Pura e simplesmente, a integridade do Evangelho. Explico.
Na discussão crescente sobre a inserção da ideologia de gênero na base curricular nacional e da promoção dos valores do lobby LGBT na sociedade, há muitas coisas em jogo: a conservação do arranjo familiar tradicional, a autonomia dos pais na educação e orientação sexual dos seus filhos e a proteção psicológica, social e moral das crianças (para aqueles que ainda acreditam nessas coisas, como eu). Tudo isso certamente está em jogo. Mas, há algo ainda mais importante.
O que está em jogo é a autoridade suprema e final das Escrituras Sagradas, resumida no mote protestante Sola Scriptura. Para os herdeiros e adeptos da Reforma Protestante, somos um povo Sola Scriptura, que vê nas Escrituras Sagradas a nossa autoridade final de fé e prática. Sola Scriptura não se rende ao mote dos nossos tempos: sola cultura. É a Palavra que julga toda cultura, não a cultura que julga a Palavra.
Como outros tem mostrado mais a fundo, a Palavra de Deus só conhece um arranjo como normativo e aceitável: a união monogâmica heterossexual. Esse foi o padrão estabelecido por Deus no Jardim do Éden (Gn 1.26-28; 2.23-25), conforme registrado e defendido por Moisés (Ex 20.14); tal padrão foi autenticado pelo Senhor Jesus Cristo (Mt 19.4-6) e citado pelo apóstolo Paulo como sendo um fiel retrato da aliança entre Cristo e a Igreja (Ef 5.22-33). Portanto, as Escrituras só reconhecem um padrão como sendo aceitável e normativo para todos os homens e mulheres, em todos os lugares e em todos os tempos.
Curiosamente, ao refletir sobre a união entre marido e esposa no arranjo matrimonial, Paulo enxerga nisso um retrato público e visível da união entre Cristo e a Igreja (Ef 5.23-25). A aplicação direta que Paulo faz desse princípio é a natureza insubstituível do papel de um homem e uma mulher no casamento: um não pode cumprir o papel do outro, assim como os papeis de Cristo e da Igreja não são intercambiáveis. No caso, o marido é o “cabeça” (autoridade) da mulher assim como Cristo é o “cabeça” da Igreja. E não, isso não confere um “cheque em branco” para o domínio tirânico do homem sobre a mulher. Pelo contrário, ele deve representar bem em seu lar a autoridade espiritual, sacrificial e amorosa de Cristo, ao qual todo marido responderá no Último Dia.
Mas, creio que podemos legitimamente estender a aplicação original da metáfora de Paulo para incluir o debate em questão. Assim como os papeis do homem e da mulher não são intercambiáveis no casamento, eles só podem ser cumpridos por um homem e uma mulher. Não um homem e outro homem, nem uma mulher e outra mulher (ou qualquer outra variação criativa da nossa época). Mexer nesse arranjo bíblico significaria adulterar o retrato público, visível e terreno mais próximo da aliança entre Cristo e a Igreja, sacramentada no Evangelho. E quem teria maior interesse em adulterar esse retrato a não ser os que desejam adulterar o próprio Evangelho?
Mas, o Evangelho não é a declaração do amor de Deus por pecadores? É sim. O evangelho é a declaração do grande amor de Deus por pecadores. Deus é amor. Mas o amor – tal qual definido pela nossa cultura desde a década de 1960 como sendo “livre”, ou seja, sem nenhuma restrição ou submissão a uma autoridade alheia ou externa – esse tipo de amor não é Deus. Deus é amor santo, distinto, único. Tal distinção foi selada no sacrifício do seu Filho Unigênito, Jesus Cristo, na Cruz do Calvário, por pecadores indignos desse amor como eu e você. E, em parte, tal distinção do amor de Deus é revelada neste mundo, segundo o apóstolo Paulo, pelo amor sacrificial conjugal entre seres humanos de gêneros distintos: um homem e uma mulher.
Comprometer esse arranjo e promover outro que defenda o amor por alguém do mesmo gênero é simplesmente fazer do amor um ídolo, um amor ou deus “à nossa imagem e semelhança”, um amor que não nos confronte e desafie a amar aquele que é radicalmente diferente de nós (apesar de ainda sermos da mesma espécie humana, com todas as diferenças existentes entre homens e mulheres!).
O Evangelho é a proclamação pública do amor santo e imerecido de Deus por criaturas radicalmente diferentes dele. O Evangelho nos comissiona a amarmos este Deus amoroso, santo e radicalmente diferente de nós de todo o nosso ser, e a amarmos outras criaturas humanas radicalmente diferentes de nós – em casa, no trabalho, no estudo, na igreja e na sociedade como um todo (até mesmo os nossos inimigos, inclusive os que discordam das convicções expostas aqui). Mas, no casamento, este Deus santo e amoroso ordena que somente um homem e uma mulher se unam pelos laços matrimoniais, como testemunho do amor de Cristo pela Igreja, conforme revelado no Evangelho.
Qualquer coisa diferente disso não é bíblica e, muito menos, evangélica.
Como outros tem mostrado mais a fundo, a Palavra de Deus só conhece um arranjo como normativo e aceitável: a união monogâmica heterossexual. Esse foi o padrão estabelecido por Deus no Jardim do Éden (Gn 1.26-28; 2.23-25), conforme registrado e defendido por Moisés (Ex 20.14); tal padrão foi autenticado pelo Senhor Jesus Cristo (Mt 19.4-6) e citado pelo apóstolo Paulo como sendo um fiel retrato da aliança entre Cristo e a Igreja (Ef 5.22-33). Portanto, as Escrituras só reconhecem um padrão como sendo aceitável e normativo para todos os homens e mulheres, em todos os lugares e em todos os tempos.
Curiosamente, ao refletir sobre a união entre marido e esposa no arranjo matrimonial, Paulo enxerga nisso um retrato público e visível da união entre Cristo e a Igreja (Ef 5.23-25). A aplicação direta que Paulo faz desse princípio é a natureza insubstituível do papel de um homem e uma mulher no casamento: um não pode cumprir o papel do outro, assim como os papeis de Cristo e da Igreja não são intercambiáveis. No caso, o marido é o “cabeça” (autoridade) da mulher assim como Cristo é o “cabeça” da Igreja. E não, isso não confere um “cheque em branco” para o domínio tirânico do homem sobre a mulher. Pelo contrário, ele deve representar bem em seu lar a autoridade espiritual, sacrificial e amorosa de Cristo, ao qual todo marido responderá no Último Dia.
Mas, creio que podemos legitimamente estender a aplicação original da metáfora de Paulo para incluir o debate em questão. Assim como os papeis do homem e da mulher não são intercambiáveis no casamento, eles só podem ser cumpridos por um homem e uma mulher. Não um homem e outro homem, nem uma mulher e outra mulher (ou qualquer outra variação criativa da nossa época). Mexer nesse arranjo bíblico significaria adulterar o retrato público, visível e terreno mais próximo da aliança entre Cristo e a Igreja, sacramentada no Evangelho. E quem teria maior interesse em adulterar esse retrato a não ser os que desejam adulterar o próprio Evangelho?
Mas, o Evangelho não é a declaração do amor de Deus por pecadores? É sim. O evangelho é a declaração do grande amor de Deus por pecadores. Deus é amor. Mas o amor – tal qual definido pela nossa cultura desde a década de 1960 como sendo “livre”, ou seja, sem nenhuma restrição ou submissão a uma autoridade alheia ou externa – esse tipo de amor não é Deus. Deus é amor santo, distinto, único. Tal distinção foi selada no sacrifício do seu Filho Unigênito, Jesus Cristo, na Cruz do Calvário, por pecadores indignos desse amor como eu e você. E, em parte, tal distinção do amor de Deus é revelada neste mundo, segundo o apóstolo Paulo, pelo amor sacrificial conjugal entre seres humanos de gêneros distintos: um homem e uma mulher.
Comprometer esse arranjo e promover outro que defenda o amor por alguém do mesmo gênero é simplesmente fazer do amor um ídolo, um amor ou deus “à nossa imagem e semelhança”, um amor que não nos confronte e desafie a amar aquele que é radicalmente diferente de nós (apesar de ainda sermos da mesma espécie humana, com todas as diferenças existentes entre homens e mulheres!).
O Evangelho é a proclamação pública do amor santo e imerecido de Deus por criaturas radicalmente diferentes dele. O Evangelho nos comissiona a amarmos este Deus amoroso, santo e radicalmente diferente de nós de todo o nosso ser, e a amarmos outras criaturas humanas radicalmente diferentes de nós – em casa, no trabalho, no estudo, na igreja e na sociedade como um todo (até mesmo os nossos inimigos, inclusive os que discordam das convicções expostas aqui). Mas, no casamento, este Deus santo e amoroso ordena que somente um homem e uma mulher se unam pelos laços matrimoniais, como testemunho do amor de Cristo pela Igreja, conforme revelado no Evangelho.
Qualquer coisa diferente disso não é bíblica e, muito menos, evangélica.
John McAlister é pastor titular da Catedral da Igreja Cristã Nova
Vida no Rio de Janeiro - RJ, deão acadêmico do Instituto Bispo Roberto
McAlister de Estudos Cristãos e instrutor do The Charles Simeon Trust
Brasil. É casado com Raquel e pai de dois filhos: João Felipe e Teodoro.
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