Como homem que deseja ser pai de menina, tem parentes mulheres e como noivo que deseja amar, cuidar e me entregar à minha futura esposa como Cristo se entregou à igreja (Ef. 5:25), não posso mais ficar calado.
Toda vez que me deparo com algum noticiário, sempre há pelo menos uma notícia de crime contra a mulher no Brasil, sendo, na maior parte dos casos, crimes passionais. O pior disso tudo é que os crimes são cometidos por quem deveria amar, cuidar, zelar e proteger: maridos, noivos, namorados.
Amaldiçoados em Adão, estes rascunhos masculinos se utilizam da força bruta, do envenenamento mental e da corrupção moral para atingir corpo, mente e alma de suas mulheres, fazendo da autoridade conferida por Deus aos homens (Gn. 2:15; Gn. 1:26-28) uma arma covarde e altamente destrutiva.
Em briga violenta de marido e mulher, não apenas se mete a colher, como também tudo o que for necessário para manter a mulher longe da influência e do campo de ação do agressor. Alguns cristãos têm se pronunciado contra esses crimes, mas ainda não é o bastante. Muitas mulheres que sofrem no lar se sentem inseguras em denunciar, até no âmbito da igreja.
Infelizmente, na igreja ainda há homens despreparados para entender o que é a masculinidade bíblica e até coniventes com as agressões.
Tornaram-se escassas coisas como “a luta pela donzela em perigo” porque os cavalheiros têm se acovardado ou são muito imaturos para lidar com problemas reais. Quando permitimos que mulheres sofram nas mãos desses indivíduos, não só nos tornamos covardes e omissos, mas também cúmplices da perpetuação deste crime e desta ofensa contra o próprio Criador.
A Bíblia é clara ao afirmar que “aquele que sabe fazer o bem, e não o faz, comete pecado” (Tiago 4:17). Creio que, como eleitos de Deus, nossa responsabilidade é dobrada, pois há uma exortação bíblica explícita sobre a omissão. Dar amparo às mulheres agredidas não é apenas fazer o bem, mas prestar socorro urgente a quem está em risco de morte.
Se você se diz crente em Cristo Jesus e espanca a mulher que você deveria amar, saiba que o inferno está mais próximo de você do que o está para o mais blasfemo dos homens.
O apóstolo Paulo diz em I Timóteo 5:2 que devemos tratar "as mulheres idosas como mães; às jovens, como irmãs, com toda a pureza". No versículo 8 continua sua explanação: "mas se alguém não cuida dos seus, especialmente dos DE SUA FAMÍLIA (grifo nosso), tem negado a fé e é pior que um descrente".
Sabemos que, como corpo, nosso conceito de família está aquém dos laços de sangue, abrangendo a família espiritual formada pelos membros do corpo de Cristo.
Como você tem se comportado diante das moças ao seu redor? Tem cuidado dos seus? Na sua congregação esses abusadores são levados a uma crise de consciência de maneira a produzir neles um genuíno arrependimento de pecados que resultem em deixar de praticar esses crimes, ou se sentem "em casa" por não serem censurados ou não lidarem com homens valentes suficientes para temerem uma resposta à altura dos crimes cometidos?
Sei que são situações complicadas, em que se envolver pode ser perigoso. Por isso, não soltarei apenas o “faça algo” sem dizer o que, de fato, deve ser feito.
- A Central de Atendimento à Mulher possui um número que você pode ligar para fazer denúncias: 180. Esse número deve ser acionado se você sabe que alguma mulher vem sendo coagida, ameaçada ou agredida. É importante ter detalhes sobre as informações, como nomes e endereços.
- Obviamente, se você sabe de uma situação de emergência que precise de uma interferência rápida, o mais indicado é ligar para o 190.
Mas e o papel da igreja? Bem, creio que falar sobre isso abertamente, nos púlpitos, inclusive, trará mais atenção ao assunto. Pense na irmã que vai ao culto semanalmente, ouve lindos sermões sobre casamento, sobre o papel da mulher e do marido, mas nunca ouviu uma abordagem sobre o crime/pecado que seu marido comete contra ela. Será que essa irmã está se sentindo acolhida e segura o bastante para compartilhar o que está acontecendo no seu dia a dia?
Será que estamos preparados para ouvir esse tipo de problema? Qual seria nossa reação ao ouvir de uma membro fiel da igreja que seu marido (que também pode ser membro) a espanca esporadicamente ou com frequência?
Se não tivermos amor por essas almas, se não tivermos compaixão delas, que propósito tem a igreja?
Talvez por sermos omissos, os movimentos anticristãos acabam sendo tão sedutores. Pois se não abrirmos a porta, se não abraçarmos as vítimas, esses movimentos abrirão. E não deslegitimo a luta deles contra a violência doméstica. Mas quero acreditar que, como povo Deus, e seguidores de Cristo, sejamos os principais na defesa (também) às mulheres. Não adianta criticar movimento A ou B se não temos coragem de ir ao campo de batalha. Se consideramos seguir a vida correta (a vida em Cristo) e temos a ferramenta correta (a Palavra de Deus) devemos, de verdade, fazer algo a respeito.
Danilo Aires e Fernanda Araújo
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