Por Márcia Barbutti
Precisamos mesmo conversar sobre política com as nossas crianças? Se elas não podem votar e não podem mudar o cenário atual, para que gastar nosso tempo com elas dessa forma?
Por outro lado... nos dias de hoje nós somos como “ilhas” cercados por política por todos os lados, nas propagandas de TV, de rádio, do som automotivo, nas revistas, jornais, “santinhos”, outdoors, mensagens no WhatsApp, no Facebook, no Instagram, conversas no trabalho, em casa, na escola, na rua, na lanchonete, na fila do supermercado, na igreja, no ponto de ônibus... e em meio a tudo isso, é ilusório pensar que nossas crianças vivem à parte dessa enxurrada de imagens, sons, ideias e discussões. Logo, é oportuna e necessária essa conversa.
Quando iniciar?
Não existe uma regra para determinar a idade mínima para essa conversa. O ideal é que a criança seja levada pela curiosidade, ou seja, à medida que ela comenta ou pergunta, iniciamos a conversa. Esse é um bom princípio, contudo não pode ser o único, pois, haverá situações nas quais precisaremos interferir. Por exemplo, conheci uma criança de seis anos que estava apreensiva porque pensava que, se determinado candidato vencesse as eleições, seu pai perderia o emprego. Muitos outros casos semelhantes a esses estão presentes nos lares do nosso país, portanto, pais e educadores precisam estar preparados para fornecer amparo e informação para seus filhos e alunos.
Como iniciar?
1. INCENTIVE O ENVOLVIMENTO LOCAL
Inicialmente, peça que a criança identifique alguns problemas locais, ou seja, o que não está bem em sua escola, rua, condomínio, igreja... Em seguida, escolha um desses lugares e foque em um ou dois problemas, e pergunte quais seriam suas sugestões para resolve-los. Auxilie a criança a ter um senso crítico quanto as próprias propostas, levando-a a refletir sobre o que é viável e não viável. O objetivo dessa conversa é levar a criança a perceber a importância do engajamento e as dificuldades que podemos enfrentar para a solução de problemas. Conversas assim reforçam o compromisso e a cidadania.
2. PERGUNTE A OPINIÃO DA CRIANÇA
Durante uma propaganda eleitoral ou outro momento cujo o foco seja as eleições, procure saber o que a criança pensa sobre as diferentes campanhas e acontecimentos. O que ela sabe e sente em relação a situação que estamos vivendo. Valorize a opinião da criança, ainda que você não compartilhe do mesmo pensamento. Aliás, se vocês divergirem, ao invés de chateação ou lamento, veja esse episódio como uma excelente oportunidade para trabalharem conflito de opiniões.
3. DEMONSTRE RESPEITO PELAS PESSOAS COM OPINIÕES CONTRÁRIAS
Com certeza sua criança já presenciou debates e embates calorosos e polarizados entre pessoas que defendem candidatos X, Y, Z. Por vezes, o clima fica tão quente, que uma faísca pode incendiar tudo. Pensando nisso, avalie sobre a forma como você trata pessoas com as quais tem divergências políticas. Ao falar sobre os candidatos e pessoas que não coadunam com as suas ideias, não leve para o lado pessoal, concentre-se nos fatos e tire qualquer sombra de sensacionalismo. Ensine sua criança a diferenciar ideias e pessoas. Podemos discordar das ideias e não termos problemas com as pessoas.
Seja um exemplo para sua criança de temperança, domínio próprio, respeito e bom humor, afinal preferência não é sinônimo de imposição.
4. AJUDE A CRIANÇA A IDENTIFICAR FAKE NEWS
Ao mesmo tempo que a internet aproxima as pessoas e facilita a comunicação, ela tem sido usada para propagar violência e ódio, não é à toa que cresce assustadoramente o número de trolls e haters, pessoas que disseminam mentiras perigosas e posicionamentos provocativos. O fakeounews.org tem excelentes dicas para você e sua criança. Destaque para os artigos “Mito ou verdade” e “Nem tudo o que você vê e ouve é real”.
5. FALE SOBRE O PAPEL DA POLÍTICA NO DIA A DIA
Somos chamados para ser sal e luz no mundo (não à parte dele), logo, ficar alheio ao que acontece ou não dar a devida importância ao cenário político no qual nos encontramos não é a postura do cristão comprometido com os valores do reino de Deus. Deixe isso claro para sua criança. Explique que política não é um assunto só para adultos, afinal tudo que é resolvido na esfera política atinge diretamente a vida de todos os cidadãos. Todos! Inclusive a vida das crianças.
Dê uma olhada no projeto Câmera Mirim e veja como educadores e crianças aprendem sobre política de forma prática e dinâmica. Mais informações aqui.
Política não tem que ser sinônimo de corrupção e roubalheira. Comente sobre a "Lei da ficha limpa" que foi uma iniciativa da sociedade civil. Veja outros exemplos positivos da sua região. Existe gente séria lá dentro e outras querendo entrar.
6. MOSTRE A IMPORTÂNCIA DA ORAÇÃO NESTE CENÁRIO
O profeta Jeremias, ao escrever uma carta aos exilados na Babilônia que tinham passado pela tragédia da invasão estrangeira e da deportação em massa, leva uma mensagem de Deus bem desafiadora: “Procurem a paz da cidade para onde eu os deportei e orem por ela ao Senhor; porque na sua paz vocês terão paz” (Jr 29.7). Longe de ser uma sugestão, conselho ou dica, orar pelos governantes é uma ordem. Paulo e Pedro deixaram isso bem claro em suas cartas (1Tm 2.1; 1Pe 2.13-17). Leia esses textos com sua criança, enfatize o controle de Deus em tudo e em todo o tempo (Sl 22.27-28; 47.8-9 e Pv) e separe um momento para orarem juntos, em especial nessa semana.
Márcia Barbutti Barreto É editora assistente da Editora Cultura Cristã, responsável pelos materiais infanto-juvenis.
Não existe uma regra para determinar a idade mínima para essa conversa. O ideal é que a criança seja levada pela curiosidade, ou seja, à medida que ela comenta ou pergunta, iniciamos a conversa. Esse é um bom princípio, contudo não pode ser o único, pois, haverá situações nas quais precisaremos interferir. Por exemplo, conheci uma criança de seis anos que estava apreensiva porque pensava que, se determinado candidato vencesse as eleições, seu pai perderia o emprego. Muitos outros casos semelhantes a esses estão presentes nos lares do nosso país, portanto, pais e educadores precisam estar preparados para fornecer amparo e informação para seus filhos e alunos.
Como iniciar?
1. INCENTIVE O ENVOLVIMENTO LOCAL
Inicialmente, peça que a criança identifique alguns problemas locais, ou seja, o que não está bem em sua escola, rua, condomínio, igreja... Em seguida, escolha um desses lugares e foque em um ou dois problemas, e pergunte quais seriam suas sugestões para resolve-los. Auxilie a criança a ter um senso crítico quanto as próprias propostas, levando-a a refletir sobre o que é viável e não viável. O objetivo dessa conversa é levar a criança a perceber a importância do engajamento e as dificuldades que podemos enfrentar para a solução de problemas. Conversas assim reforçam o compromisso e a cidadania.
2. PERGUNTE A OPINIÃO DA CRIANÇA
Durante uma propaganda eleitoral ou outro momento cujo o foco seja as eleições, procure saber o que a criança pensa sobre as diferentes campanhas e acontecimentos. O que ela sabe e sente em relação a situação que estamos vivendo. Valorize a opinião da criança, ainda que você não compartilhe do mesmo pensamento. Aliás, se vocês divergirem, ao invés de chateação ou lamento, veja esse episódio como uma excelente oportunidade para trabalharem conflito de opiniões.
3. DEMONSTRE RESPEITO PELAS PESSOAS COM OPINIÕES CONTRÁRIAS
Com certeza sua criança já presenciou debates e embates calorosos e polarizados entre pessoas que defendem candidatos X, Y, Z. Por vezes, o clima fica tão quente, que uma faísca pode incendiar tudo. Pensando nisso, avalie sobre a forma como você trata pessoas com as quais tem divergências políticas. Ao falar sobre os candidatos e pessoas que não coadunam com as suas ideias, não leve para o lado pessoal, concentre-se nos fatos e tire qualquer sombra de sensacionalismo. Ensine sua criança a diferenciar ideias e pessoas. Podemos discordar das ideias e não termos problemas com as pessoas.
Seja um exemplo para sua criança de temperança, domínio próprio, respeito e bom humor, afinal preferência não é sinônimo de imposição.
4. AJUDE A CRIANÇA A IDENTIFICAR FAKE NEWS
Ao mesmo tempo que a internet aproxima as pessoas e facilita a comunicação, ela tem sido usada para propagar violência e ódio, não é à toa que cresce assustadoramente o número de trolls e haters, pessoas que disseminam mentiras perigosas e posicionamentos provocativos. O fakeounews.org tem excelentes dicas para você e sua criança. Destaque para os artigos “Mito ou verdade” e “Nem tudo o que você vê e ouve é real”.
5. FALE SOBRE O PAPEL DA POLÍTICA NO DIA A DIA
Somos chamados para ser sal e luz no mundo (não à parte dele), logo, ficar alheio ao que acontece ou não dar a devida importância ao cenário político no qual nos encontramos não é a postura do cristão comprometido com os valores do reino de Deus. Deixe isso claro para sua criança. Explique que política não é um assunto só para adultos, afinal tudo que é resolvido na esfera política atinge diretamente a vida de todos os cidadãos. Todos! Inclusive a vida das crianças.
Dê uma olhada no projeto Câmera Mirim e veja como educadores e crianças aprendem sobre política de forma prática e dinâmica. Mais informações aqui.
Política não tem que ser sinônimo de corrupção e roubalheira. Comente sobre a "Lei da ficha limpa" que foi uma iniciativa da sociedade civil. Veja outros exemplos positivos da sua região. Existe gente séria lá dentro e outras querendo entrar.
6. MOSTRE A IMPORTÂNCIA DA ORAÇÃO NESTE CENÁRIO
O profeta Jeremias, ao escrever uma carta aos exilados na Babilônia que tinham passado pela tragédia da invasão estrangeira e da deportação em massa, leva uma mensagem de Deus bem desafiadora: “Procurem a paz da cidade para onde eu os deportei e orem por ela ao Senhor; porque na sua paz vocês terão paz” (Jr 29.7). Longe de ser uma sugestão, conselho ou dica, orar pelos governantes é uma ordem. Paulo e Pedro deixaram isso bem claro em suas cartas (1Tm 2.1; 1Pe 2.13-17). Leia esses textos com sua criança, enfatize o controle de Deus em tudo e em todo o tempo (Sl 22.27-28; 47.8-9 e Pv) e separe um momento para orarem juntos, em especial nessa semana.
Márcia Barbutti Barreto É editora assistente da Editora Cultura Cristã, responsável pelos materiais infanto-juvenis.
Nenhum comentário:
Postar um comentário