Por Tim Keller
"A
Bíblia sempre pressupõe que cristãos devem se casar com outros cristãos.
Em 1 Coríntios 7.39, por exemplo, Paulo diz: "A mulher está ligada ao
seu marido enquanto ele viver. Mas, se o seu marido morrer, ela estará
livre para se casar com quem quiser, contanto que ele pertença ao
Senhor" (NVI). Outras passagens são usadas para corroborar esse
princípio, e com razão. Em 2 Coríntios 6.14-15, lemos: "Não vos
coloqueis em jugo desigual com os incrédulos; pois que sociedade tem a
justiça com a injustiça? Que comunhão há entre luz e trevas? Que
harmonia existe entre Cristo e Belial? Que parceria tem o crente com o
incrédulo?" As muitas proibições no A.T. de que judeus se casassem com
não judeus podem parecer, à primeira vista, exigir que a pessoa se case
com alguém da mesma etnia, mas passagens como Números 12, em que Moisés
se casa com uma mulher de outra etnia, indicam que a preocupação de Deus
não era o casamento inter-racial, mas o casamento com alguém de outra
fé.
Muita
gente considera que desestimular os cristãos a se casar com alguém que
não compartilha da mesma fé é algo preconceituoso e bitolado, mas há
fortes razões para essa regra bíblica. Se seu parceiro não compartilha
de sua fé cristã, ele não entende da mesma forma que você, que tem uma
experiência interior dessa fé. E se Jesus ocupa uma posição central em
sua vida, isso significa que seu parceiro não entende você de fato. Não
entende sua motivação principal, a base para tudo que você faz...
Sabe-se que ninguém é capaz de conhecer seu parceiro perfeitamente antes
de se casar. Mas, quando duas pessoas que têm em comum a fé em Cristo
se casam, cada uma sabe algo importante à respeito das motivações
fundamentais da outra pessoa e de como a outra encara a vida. Se,
contudo, você se casa com alguém que não compartilha de suas convicções
mais profundas e importantes, com frequência você tomará decisões que
fugirão inteiramente à compreensão de seu cônjuge. Essa área de sua vida
que, aliás, é a mais importante, será sempre obscura e misteriosa para
seu cônjuge.
A
essência da intimidade no casamento é que você finalmente tenha alguém
que, com o tempo, virá a conhecê-lo e aceitá-lo como você é. Seu cônjuge
deve ser alguém de quem você não precise se esconder, ou que você não
precise "enrolar"; deve ser alguém que o entenda. Se, contudo, a pessoa
não for cristã, não conseguirá compreender a essência de seu coração.
Se você
se casar com alguém que não compartilha de sua fé, há dois caminhos a
seguir. No primeiro, você terá de se tornar cada vez mais transparente.
Na vida cristã normal e saudável, você relaciona Cristo e o evangelho a
todas as coisas. Você pensa em Cristo quando assiste a um filme. Você
baseia suas decisões em princípios cristãos. Medita sobre aquilo que leu
na Bíblia naquele dia. Se, contudo, você for natural e transparente
sobre todos esses pensamentos, para seu cônjuge isso será entediante,
irritante ou mesmo ofensivo. Ele dirá: "Não fazia ideia de que você era
tão fanático(a)". E você terá de esconder isso tudo.
No
segundo caminho, a pior possibilidade, você removerá Cristo da posição
central em seu consciente. Terá de deixar o fervor de seu coração por
Cristo esfriar. Também terá de deixar intencionalmente de pensar na
relação que há entre seu compromisso cristão e cada uma das áreas de sua
vida. Rebaixará Cristo em sua mente e coração, pois, se continuar a
mantê-Lo no centro, se sentirá isolado de seu cônjuge.
Esse
dois resultados possíveis são, obviamente, terríveis. Por isso, você não
deve se casar com alguém que você sabe que não compartilha de sua fé
cristã."
Fonte: KELLER, T.; KELLER, K. O significado do casamento. São Paulo: Vida Nova, p. 254-256, 2012.
Via: UMPCGYN
http://bereianos.blogspot.com.br/2013/02/os-2-caminhos-terriveis-pra-quem.html#.UQxr3_L6N49
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