Abri a porta do consultório e dei as boas vindas ao casal. Cumprimentaram-me friamente, um tanto constrangidos. Eram bem jovens, os dois, mas eu podia perceber pelo olhar e pelo semblante, que estavam tensos e haviam discutido, no trajeto.
O tanto quando pude, procurei colocá-los à vontade. Aos poucos, fui tomando conhecimento da triste história.Haviam sido muito ricos e vivido com todo o conforto que se pode imaginar. Mas perderam tudo e agora lutavam, desesperadamente, para sobreviver.
À medida que a sessão prosseguia, fui percebendo a dinâmica na qual funcionavam. Era uma dinâmica que se manifestava através do tão humano e tão conhecido mecanismo da troca de acusações.
Ele a culpava por tudo. Dizia-lhe que fora induzido por suas solicitações a investir toda a sua fortuna num mal negócio que ela insistira ser o melhor de suas vidas. O lucro prometido parecia ser imenso.
Ela, exasperada, não aceitava a acusação. Retrucava, veementemente que o responsável havia sido a corretora da bolsa, que lhe enganara com uma falsa indicação. Ela apenas seguiu os conselhos dela. Mas em nenhum momento havia deixado o marido fora disso.
Enquanto eles trocavam farpas, durante todo o tempo em que as acusações eram feitas, eu olhava-os com pena e não podia conter a minha compaixão. Tão jovens ainda. Tão bonitos também.
Mas, incrivelmente, imaturos. Como poderia ajudá-los, sem não eram capazes de assumir a responsabilidade pelos erros que, claramente, tinham tido participação os dois?
"Foi você que comeu aquela fruta e causou a nossa miséria" – dizia ele. "Mas você também provou dela, lembra-se disso?" – respondia ela, entre irônica e irritada.
"Foi sua culpa, Eva, admita logo!" – ele se exasperava.
"A culpa foi daquela serpente que você permitiu entrar em nosso Jardim, Adão" – redargüia ela, com veemência.
"E por causa dela e de sua falta de cuidado para comigo, perdemos tudo. Você não compreende que fui induzida em tudo?" – ela lamentava, já sem conseguir segurar o pranto.
Não, querido leitor ou leitora que me acompanharam até aqui. Eu jamais aconselhei Adão e Eva, como dei a entender, pela história acima. Ela apenas ilustrou o que se passou, perante Deus, lá no Jardim do Éden, com os nossos primeiros pais.
Coloquei-a aqui para demonstra que ainda hoje ela se repete e é por demais conhecida por todos os terapeutas e conselheiros matrimoniais.
E como no início, suas consequências continuam avassaladoras, se não houver um reconhecimento dos erros, um genuíno e mútuo pedido de perdão.
O reconhecimento dos erros, a aceitação das própria fragilidades, o pedir e o liberar perdão produzem aceitação, crescimento e maturidade emocional.
Quando isso acontece, a relação torna-se terna e compreensiva; a educação dos filhos, a dinâmica do lar, o trabalho, os negócios, os estudos; tudo isso passa por um "upgrade" abençoador.
Procure lembrar-se disso, antes de apontar o dedo, a próxima vez. É muito fácil colocar alguém na "cadeira dos réus", com acusações.
Mas, embora difícil, é um gesto muito nobre, que produz bênçãos maravilhosas, trocar de papéis e sentar-se, espontaneamente, lá.
Que a luz de Cristo ilumine nossas mentes e corações!
O tanto quando pude, procurei colocá-los à vontade. Aos poucos, fui tomando conhecimento da triste história.Haviam sido muito ricos e vivido com todo o conforto que se pode imaginar. Mas perderam tudo e agora lutavam, desesperadamente, para sobreviver.
À medida que a sessão prosseguia, fui percebendo a dinâmica na qual funcionavam. Era uma dinâmica que se manifestava através do tão humano e tão conhecido mecanismo da troca de acusações.
Ele a culpava por tudo. Dizia-lhe que fora induzido por suas solicitações a investir toda a sua fortuna num mal negócio que ela insistira ser o melhor de suas vidas. O lucro prometido parecia ser imenso.
Ela, exasperada, não aceitava a acusação. Retrucava, veementemente que o responsável havia sido a corretora da bolsa, que lhe enganara com uma falsa indicação. Ela apenas seguiu os conselhos dela. Mas em nenhum momento havia deixado o marido fora disso.
Enquanto eles trocavam farpas, durante todo o tempo em que as acusações eram feitas, eu olhava-os com pena e não podia conter a minha compaixão. Tão jovens ainda. Tão bonitos também.
Mas, incrivelmente, imaturos. Como poderia ajudá-los, sem não eram capazes de assumir a responsabilidade pelos erros que, claramente, tinham tido participação os dois?
"Foi você que comeu aquela fruta e causou a nossa miséria" – dizia ele. "Mas você também provou dela, lembra-se disso?" – respondia ela, entre irônica e irritada.
"Foi sua culpa, Eva, admita logo!" – ele se exasperava.
"A culpa foi daquela serpente que você permitiu entrar em nosso Jardim, Adão" – redargüia ela, com veemência.
"E por causa dela e de sua falta de cuidado para comigo, perdemos tudo. Você não compreende que fui induzida em tudo?" – ela lamentava, já sem conseguir segurar o pranto.
Não, querido leitor ou leitora que me acompanharam até aqui. Eu jamais aconselhei Adão e Eva, como dei a entender, pela história acima. Ela apenas ilustrou o que se passou, perante Deus, lá no Jardim do Éden, com os nossos primeiros pais.
Coloquei-a aqui para demonstra que ainda hoje ela se repete e é por demais conhecida por todos os terapeutas e conselheiros matrimoniais.
E como no início, suas consequências continuam avassaladoras, se não houver um reconhecimento dos erros, um genuíno e mútuo pedido de perdão.
O reconhecimento dos erros, a aceitação das própria fragilidades, o pedir e o liberar perdão produzem aceitação, crescimento e maturidade emocional.
Quando isso acontece, a relação torna-se terna e compreensiva; a educação dos filhos, a dinâmica do lar, o trabalho, os negócios, os estudos; tudo isso passa por um "upgrade" abençoador.
Procure lembrar-se disso, antes de apontar o dedo, a próxima vez. É muito fácil colocar alguém na "cadeira dos réus", com acusações.
Mas, embora difícil, é um gesto muito nobre, que produz bênçãos maravilhosas, trocar de papéis e sentar-se, espontaneamente, lá.
Que a luz de Cristo ilumine nossas mentes e corações!
Tony Ayres
Read more: http://psicoterapeutacristao.blogspot.com/2009_05_01_archive.html#ixzz1KaQVtkIc
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