deitar minha mãe, cheirosa e
limpinha em sua cama, em prantos de alegria que sobrepujavam em muito o
inevitável lamento de ver minha mãe em dificuldades, orei a Deus
agradecendo o privilégio de participar do óbvio histórico-divino: Amor
de mãe - amor à mãe." Obrigado Jesus!
Concluo:
Se os papéis ainda não se inverteram na sua vida, crie todas as
contingências possíveis para que o amor superabunde entre você e seus
pais. O tempo é inexorável e ele te trará surpresas. Por outro lado, se
os papéis já se inverteram, mesmo que você esteja cansado, irritado,
buscando uma saída de Deus, lembre-se: Na despedida, quando suas
lágrimas banharem no último beijo a face daqueles que foram usados por
Deus para te gerar, você olhará aos céus e agradecerá por ter aprendido
tanto em cuidar de seus pais. Glórias a Deus por isso! - Fernando Galli.
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