Se há um assunto que gera muita discussão e
polêmica no campo da Ética Cristã, esse assunto é sem dúvida o
homossexualismo. A começar pela própria palavra – homossexualismo – que é
tremendamente discutida, principalmente por aqueles que defendem a
prática homossexual. É que o sufixo “ismo” teria conotação de doença,
dando a entender que os homossexuais são doentes e que o homossexualismo
é uma doença. De fato, a palavra só foi excluída da lista de distúrbios
mentais da OMS (Organização Mundial da Saúde) em 1990.
1. O Que Dizem os Dicionários?
O Dicionário Aurélio[1] define os dois termos da seguinte maneira:
a) Homossexualismo: Prática do comportamento homossexual.b) Homossexualidade: Caráter de homossexual; homossexualismo, inversão.
Já o Dicionário Houaiss é mais claro na definição de “homossexualismo”: “prática amorosa ou sexual entre indivíduos do mesmo sexo”.
A Enciclopédia Barsa define
“homossexualismo” como “Atração sexual entre pessoas do mesmo sexo.
Essa atração, em geral, mas nem sempre, leva ao contato físico,
culminando em orgasmo. O homossexualismo feminino é comumente denominado
lesbianismo, palavra derivada de Lesbos, nome de uma ilha do Egeu onde a
poetisa Safo atuava como guia de um grupo de mulheres”[2]. Vale
ressaltar que embora tendo sido considerado até mesmo como uma forma de
sexualidade superior a heterossexualidade na Grécia antiga, nas
sociedades posteriores, especialmente nas ocidentais, a prática
homossexual, bem como os homossexuais, foram rejeitados e condenados. Na
Idade Média, a pena para os homossexuais era a tortura e a morte. Na
Suíça do período da Reforma Protestante, as pessoas que eram pegas em
ato homossexual eram esquartejadas vivas e assim deixadas durante sete
dias, para depois serem queimadas! Outras nações europeias como
Portugal, Itália e França aplicam medidas da mesma severidade[3]. Mesmo
no século 18 houve casos de homossexuais levados á fogueira em Paris[4].
Nos Estados Unidos, já no século 20, em alguns estados, a lei
prescrevia para os homossexuais penas que iam até a prisão perpétua.
Mesmo hoje, em pleno século 21, embora haja uma aceitação social muito
maior para o homossexualismo na sociedade, muitos são vítimas de
atentados e agressão psicológica e física. Em 1897, na Alemanha,
aconteceu o primeiro movimento social que buscava o reconhecimento dos
direitos civis dos homossexuais. No início do século 19 começam as
tentativas de explicar pelo viés da ciência a prática homossexual, mas
não houve êxito. Freud desenvolveu uma teoria que explica o
homossexualismo a partir de aspectos psíquicos. A maioria dos
profissionais da Psicologia, Psiquiatria e Psicanálise veem “o
homossexual como alguém que não amadureceu de todo e por isso é incapaz
de se relacionar plenamente com o sexo oposto”[5]. É preciso que se diga
também que o conceito de “cura” aplicado aos homossexuais é muito
discutido também pelos profissionais dessas áreas, tendendo-se a
rejeitar essa ideia, pelo fato de homossexualismo não ser considerado
uma doença. O termo “cura” acaba assumindo assim uma conotação de
preconceito e discriminação.
2. O Que Diz a Ética Cristã?
A
Ética Cristã, como já dissemos anteriormente, está embasada na Palavra
de Deus. A Bíblia, sem sombra de dúvida alguma, condena a prática
homossexual. Se o termo “homossexualidade” procura indicar a prática
homossexual como algo perfeitamente aceitável e normal, especialmente no
campo da moral, então rejeitamos essa palavra e o cabedal intelectual
que ela traz consigo. Cada vez mais a sociedade brasileira (e mundial,
especialmente o Ocidente) vem recebendo o homossexualismo como algo
aceitável, normal e até digno de ser incentivado. Cada vez mais
programas de TV e rádio vem dando espaço para a idéia homossexual e a
apresentando sistematicamente. Homossexuais recebem espaço na TV e falam
de suas experiências sexuais com a maior naturalidade e programas antes
exibidos depois das dez horas da noite, dado o seu conteúdo
explicitamente pornográfico, agora chegam a ser exibidos no horário
nobre! Já existem até mesmo segmentos ditos “evangélicos” que apóiam e
incentivam a prática homossexual. Existem, inclusive, as chamadas
“Igrejas Gays” com seus pastores e pastoras gays! Recentemente houve
grande repercussão do lançamento de uma “Bíblia Gay”, por assim dizer.
Trata-se de uma versão adulterada da Bíblia, que mutila textos que
mencionam a prática homossexual, alterando grosseiramente o seu sentido.
Isso, além de ser desonestidade, é deslealdade para com a Palavra de
Deus. Um típico exemplo (nada novo) de grupos que para defender sua
própria conduta imoral e seus próprios conceitos, adulteram o texto
bíblico procurando condicioná-lo a seu bel-prazer.
3. A Bíblia condena a prática homossexual?
Sem
dúvida que sim. Na Bíblia existem sete passagens que são conclusivas
sobre a questão da prática homossexual ser pecado; são eles:
1. Gênesis 19.5-72. Levítico 18.223. Levítico 20.134. Juízes 19.22,235. Romanos 1.21-316. 1 Coríntios 6.9,107. Judas 6 e 7
No
texto de Romanos 1.26 e 27, assim como em 1 Coríntios 6.9 e 10, o
apóstolo Paulo chega a distinguir as formas de relação homossexual,
indicando que ambos os casos são contrários à vontade de Deus. No
primeiro ele chega a citar o homossexualismo feminino e no segundo (um
texto até curioso), o apóstolo chega a fazer a distinção entre o
homossexual ativo e o passivo. Champlin pontua que a palavra
“efeminado”, como um substantivo, “significa ‘suave’, ‘efeminado’, tendo
sido largamente aplicado à homossexualidade por vários autores antigos,
indicando homens que aceitam os afagos de outros homens, como se fossem
mulheres” [6]. Já o termo “sodomitas” tem ligação
com a homossexualidade em vista desse pecado ser prevalente em Sodoma,
quando Ló ali habitava. Champlin[7] é categórico:
No
grego, essa palavra, literalmente traduzida, indica ‘ato sexual de
homem com homem’. A sodomia, portanto, é apenas um eufemismo, sendo
largamente empregada pelos tradutores, a fim de suavizar o impacto da
expressão. Não sabemos precisar se Paulo quis estabelecer contraste
entre essa palavra e o vocábulo anterior, que também indica
homossexualidade. Talvez a primeira dessas palavras indique os homens
que fazem um papel feminino, ao passo que esta última indique os
pederastas[8] positivos. Paulo condenou severamente a uns e a outros, em
Romanos 1.26,27, onde essa prática, tanto de mulheres com mulheres como
de homens com homens, é condenada.
4. Qual Deve Ser a Postura da Igreja Face aos Homossexuais?
Embora
estejamos nós, a Igreja de Cristo, convencidos pela Bíblia Sagrada, de
que Deus condena a prática homossexual, devemos ter as seguintes
posturas:
a) Aceitar e acolher o pecador, mas jamais a sua prática pecaminosa.Não
é tarefa fácil fazer essa separação, mas cremos e temos visto na vida
de muitos homossexuais o poder transformador do evangelho de Cristo. A
Igreja deve sempre repudiar o pecado e tudo o que ele traz consigo, mas
jamais deve estar fechada ao perdido. Foi para isso que Jesus veio:
salvar o perdido (cf. Lc 5.31,32; 19.10).
b) Jamais apoiar ou incentivar qualquer prática de violência contra homossexuais, seja violência física ou psicológica. Embora
devamos sempre nos posicionar com segurança e firmeza nessa questão,
deixando claro que a prática homossexual é pecaminosa e contrária a
vontade de Deus (repito: pecaminosa e contrária a vontade Deus), não é
conveniente que façamos uso de termos pejorativos, depreciativos,
humilhantes e menos ainda que usemos de violência física. Precisamos
separar as coisas!
c) Possibilitar a essas pessoas a oportunidade de serem recebidas e acolhidas em nossos templos, sem
seres tratadas como se fossem “seres de outro planeta”[9]. Ao tratar
desse tema em sala de aula, costumo perguntar aos meus alunos se nós, em
nossas igrejas evangélicas, estamos de fato preparados para receber
pessoas assim. É fato que muitos homossexuais, especialmente agora, em
que o assunto ganha espaço na mídia, entram em nossos templos com o
objetivo de tripudiar e escarnecer. Mas é verdade também que muitos
homossexuais respeitam o culto cristão e vão a ele com o objetivo de
participar, genuinamente.
[1] Versão eletrônica.
[2] Enciclopédia Barsa, vol. 9, 1995: Encyclopedia Britannica do Brasil Publicações Ltda, p. 109.
[3] ALMEIDA, Abraão de. 201 Respostas para o seu enriquecimento espiritual e cultural. 1ª ed.: 2007, CPAD, p. 253.
[4] Enciclopédia Barsa, vol. 9, 1995: Encyclopedia Britannica do Brasil Publicações Ltda, p. 109.
[5] Op. Cit.
[6] CHAMPLIN, Russell N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. vol. 4, 10ª reimpressão: 1998, ed. Hagnos, p. 83.
[7] Op. Cit.
[8] Não
podemos afirmar qual a intenção exata de Champlin ao usar a palavra
“pederasta” em referência aos homossexuais, mas neste trabalho a
admitimos (e o texto de Champlin aqui citado também parece indicar isso)
com o sentido único de “Homossexualismo masculino”, como consta da
versão eletrônica do Dicionário Aurélio.
[9] Essa foi apenas uma comparação com fins didáticos. Não creio que haja vida em outros planetas.
Extraído do blog wwwblogfundamentosinabalaveis.blogspot.com.br/ em 05/12/2013
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