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Ao longo dos anos, a mulher tem lutado para ter seu espaço na sociedade. Muitas destas lutas vieram dos movimentos feministas que assumiram diversas bandeiras no correr da história. A primeira expressão de reivindicações surgiu quase que de forma simultânea na França, no Reino Unido e nos Estados Unidos, entre os séculos XIX e XX, com as “sufragistas”, movimento que defendia o direito de voto das mulheres.
Ainda nesta primeira onda, o feminismo
não apresentava um certo antagonismo ao sexo masculino e à sociedade
patriarcal, mas sim a luta pelos direitos da mulher, como o direito ao
voto, por exemplo. A partir dos anos 70, começa a surgir um feminismo
mais radical, com pautas mais filosóficas e ideológicas, onde a
identidade de um passa a ser perigo para o outro.
Nesta fase onde o feminismo assume uma relação filosófica e
ideológica, tenta-se aniquilar, de vez, as diferenças entre homens e
mulheres. Surge daí a ideologia de gênero que propõe a tese de que o
sexo feminino e o masculino são uma “construção social”. No topo desta
questão está a pensadora Simone de Beauvoir com o livro “O Segundo
Sexo”, obra que marca o feminismo radical. O livro começa com estas
palavras:
“Ninguém nasce mulher: torna-se
mulher. Nenhum destino biológico, psíquico, econômico, define a forma
que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da
civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o
castrado que qualificam de feminino.”
Nesta perspectiva, a Congregação para a
Doutrina da Fé, presidida pelo então Cardeal Joseph Ratzinger, diz do
perigo desta ideologia de gênero que tentou extinguir as diferenças
sexuais entre o homem e a mulher:
“Uma tal antropologia, que entendia
favorecer perspectivas igualitárias para a mulher, libertando-a de todo o
determinismo biológico, acabou, de fato, por inspirar ideologias que
promovem, por exemplo, o questionamento da família por sua índole
natural bi-parental, ou seja, composta de pai e de mãe, à equiparação da
homossexualidade à heterossexualidade, um novo modelo de sexualidade
polimórfica” (Carta aos bispos da Igreja Católica sobre a colaboração do homem e da mulher na Igreja e no mundo)
Veja o vídeo sobre o feminismo
“O feminismo foi criando na
mulher uma autossuficiência, como se ela não precisasse do homem nem
para ter filhos; mas nós sabemos que a grande desgraça da
autossuficiência é que ela fecha a pessoa para o amor”, diz Emmir Nogueira, formadora geral da Comunidade Shalom
Esta onda do feminismo chegou aos anos 60
e 70 com uma forte bandeira ideológica somada às grandes revoluções
sociais. Com a pílula anticoncepcional, a mulher passou a colocar, no
rol dos seus direitos, o sexo livre, a independência sobre seu corpo e a
exigência do aborto como um direito humano.
Por que o movimento feminista foi
assumindo bandeiras ideológicas ao longo dos anos? Para a doutora em
ciências biológicas da Universidade de Brasília, Lenise Garcia Teixeira,
o movimento feminista teve papel importante na luta dos direitos da
mulher na sociedade, mas foi sendo contaminado ideologicamente ao longo
de sua história. “As mulheres que valorizam um feminismo mais
feminino e a maternidade deveriam ser mais pró ativas, pois, muitas
vezes, não participam das conferências de mulheres. Neste vácuo, que
estas outras mulheres deixam, é que entram as ideias de um feminismo
agressivo que, na verdade, não defende os direitos da mulher”, diz Lenise Garcia.
O feminismo possui, ainda hoje, relevante
importância na conquista dos direitos da mulher e na luta contra a
discriminação dela. Vemos, por exemplo, a luta contra a violência
doméstica e sexual, a luta por melhores condições de trabalho e salários
dignos; no entanto, bandeiras ideológicas contra a vida e a família
ainda fazem parte da bandeira do movimento.
“Eu penso que, agora, muitas mulheres
estão acordando para o fato de que o feminismo deve, cada vez mais,
assumir um modelo feminino”, diz a doutora em Ciências Biológicas da
Universidade de Brasília.
O problema do movimento feminista foi, em
primeira instância, tentar sobrepor a mulher ao homem num antagonismo
antropológico e, depois, eliminar as diferenças entre homens e mulheres,
promovendo uma “guerra dos sexos”.
Desta forma, nos lembra o Cardeal Joseph Ratzinger:
“Qualquer perspectiva que
pretenda se propor como luta dos sexos, não passa de uma ilusão e
perigo, pois desembocaria em situações de segregação e de competição
entre homens e mulheres, promovendo um solipsismo que se nutre de uma
falsa concepção da liberdade.”
https://destrave.cancaonova.com/o-feminismo-e-a-luta-dos-sexos/
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