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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Lésbica, psicóloga renomada diz que homossexuais “não nascem assim” e que a prática é uma escolha


Resultado de imagem para ideologia de genero em 24 de novembro de 2016



A afirmação de que a prática homossexual é um comportamento soa como ofensa aos ativistas gays, porque nesse contexto, a prática homossexual poderia ser, de alguma forma, desestimulada. No entanto, uma das principais ativistas LGBT dos Estados Unidos, psicóloga, afirmou que a homossexualidade é uma escolha.

Lisa Diamond, uma psicóloga renomada, lésbica e uma das principais pesquisadoras da Associação Americana de Psicologia (APA, na sigla em inglês), declarou que a homossexualidade não é inerente ao ser humano, mas sim, uma prática que pode ser adotada a partir das experiências de vida do indivíduo.

A afirmação de Lisa está no “Manual de Sexualidade e Psicologia” da APA, onde ela frisa que a orientação sexual é “fluida” e não permanente.

De acordo com informações do site LifeNews, as declarações de Lisa motivaram outra psicóloga, Laura A. Haynes, a produzir um ensaio sobre o assunto. Em uma entrevista, Laura afirmou que “a batalha para refutar [a tese de] que homossexuais ‘nasceram dessa maneira e não podem mudar’ está acabada, pois [Lisa Diamond] está dizendo aos ativistas LGBT para pararem de promover esse mito”.

No manual da APA, Lisa Diamond deixa transparecer que a comunidade científica sabe que o que se vem propagando a respeito da homossexualidade é uma falácia: “Diretamente contrária à sabedoria convencional que indivíduos com exclusivas atrações pelo mesmo sexo representam o ‘tipo’ prototípico de indivíduos de minorias sexuais e que aqueles com padrões de atração bissexuais são raras exceções, o oposto é verdadeiro. Indivíduos com padrões não-exclusivos de atração são indiscutivelmente a ‘norma’, e aqueles com exclusivas atrações do mesmo sexo são a exceção (v.1, p.663). A maioria das pessoas que experimentam a atração pelo mesmo sexo também já sentiu atração pelo sexo oposto”, frisou a pesquisadora.

O novo posicionamento da pesquisadora e psicóloga, ela mesma homossexual, alarmou a ala ativista da comunidade LGBT. Em uma palestra, Lisa Diamond sugeriu que os gays e lésbicas parem de se esconder atrás do vitimismo.

“Como representante de uma comunidade, eu sinto que os ativistas LGBT têm que parar de dizer: ‘Por favor, nos ajude. Nós nascemos assim, e não podemos mudar’. Parem de usar isso como um argumento para legitimação permanente. Eu não acho que precisamos desse argumento, e isso vai nos prejudicar, porque agora sabemos que há dados suficientes lá fora para refutar esse argumento. O outro lado está ciente do quanto nós estamos cientes disso”, sugeriu.

A conclusão de Lisa Diamond sobre a questão, a partir de seus estudos, é coerente com sua própria experiência, já que ela se tornou lésbica apenas em 2011, há cinco anos. Sua postura, como uma das mais respeitadas especialistas dos Estados Unidos, é um recado para que a sexualidade dessa minoria deixe de ser usada como artifício político, algo que acontece também no Brasil.

Perseguição

A psicóloga Marisa Lobo, cristã, ativista pró-vida, chegou a ser cassada pelo Conselho Regional de Psicologia (CRP) do Paraná, por conta de sua declaração pública de fé. A postura da especialista sobre sua confissão de fé foi usada como artifício para chantageá-la a mudar suas afirmações de que ex-homossexuais existem e que ninguém nasce gay.

Como o processo inicial de cassação foi revertido no Supremo Tribunal Federal (STF), Marisa agora está sendo alvo de uma nova investigação do CRP-PR por suas declarações a respeito da homossexualidade.

“Se o ser humano é livre fluido, como pode ser estático quando o assunto é homossexualidade? É um oportunismo ativista político LGBT e não uma realidade. Chega de propagar mentiras.Temos que enfrentar esse movimento político que está promovendo há anos essa mentira”, afirmou, em contato com o Gospel+. O novo posicionamento da especialista norte-americana é um reforço no argumento de Lobo em sua defesa contra as acusações do CRP-PR.
 
 
https://noticias.gospelmais.com.br/psicologa-renomada-homossexuais-nao-nascem-assim-escolha-86943.html 
 
 

terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Psiquiatra alerta para efeito desastroso da cirurgia de mudança de sexo: “É castração”


 
Segundo a Dra. Akemi Shiba, uma cirurgia de mudança de sexo pode surtir efeitos 
desastrosos na vida de quem se submete ao procedimento. (Foto: Russia Beyond)

A cirurgia de mudança de sexo pode ter efeitos desastrosos na vida que passa por ela. O alerta é da psiquiatra gaúcha Akemi Shiba, que tem buscado alertar sobre o perigo dos diagnósticos de disforia de gênero que têm sido feitos, segundo ela, de maneira precoce e sem o estudo aprofundado de cada caso.

Em entrevista exclusiva por telefone à TV Jornal da Cidade Online, Dra. Akemi falou sobre a possibilidade de o Brasil e diversos outros países ocidentais estarem vivendo uma “epidemia de transgêneros”, que ainda não tem uma explicação certa, mas segundo ela, precisa ser analisada e seguida de perto.

A psiquiatra alertou que o número de jovens, adolescentes e até mesmo crianças que começam a fazer a tratamentos com bloqueadores de puberdade para trocar de gênero tem aumentado assombrosamente e que eles dão início a tal procedimento cada vez mais cedo.

Segundo a psiquiatra que é especialista no assunto, a comunidade médica fez um abaixo assinado, para solicitar a revogação da Resolução nº 2.265/2019 do Conselho Federal de Medicina (CFM), que diminui a idade para realização da cirurgia, de 21 anos para 18 anos, e de 18 anos para 16 anos para realizar hormonioterapia.

“Agora eles aprovaram o bloqueio da puberdade, ou seja, nos primeiros sinais de desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários, a criança já pode receber os hormônios para bloquear o desenvolvimento da puberdade. Não existem estudos a longo prazo que mostrem os malefícios que isso pode trazer, em um momento de grande desenvolvimento cerebral, que efeitos podem acarretar no cérebro. Como eles estão baixando as idades, resolvemos nos manifestar e começar a levantar essa discussão mais intensamente”, explicou a médica.

Akemi também alertou que as proporções que as acusações de “transfobia” têm tomado atualmente são preocupantes.

“Dizem que quem é contra a conduta de afirmação de gênero é contra a comunidade LGBT, isso é uma maneira de calar as pessoas. Juntam uma coisa com a outra para fazer de conta que é verdade”, destacou.

Mascarando a gravidade

A psiquiatra ainda ressaltou que há uma estratégia do ativismo LGBT para tornar um procedimento invasivo e agressivo como o tratamento hormonal e a cirurgia de mudança de sexo algo “normal”. O movimento LGBT chega a classificar tais procedimentos, não como uma mudança drástica, mas sim como uma “readequação da anatomia ao sexo psíquico”.

“Os ativistas LGBT estão querendo despatologizar [descaracterizar como doença] a disforia de gênero, ou seja, querem mudar as palavras, ao invés de tratamento cirúrgico, seria uma readequação da anatomia com o sexo psíquico. Temos que usar as palavras como elas devem ser, é castração, são retirados os órgãos, é uma coisa muito grave, vai definir a vida da pessoa”, disse ela. “A nossa preocupação é com a precipitação e a pressa para fazer um tratamento e chegar à cirurgia de transgenitalização, que pode ter uma repercussão desastrosa na vida de uma pessoa se ela for diagnosticada com disforia de gênero transitória, que provavelmente, muitos casos são”.

“Existem outros problemas também. A cirurgia de menino para menina, na qual se retiram o pênis e testículos, fazendo uma neovagina, é relativamente tranquila. Mas a cirurgia de menina para menino é muito complicada, tem que fazer várias. Uma das técnicas, a mais aceitável, é botar extensor no clitóris, botar prótese para os testículos, e podem ocorrer complicações na uretra, fístulas, estenoses, e o pênis fica minúsculo, não fica igual”, acrescentou.

Akemi ainda alertou que os adolescentes ainda não têm maturidade suficiente para tomar uma decisão que irá definir o restante de sua vida.

“O adolescente não tem muita ideia do que ele quer para a vida dele, então não é uma época boa para tomar decisões dessa magnitude. Existem os grupos ativistas que estão preconizando essa conduta de afirmação de gênero, e as pessoas que estão perdidas, que se arrependeram? Não tem nenhum grupo ativista em prol deles”, destacou.
 
 
https://guiame.com.br/gospel/noticias/psiquiatra-alerta-para-efeito-desastroso-da-cirurgia-de-mudanca-de-sexo-e-castracao.html?
 
 

sábado, 7 de julho de 2018

Ideologia de Gênero, Agenda LGBT e o Evangelho: o que está em jogo?




Pura e simplesmente, a integridade do Evangelho. Explico.

Na discussão crescente sobre a inserção da ideologia de gênero na base curricular nacional e da promoção dos valores do lobby LGBT na sociedade, há muitas coisas em jogo: a conservação do arranjo familiar tradicional, a autonomia dos pais na educação e orientação sexual dos seus filhos e a proteção psicológica, social e moral das crianças (para aqueles que ainda acreditam nessas coisas, como eu). Tudo isso certamente está em jogo. Mas, há algo ainda mais importante.
 
O que está em jogo é a autoridade suprema e final das Escrituras Sagradas, resumida no mote protestante Sola Scriptura. Para os herdeiros e adeptos da Reforma Protestante, somos um povo Sola Scriptura, que vê nas Escrituras Sagradas a nossa autoridade final de fé e prática. Sola Scriptura não se rende ao mote dos nossos tempos: sola cultura. É a Palavra que julga toda cultura, não a cultura que julga a Palavra.

Como outros tem mostrado mais a fundo, a Palavra de Deus só conhece um arranjo como normativo e aceitável: a união monogâmica heterossexual. Esse foi o padrão estabelecido por Deus no Jardim do Éden (Gn 1.26-28; 2.23-25), conforme registrado e defendido por Moisés (Ex 20.14); tal padrão foi autenticado pelo Senhor Jesus Cristo (Mt 19.4-6) e citado pelo apóstolo Paulo como sendo um fiel retrato da aliança entre Cristo e a Igreja (Ef 5.22-33). Portanto, as Escrituras só reconhecem um padrão como sendo aceitável e normativo para todos os homens e mulheres, em todos os lugares e em todos os tempos.

Curiosamente, ao refletir sobre a união entre marido e esposa no arranjo matrimonial, Paulo enxerga nisso um retrato público e visível da união entre Cristo e a Igreja (Ef 5.23-25). A aplicação direta que Paulo faz desse princípio é a natureza insubstituível do papel de um homem e uma mulher no casamento: um não pode cumprir o papel do outro, assim como os papeis de Cristo e da Igreja não são intercambiáveis. No caso, o marido é o “cabeça” (autoridade) da mulher assim como Cristo é o “cabeça” da Igreja. E não, isso não confere um “cheque em branco” para o domínio tirânico do homem sobre a mulher. Pelo contrário, ele deve representar bem em seu lar a autoridade espiritual, sacrificial e amorosa de Cristo, ao qual todo marido responderá no Último Dia.
Mas, creio que podemos legitimamente estender a aplicação original da metáfora de Paulo para incluir o debate em questão. Assim como os papeis do homem e da mulher não são intercambiáveis no casamento, eles só podem ser cumpridos por um homem e uma mulher. Não um homem e outro homem, nem uma mulher e outra mulher (ou qualquer outra variação criativa da nossa época). Mexer nesse arranjo bíblico significaria adulterar o retrato público, visível e terreno mais próximo da aliança entre Cristo e a Igreja, sacramentada no Evangelho. E quem teria maior interesse em adulterar esse retrato a não ser os que desejam adulterar o próprio Evangelho?

Mas, o Evangelho não é a declaração do amor de Deus por pecadores? É sim. O evangelho é a declaração do grande amor de Deus por pecadores. Deus é amor. Mas o amor – tal qual definido pela nossa cultura desde a década de 1960 como sendo “livre”, ou seja, sem nenhuma restrição ou submissão a uma autoridade alheia ou externa – esse tipo de amor não é Deus. Deus é amor santo, distinto, único. Tal distinção foi selada no sacrifício do seu Filho Unigênito, Jesus Cristo, na Cruz do Calvário, por pecadores indignos desse amor como eu e você. E, em parte, tal distinção do amor de Deus é revelada neste mundo, segundo o apóstolo Paulo, pelo amor sacrificial conjugal entre seres humanos de gêneros distintos: um homem e uma mulher.

Comprometer esse arranjo e promover outro que defenda o amor por alguém do mesmo gênero é simplesmente fazer do amor um ídolo, um amor ou deus “à nossa imagem e semelhança”, um amor que não nos confronte e desafie a amar aquele que é radicalmente diferente de nós (apesar de ainda sermos da mesma espécie humana, com todas as diferenças existentes entre homens e mulheres!).

O Evangelho é a proclamação pública do amor santo e imerecido de Deus por criaturas radicalmente diferentes dele. O Evangelho nos comissiona a amarmos este Deus amoroso, santo e radicalmente diferente de nós de todo o nosso ser, e a amarmos outras criaturas humanas radicalmente diferentes de nós – em casa, no trabalho, no estudo, na igreja e na sociedade como um todo (até mesmo os nossos inimigos, inclusive os que discordam das convicções expostas aqui). Mas, no casamento, este Deus santo e amoroso ordena que somente um homem e uma mulher se unam pelos laços matrimoniais, como testemunho do amor de Cristo pela Igreja, conforme revelado no Evangelho.

Qualquer coisa diferente disso não é bíblica e, muito menos, evangélica.


Por: John McAlister. © Voltemos ao Evangelho. Website: voltemosaoevangelho.com. Todos os direitos reservados. Original: Ideologia de Gênero, Agenda LGBT e o Evangelho: o que está em jogo?

John McAlister é pastor titular da Catedral da Igreja Cristã Nova Vida no Rio de Janeiro - RJ, deão acadêmico do Instituto Bispo Roberto McAlister de Estudos Cristãos e instrutor do The Charles Simeon Trust Brasil. É casado com Raquel e pai de dois filhos: João Felipe e Teodoro.


domingo, 14 de janeiro de 2018

40 perguntas para cristãos apoiando a bandeira do arco-íris





Para os evangélicos que lamentam a decisão da Suprema Corte americana da última Sexta-Feira (26 de Junho de 2015), os últimos dias foram difíceis. Não estamos pedindo que sintam pena de nós, nem imagino que muitas pessoas estejam dispostas a isso. Nossa dor não é sagrada. Tomar decisões legais e teológicas baseadas no que faz as pessoas se sentirem bem é parte do que nos levou a toda essa bagunça, para começo de conversa. De qualquer forma, é doloroso.

Há muitas razões para o nosso lamento, desde o medo de que a liberdade religiosa nos seja tirada a preocupações com ostracismo social e marginalização cultural. Mas de todas as coisas que nos entristecem, talvez a que seja mais difícil é ver alguns de nossos amigos, alguns de nossos familiares e algumas pessoas que já sentaram ao nosso lado na igreja dando seu “amém” para uma prática que nós ainda cremos que seja pecado e para uma decisão que cremos ser ruim para todo o país. Uma coisa é a nação inteira dar uma festa da qual não podemos participar em boa consciência. É outra completamente diferente olhar ao redor para vermos se não estamos sozinhos e descobrir que nossos amigos estão na pista de dança. Nós pensávamos que o arco-íris era um sinal de Deus (Gênesis 9.8-17).

Se você se considera um cristão que crê na Bíblia, um seguidor de Jesus cujo fim principal é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre, há algumas questões importantes que eu espero que você considere antes de levantar a bandeira e saudar a revolução sexual. Essas questões não são meramente retóricas ou irônicas. São perguntas sinceras, que eu espero que levem meus irmãos e irmãs com seus novos avatares multicoloridos a pararem e pensarem sobre a bandeira que estão hasteando.
  1. Desde quando você acredita que o casamento gay é algo para ser celebrado?
  2. Quais versículos da Bíblia te levaram a mudar de ideia?
  3. Como você argumentaria, a partir da Escritura, que a atividade sexual entre duas pessoas do mesmo sexo é uma bênção a ser celebrada?
  4. Quais versos você usaria para mostrar que o casamento entre pessoas do mesmo sexo pode representar adequadamente Cristo e a igreja?
  5. Você acredita que Jesus não teria problemas com comportamento homossexual consensual entre adultos em um relacionamento comprometido?
  6. Se sim, por que Ele reafirmou a definição de Gênesis de que o casamento é entre um homem e uma mulher?
  7. Quando Jesus falou contra a porneia, quais pecados você acha que ele estava proibindo?
  8. Se algum comportamento homossexual é aceitável, como você entende a “mudança” pecaminosa que Paulo destaca em Romanos 1?
  9. Você acredita que passagens como 1 Coríntios 6.9 e Apocalipse 21.8 ensinam que a imoralidade sexual pode te afastar do céu?
  10. A quais pecados sexuais você pensa que essas passagens se referem?
  11. Quando você pensa na longa história da igreja e sua reprovação quase universal da atividade homossexual, qual parte da Bíblia você entendeu e Agostinho, Calvino e Lutero não entenderam?
  12. Quais argumentos você usaria para explicar para os cristãos da África, Ásia e América do Sul que o entendimento deles sobre a homossexualidade é biblicamente incorreto e o seu novo entendimento não é condicionado pela cultura?
  13. Você acredita que Hillary Clinton e Barack Obama, entre outros políticos, foram motivados por arrogância e preconceito quando, por quase todas as suas vidas, até pouco tempo atrás, definiram o casamento como o relacionamento pactual entre um homem e uma mulher?
  14. Você pensa que crianças se sairão melhor com uma mãe e um pai?
  15. Se não, qual pesquisa você apresentaria para apoiar essa conclusão?
  16. Se sim, a igreja ou o estado tem algum papel em promover ou privilegiar as condições para que as crianças tenham uma mãe e um pai?
  17. O propósito e o fim do casamento apontam para algo maior do que a realização emocional e sexual de um adulto?
  18. Como você define casamento?
  19. Você acredita que parentes próximos deveriam poder se casar?
  20. O casamento deveria ser limitado a apenas duas pessoas?
  21. Com base em quê, se há alguma, você impediria adultos em consentimento, com qualquer grau de parentesco ou em qualquer número, de se casarem?
  22. Deveria haver um requisito mínimo de idade para se obter uma licença de casamento?
  23. Igualdade implica que qualquer um que deseje se casar possa ter qualquer tipo de relacionamento definido como casamento?
  24. Se não, por que não?
  25. Irmãos e irmãs em Cristo que discordam da prática homossexual deveriam poder exercitar suas crenças religiosas sem medo ou punição, retribuição ou coerção?
  26. Você vai defender seu amigo cristão quando seu empregos, seu crédito, sua reputação e sua liberdade forem ameaçados por conta dessa questão?
  27. Você vai se posicionar contra o bullying e a opressão de todos os tipos, quer seja contra gays e lésbicas ou contra evangélicos e católicos?
  28. Como a igreja evangélica tem falhado frequentemente em levar a sério os divórcios não bíblicos e outros pecados, quais passos você vai tomar para se certificar que os casamentos gays sejam saudáveis e de acordo com os princípios da Escritura?
  29. Casais gays em relacionamentos abertos devem ser sujeitos à disciplina eclesiástica?
  30. É pecado pessoas LGBT se envolverem em atividades sexuais fora do casamento?
  31. O que as igrejas abertas e inclusivas farão para falar profeticamente contra divórcio, fornicação, pornografia e adultério, quando estes forem descobertos?
  32. Se “o amor vence”, como você define amor?
  33. Quais versos você usa para estabelecer essa definição?
  34. Como a obediência aos mandamentos de Deus molda nosso entendimento de amor?
  35. Você acredita que é possível amar alguém e discordar de decisões importantes que ela tome?
  36. Se apoiar o casamento gay é uma mudança para você, mais alguma outra coisa mudou no seu entendimento da fé?
  37. Enquanto evangélico, como o seu apoio ao casamento gay te ajudou a se tornar mais apaixonado pelos distintivos evangélicos tradicionais, como foco no novo nascimento, o sacrifício substitutivo de Cristo na cruz, a confiabilidade total da Bíblia e a necessidade urgente de evangelizar os perdidos?
  38. Quais igrejas abertas e inclusivas você apontaria como lugares onde pessoas estão sendo convertidas ao Cristianismo ortodoxo, pecadores estão sendo alertados do julgamento e chamados ao arrependimento e missionários estão sendo enviados para plantar igrejas entre os povos não alcançados?
  39. Você espera estar mais comprometido com a igreja, com Cristo e com as Escritura nos próximos anos?
  40. Quando Paulo exorta “os que tais coisas praticam” e aqueles que “aprovam os que assim procedem”, quais pecados você pensa que ele tinha em mente?

Algo para se pensar. No mínimo, algo para mastigar antes de engolir tudo que o mundo e o Facebook colocam em nossos pratos.


Livro que indicamos

O livro “O que a Bíblia ensina sobre a homossexualidade?”, do premiado autor Kevin DeYoung, chega na hora certa e desafia cada um de nós – céticos ou interessados, seguros ou confusos – a olhar humildemente o que a Palavra de Deus diz sobre o assunto da homossexualidade.

DeYoung examina importantes passagens da Bíblia e o seu ensino sobre a sexualidade, e responde às questões e objeções que têm sido levantadas por cristãos e não cristãos sobre este assunto, tornando este livro uma leitura indispensável para se considerar biblicamente uma das questões mais debatidas e controversas de nossos dias.


http://voltemosaoevangelho.com/blog/2018/01/40-perguntas-para-cristaos-apoiando-bandeira-do-arco-iris/

sábado, 28 de novembro de 2015

A prática homossexual é igual a qualquer outro pecado?¹




Em meu trabalho sobre a Bíblia e a prática homossexual, com frequência deparo com o seguinte argumento: (1) nenhum pecado é pior do que qualquer outro pecado;2 portanto, (2) a prática homossexual não é pior do que nenhum outro pecado. Normalmente é feita, então, comparação com pecados aos quais muitas vezes os cristãos fazem concessões (como glutonaria ou recasamento após divórcio), em vez de com pecados aos quais não se fazem concessões (como incesto e homicídio), como uma forma de calar totalmente a oposição cristã à prática homossexual ou de argumentar que participantes confessos da prática homossexual ainda assim ‘vão para o céu’. Até mesmo muitos evangélicos que não apoiam a prática homossexual nem eximem do julgamento divino quem persiste nela sem se arrepender subscrevem a essas duas visões.
Às vezes tais afirmações são reforçadas por analogia, como quando Alan Chambers, ex-líder do ministério Exodus International, declarou na noite de abertura da sessão geral da conferência de Exodus International em 2012: ‘Jesus não ficou suspenso na cruz um pouquinho mais por aqueles que ... tenham se envolvido com atração por pessoas do mesmo sexo ou que tenham sido gays ou lésbicas’. Isto soa como uma bela frase de efeito e pode até ajudar quem pense que a prática homossexual é ruim demais para ser perdoada por Deus. Mas não prova a afirmação de que não existe nenhuma ‘hierarquia de pecados’. A duração de tempo em que Jesus ficou suspenso na cruz é irrelevante. É o fato da morte de Jesus que conta para a expiação. Nem tampouco se está argumentando que a morte de Jesus não pode cobrir grandes pecados. Cobre ‘pecadinhos’ e ‘pecadões’ daqueles que se arrependem e creem no evangelho.

De forma simples, a cobertura universal do pecado efetuada por Cristo por meio de sua morte na cruz não significa que todos pecados são iguais em todos aspectos, mas apenas que todos pecados são iguais em um aspecto: são todos cobertos. Se não o fossem, ninguém entraria no reino, pois Deus é tão santo que qualquer pecado impediria a entrada de qualquer pessoa, caso o mérito moral fosse a base da aceitação. Por analogia, alguém pode ter cobertura médica de todas lesões corporais, grandes e pequenas, e pagar a mesma quantia pela cobertura, independentemente da lesão; isso não quer dizer, porém, que todas as lesões são de igual gravidade. Como veremos, existe um acúmulo de provas das Escrituras (além da razão e da experiência) que mostram que (1) os pecados diferem em importância diante de Deus e (2) Deus considera a prática homossexual como um pecado particularmente grave.


O porquê da visão igualitária do pecado
 
Por que, então, tantos insistem na ‘visão igualitária do pecado’? Deve haver diversos motivos agindo em conjunto.

Primeiramente, muitos cristãos são ávidos por fazer o que for possível para abrandar as críticas de defensores homossexualistas. Estes últimos, muitos dos quais são muito bons em se sentir ultrajados com qualquer coisa que discorde de sua agenda, ficam indignados quando ouvem a prática homossexual descrita como pecado grave. Em segundo lugar, há quem promova uma visão igualitária do pecado ao menos em parte por preocupações pastorais, de modo a não afastar homossexuais abertos à discussão com uma mensagem que talvez achem difícil de aceitar. O outro lado da história é que talvez busquem um fundamento teológico para criticar qualquer senso de superioridade ou espírito insensível por parte da igreja. Outros creem que a igreja é responsável por criar uma comunidade pelos ‘direitos dos gays’ que se mostra raivosa e ressentida, já que dá passe livre aos cristãos envolvidos em pecados heterossexuais enquanto agride quem se envolve com o comportamento homossexual.

Há um quê de verdade nesta perspectiva. No entanto, a ideia de que, se a igreja tivesse passado com mais amor e mais equilíbrio a mensagem sobre a prática homossexual, não haveria nenhuma expressão de raiva e ressentimento por parte da comunidade dos direitos dos gays é absurda. Jesus era amoroso, e mesmo assim foi crucificado por falar a verdade. O pecado odeia qualquer restrição ao seu poder, e aqueles sob a influência controladora da atração por pessoas do mesmo sexo não escapam disso. Além do mais, expressões de indignação e esforços de intimidação são parte integral da estratégia homossexualista para coagir a sociedade a aprovar a prática homossexual.

Os cristãos deveriam tomar cuidado para, em sua pressa para apaziguar os defensores homossexualistas, não acabar negando as próprias Escrituras, que de fato caracterizam a prática homossexual em termos muitos negativos — evidentemente não como o único pecado, mas ainda assim como grave ofensa. É de se perguntar se os cristãos que denunciam outros cristãos por dizer que a prática homossexual é pecado grave no fundo pensem que o apóstolo Paulo é um extremista por dar atenção especial à prática homossexual em Romanos 1.18-32, dizendo que se trata particularmente de prática autodegradante, vergonhosa e antinatural, que em parte é a ‘recompensa’ àqueles que se envolvem nela.

Embora eu simpatize com a motivação pastoral que procura enfatizar o elemento de pecado universal àqueles abertos à discussão que talvez, de outro modo, teriam seus preconceitos anticristãos ativados, não posso aceitar a descarada falsificação da Bíblia na afirmação de que a igreja, ao enxergar alguns pecados (como a prática homossexual) como piores do que outros, tenha criado uma visão tremendamente danosa que a própria Bíblia não sustenta. Mostrarei adiante que tanto a visão geral de que determinado pecado seja mais abominável para Deus do que outros quanto a visão específica de que a prática homossexual é ofensa sexual particularmente grave aos olhos de Deus (em gravidade, algo entre o incesto consensual entre adultos e a bestialidade) são bem documentadas nas Escrituras. Em parênteses, se levam realmente a sério a visão de que nenhum pecado é pior do que outro, não deveriam se incomodar com a comparação com o incesto consensual (uma vez que, pelo raciocínio deles, incesto não é pior do que nenhum outro pecado).


O que a visão hierárquica de pecados deve e não deve fazer
 
Entende-se que a visão bíblica de que alguns pecados são piores do que os outros não autoriza ninguém a:
1. Negar a própria pecaminosidade sem Deus e a necessidade da expiação de Cristo.

2. Buscar desculpas para seu próprio pecado.

3. Tratar os outros de maneira odiosa ou desejar que não venham ao arrependimento (à maneira da visão inicial de Jonas em relação aos ninivitas).

4. Enxergar qualquer pessoa como imoral ou espiritualmente inferior simplesmente por experimentar impulsos para fazer o que Deus proíbe firmemente.

Em relação aos pontos 1 e 2, Paulo cria tanto que (1) determinado pecado é pior do que outros (idolatria e imoralidade sexual eram grandes preocupações, por exemplo; e, dentro da categoria de imoralidade sexual, tinha particular repulsa à prática homossexual, e então ao incesto (entre adultos), e enfim ao adultério e ao sexo com prostitutas, cf. Rm 1.24-27; 1 Co 5; 6.9,15-17; 1 Ts 4.6); quanto que (2) ‘todos pecaram e carecem da glória de Deus’, e só é possível ser justificado pela graça de Deus por meio da obra redentora de Cristo (Rm 3.23-25). Os dois pontos não estão em oposição e nem mesmo em tensão. O fato de que todo pecado é igual em um certo aspecto — qualquer pecado pode impedir uma pessoa de entrar no reino de Deus, se não receber a Cristo —, não leva à inferência de que todo pecado é igual em todos os aspectos — alguns pecados levam Deus a trazer julgamento sobre seu povo mais do que outros pecados.

No que diz respeito ao terceiro ponto, reconhecer a gravidade específica da prática homossexual não deveria de forma alguma diminuir o amor e cuidado pastorais dispensados àqueles que agem conforme suas atrações por pessoas do mesmo sexo. Pelo contrário: quanto maior a gravidade do pecado, maior a extensão do amor. É esta lição que aprendemos de Jesus em sua aproximação aos cobradores de impostos e pecadores na área sexual. Existe a tendência na igreja, em ambos os lados do espectro teológico, de correlacionar gravidade da ofensa e falta de amor. Assim, o liberal argumenta que, a fim de amar alguém, temos de reduzir a gravidade da ofensa da qual participa o pecador ou eliminar totalmente a ofensa. O conservador às vezes defende a gravidade da ofensa à custa de mostrar amor ao pecador. Jesus (e Paulo) nos ensinou a guardar o amor e uma ética sexual reforçada simultaneamente. Não teve de diminuir a gravidade da ofensa de abusivos cobradores de impostos a fim de amá-los. Antes, por ser sua ofensa tão grave (isto é, colocar os outros em risco de fome ao cobrar taxas acima do que lhes fora designado, tirando proveito disso), dedicou uma proporção maior de seu ministério para alcançá-los. A relação inversa entre a gravidade da ofensa e a extensão do amor (quanto maior a ofensa, menor a extensão do amor; quanto maior a extensão do amor, menor a ofensa) é puro paganismo que devemos excluir da igreja completamente.

No que concerne ao quarto ponto, ninguém tem culpa meramente por experimentar impulsos que não buscou experimentar e não procurou cultivar. Por exemplo, o fato de que alguém experimente atrações por pessoas do mesmo sexo de maneira alguma é motivo de fazê-lo moralmente culpável nem justifica designá-lo como moralmente depravado. Desejos sexuais homoeróticos, assim como quaisquer desejos para fazer o que Deus expressamente proíbe, são desejos pecaminosos (isto é, são desejos para pecar), e é por isso que quem experimenta os desejos não deveria ceder a eles, seja em sua vida de pensamento consciente, seja em seu comportamento. Sentimentos de inveja, cobiça, avareza, orgulho ou excitação sexual por uma união ilícita são todos desejos pecaminosos, mas ninguém é culpável por eles, a não ser que voluntariamente os alimente em sua mente ou os evidencie em seu comportamento.

O que a visão bíblica sobre diferentes gravidades dos pecados autoriza a fazer é o seguinte:

1. Usá-la para avaliar a distância do desvio alheio em relação à graça de Deus e, assim, o nível de intervenção necessário.

2. Negar que concessões sociais ou eclesiásticas a alguns pecados (como divórcio e recasamento após divórcio) justifiquem concessões a pecados maiores (adultério, incesto, prática homossexual, pedofilia, bestialidade). Pode-se logicamente partir apenas das ofensas maiores para as menores, e não das menores para as maiores.

Deus nos deu a todos um senso de certo e errado em nossas consciências. Com razão, temos um senso de que algumas ações são mais malignas do que outras e codificamos este senso em nossas leis, ainda que imperfeitamente. É verdade que mesmo as nossas consciências são afetadas pela influência corruptora do pecado, e em nenhum caso isso é mais evidente do que quando buscamos desculpas para nosso próprio pecado. Contudo, o princípio de que alguns pecados são mais abomináveis do que outros, não apenas em seus efeitos sobre seres humanos, mas também na avaliação divina, foi dado por Deus. Se não tivéssemos este senso em nosso compasso moral, a sociedade seria muitíssimo mais perversa do que já é.


Lógica, experiência e as grandes tradições cristãs
 
Naturalmente, todas as pessoas razoáveis reconhecem que uma mulher contar a seu marido uma ‘mentirinha’ sobre ter gastado 25 dólares, em vez de 50, em um novo relógio, não é tão ruim quanto ele ter praticado adultério contra ela com outras cinco pessoas. Naturalmente, pessoas razoáveis devem admitir que, aos olhos de Deus (e não apenas aos nossos olhos ou aos da vítima), é pior um pai estuprar seu filho do que lhe dar uma bronca um pouco além do necessário por causa de um erro.
Ninguém realmente vive como se cresse que todos os pecados são igualmente graves no plano moral. De fato, muitas vezes são aqueles que argumentam em relação à prática homossexual que todo pecado é igual que ficam particularmente irritados se alguém compara uniões homossexuais com incesto (entre adultos), bestialidade ou pedofilia. E o fazem precisamente porque consideram incesto, bestialidade e pedofilia como realmente malignos e não querem que o comportamento homossexual seja associado com aquelas práticas. Tal reação, contudo, já é concessão ao princípio óbvio de que alguns pecados são piores do que outros. Não passa um dia sequer sem que as pessoas regularmente avaliem algumas ações como erros maiores do que outros. Na minha casa, se minha filha mais nova for para a cama, mas sorrateiramente pegar uma lanterna para ler ou desenhar bem depois da hora de dormir e contra os desejos de seus pais, terá cometido um erro, mas relativamente mais leve se comparado com, digamos, bater no irmão.

A crença de que todos os pecados são iguais para Deus em todos aspectos não apenas é absurdo à lógica e experiência humanas; as grandes tradições cristãs também concordam que determinado pecado é pior do que outros. Isto é reconhecido mesmo na tradição reformada, que enfatiza (corretamente) a depravação humana universal (nota: sou presbítero ordenado da Igreja Presbiteriana dos EUA — PC-USA). Por exemplo, o Catecismo Maior presbiteriano da Confissão de Fé de Westminster (1647) afirma: ‘As transgressões da lei de Deus não são todas igualmente abomináveis, mas alguns pecados por si sós, e em razão de diversos agravantes, são mais abomináveis aos olhos de Deus do que outros’ (7.260, grifo meu; elaboração em 7.261; cf. o Catecismo Menor 7.83).

Esta não é somente uma visão protestante, mas também católica (note a diferença entre pecados veniais e mortais, bem como diferenciações de gravidade dentro da categoria de pecados mortais) e ortodoxa. Convido qualquer um a citar uma formulação confessional de alguma denominação cristã importante que defenda que todo pecado é igualmente ruim na avaliação divina (talvez exista, mas desconheço). Para uma perspectiva evangélica contemporânea, veja o artigo de J. I. Packer para a revista Christianity Today (2005) intitulado ‘All Sins Are Not Equal’ [Os pecados não são todos iguais].3

Ora, devo admitir que citar a visão consensual das principais tradições cristãs não prova que alguns pecados são realmente mais abomináveis para Deus do que outros. Meu objetivo é simplesmente mostrar que a visão sobre o assunto adotada neste artigo se enquadra na corrente histórica da fé cristã. 


O fundamento escriturístico da visão de que alguns pecados são piores do que outros
 
Ainda assim, continuo sendo um ‘homem da Bíblia’; então, atentemos para ela. Provas para a visão de que a Bíblia considera alguns pecados como piores do que outros são praticamente infindáveis, de modo que encerrarei a lista quando chegar numa dúzia de exemplos.
(1) No Antigo Testamento, existe claramente uma classificação de pecados. Por exemplo, em Levítico 20, que reordena as ofensas sexuais do capítulo 18 conforme a severidade da ofensa/pena, com as ofensas sexuais mais graves agrupadas primeiro (20.10-16). Dentro do primeiro nível de ofensas sexuais (ao lado de adultério, as piores formas de incesto, e bestialidade) está a relação sexual com alguém do mesmo sexo. Obviamente, variadas penas para diferentes pecados se encontram por todo o material legal do Antigo Testamento.

(2) Após o episódio do bezerro de ouro, Moisés disse aos israelitas: ‘Cometestes um grande pecado. Agora, porém, subirei ao Senhor; talvez eu possa fazer expiação pelo vosso pecado’ (Êx 32.30). Obviamente, o episódio do bezerro de ouro foi um enorme pecado por parte dos israelitas, algo confirmado pela gravidade do julgamento divino. Deve ter havido muitos tipos de pecados entre os israelitas, desde o momento em que partiram do Egito. Apenas em ocasiões específicas, no entanto, a ira de Deus se acendeu contra as ações dos israelitas — por que motivo, se todos pecados são igualmente abomináveis para Deus?

(3) Números 15.30 refere-se às ofensas praticadas com ‘punhos cerrados’ (deliberadamente e, talvez, em tom de desafio) como se fossem de natureza mais séria do que pecados relativamente involuntários (15.22,24,27,29).

(4) Em Ezequiel 8, o profeta é erguido por um anjo ‘nas visões de Deus’ e levado até Jerusalém, onde vê diferentes graus de idolatria ocorrendo nos arredores do Templo e o anjo declarando duas vezes a frase: ‘Verás abominações ainda maiores que estas’ (isto é, coisas detestáveis para Deus; 8.6,13,15; 8.17), depois de uma sequência de visões.

(5) Jesus referiu-se ao ‘que há de mais importante na Lei’ (Mt 23.23), como justiça, misericórdia e fidelidade — era mais importante obedecer a estas coisas do que ao dízimo de especiarias, mesmo que não se devesse desprezar tais ofertas. Formulações deste tipo implicam que violações do que há de mais importante ou dos principais mandamentos (como não defraudar os pobres de seus recursos tendo em vista ganho pessoal) são mais graves do que violações de mandamentos menores ou ‘mais leves’ (por exemplo, dar o dízimo de pequenos alimentos, como especiarias), que, segundo Jesus, deveriam ser praticados sem deixar de lado as questões mais importantes. Jesus acrescenta a seguinte crítica: ‘Guias cegos! Coais um mosquito e engolis um camelo’ (23.24). Qual é a diferença entre um mosquito e um camelo, se todos os mandamentos e todas as violações são iguais?

(6) Famosa também é a identificação que Jesus fez dos dois mandamentos mais importantes (Mc 12.28-31). Ele também disse: ‘Quem desobedecer a um desses mandamentos [da lei], por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino do céu’ (Mt 5.19). Novamente, apresentar mandamentos maiores e menores significa apresentar violações maiores e menores.

(7) Sugeriria que a especial aproximação de Jesus a quem explorava os outros economicamente (cobradores de impostos) e a quem pecava na área sexual, sempre no esforço de restaurá-los para o reino de Deus que ele proclamava, não era tanto uma reação ao abandono deles pela sociedade quanto uma indicação da especial gravidade desses pecados e o perigo espiritual extremo que tais pessoas encaravam. Nesse sentido, pode-se pensar na história da mulher pecadora que lavou os pés de Jesus com lágrimas, enxugou-os com seus cabelos, beijou-os com seus lábios, e ungiu-os com óleo (Lc 7.36-50). Jesus explicou o ato extraordinário da mulher contando uma parábola de dois devedores: aquele a quem o credor mais perdoa é quem mais o ama. A dedução óbvia é que a mulher pecadora tinha feito algo pior aos olhos de Deus. Embora o anfitrião fariseu de Jesus não tenha gostado que a mulher tenha tido contato com Jesus, este louvou as ações dela: ‘Os pecados dela, que são muitos [ou grandes], lhe são perdoados, pois ela amou muito [ou grandemente]; mas aquele a quem se perdoa pouco, este ama pouco’ (7.47). Muitos cristãos tratam a ideia de ser perdoado de maiores pecados como algo ruim. Jesus subverteu-a. Pense só como cristãos que enfatizam que todos pecados são iguais poderiam empregar o conceito bíblico de alguns pecados serem mais graves do que outros: alguns de nós talvez precisassem de mais perdão, mas posso dizer que isto nos fez entender a graça do Senhor de uma forma melhor e, portanto, amar o Senhor ainda mais.

(8) Outro caso óbvio de priorização de algumas ofensas como piores do que outras é a caracterização de Jesus sobre a ‘blasfêmia contra o Espírito Santo’, ‘pecado eterno’ do qual nunca se terá perdão — no contexto, refere-se aos fariseus terem atribuído os exorcismos de Jesus ao poder demoníaco (Mc 3.28-30).

(9) De acordo com João 19.11, Jesus disse a Pilatos: ‘Nenhuma autoridade terias sobre mim, se do alto não te fosse dada; por isso, aquele que me entregou a ti incorre em pecado maior’. A referência é a Judas (6.71; 13.2,26-30; 18.2-5) ou ao sumo sacerdote Caifás (18.24,28). ‘Pecado maior’ naturalmente implica que a ação de Pilatos é pecado menor.

(10) Paulo fala sobre diferentes níveis de ação em 1Coríntios 3.10-17: é possível construir de qualquer jeito sobre o fundamento de Cristo e sofrer perda, mas ainda assim herdar o reino. No entanto, ‘destruir o templo de Deus’, a comunidade local de cristãos, por questões indiferentes traria sobre a pessoa sua própria destruição efetuada por Deus. Contrasta-se esta destruição com ser ‘salvo ... pelo fogo’ por causa das ofensas menores. Importantes comentaristas de 1Coríntios (por exemplo, Gordon Fee [pentecostal], Richard Hays [metodista], David Garland [batista] e Joseph Fitzmyer [católico]) concordam (1) que se faz distinção entre o grau de gravidade das ações; e (2) que Paulo aborda a salvação individual do cristão. Assim diz Gordon Fee: ‘Que Paulo atenta para uma verdadeira ameaça de punição eterna parece também ser o sentido óbvio do texto’. ‘Quem é responsável por desmantelar a igreja pode esperar julgamento à altura; é difícil fugir do sentido de juízo eterno neste caso, dada a sua proximidade com os vv. 13-15’ (The First Epistle to the Corinthians [NICNT; Grand Rapids: Eerdmans, 1987], pp. 148-149). O mesmo pensa Garland, que de forma sucinta afirma que ‘juízo desolador’ aguarda a quem destrói a comunidade em Corinto: ‘sua salvação está em risco’ (p. 121).

(11) Se todo pecado é igualmente grave para Deus, por que Paulo destacou a ofensa do homem incestuoso em 1Coríntios dentre todos os pecados dos coríntios como motivo para exclusão da comunidade? Por que tamanha expressão de choque e indignação da parte de Paulo? Além disso, se não existisse uma classificação de mandamentos, como Paulo poderia ter rejeitado de imediato um caso de incesto que mostrava consenso entre dois adultos, era monógamo e comprometido? Se os valores da monogamia e compromisso pelo resto da vida fossem de mesmo peso que a exigência de certo nível de alteridade familiar, Paulo poderia não ter tomado uma decisão quanto ao que fazer. Naturalmente, para Paulo, não foi uma questão difícil de decidir. Ele sabia que a proibição de incesto era mais fundamental.

(12) Primeira João 5.16-17 diferencia entre ‘pecado que não é para morte’ (pelo qual a oração pode surtir efeito e salvar a vida do pecador) e ‘pecado para a morte’ (pecado mortal, pelo qual a oração não surtirá efeito).

Estes doze exemplos (será que precisamos mesmo de mais?) já devem deixar claro que a afirmação de que a Bíblia não indica em lugar algum que determinados pecados são piores aos olhos de Deus não tem nenhum mérito.

Cristãos às vezes ficam confusos sobre a questão ao pensar no argumento de Paulo acerca do pecado universal em Romanos 1.18—3.20. Sim, Paulo argumenta que todos seres humanos, judeus e gentios sem nenhuma distinção, estão ‘debaixo do pecado’ e ‘sujeito[s] ao julgamento de Deus’. De fato, sua posição não é simplesmente que ‘todos pecaram e estão destituídos [ou carecem] da glória de Deus’ (3.23), mas também que todos ‘substituíram a verdade de Deus’ e de nós mesmos acessível nas estruturas materiais da criação (1.18-32) ou na revelação direta das Escrituras (2.1—3.20). Paulo argumenta o seguinte: não podemos dizer que pecamos, mas não sabíamos que pecamos. Pecamos e sabíamos (em algum lugar nos recônditos da nossa alma) ou, ao menos, recebemos muitas provas disso. Em resumo, todos são ‘indesculpáveis’ por não glorificar Deus como Deus (1.20-21).

O que Paulo diz é que qualquer pecado pode excluir alguém do reino de Deus, se esse alguém pensa que pode conquistar a salvação por mérito pessoal ou que dispensa a morte reparadora e a ressurreição vivificadora de Jesus. O que Paulo não diz é que todo pecado é igualmente ofensivo a Deus em todos aspectos. O argumento em Romanos 2, por exemplo, não é que os judeus pecam tanto (quantitativamente) ou tão notoriamente quanto (qualitativamente) os gentios de maneira geral. Qualquer judeu, incluindo Paulo, teria rejeitado esta conclusão de imediato. Idolatria (1.19-23) e imoralidade sexual / homossexualidade (1.24-27) não era nem de longe um problema tão grande entre os judeus como o era entre os gentios (evidentemente, ‘os pecados comuns’ de 1.29-31 já eram mais problemáticos). Antes, o argumento é que, embora os judeus pequem menos e de forma menos notória em relação aos gentios de maneira geral, todavia têm mais conhecimento porque têm mais acesso às ‘palavras de Deus’ nas Escrituras (2.17-24; 3.1,4,9-20). Então, tudo fica nivelado, por assim dizer, no que diz respeito à necessidade de receber a obra graciosa de Deus em Cristo (3.21-31).

Paulo, no entanto, não começou a extensa lista de vícios em Romanos 1.18-32 com idolatria e imoralidade sexual (especificamente, prática homossexual) e dedicou tanto espaço para estes dois tipos de pecado (9 versículos, comparados com 4 versículos para todos os outros juntos) só para então demonstrar que todo pecado é igual. Sim, parte do propósito de Paulo ao dar especial atenção aos dois pecados pode ter sido uma armadilha para o seu confiante (e imaginário) interlocutor judeu, apelando aos seus preconceitos antigentílicos. Com certeza, também, podem ter sido exemplos particularmente bons para provar o argumento apresentado em 1.18-20 sobre os humanos suprimirem uma verdade óbvia acerca de Deus e de si mesmos visível nas ‘coisas criadas’ (1.20). Existe, todavia, um terceiro motivo para Paulo dar especial atenção aos dois vícios. Tem a ver com o fato de que Paulo quase sempre começava listas de vícios ou pecadores com idolatria e imoralidade sexual, tanto fazendo a ordem destes dois, em suas palavras dirigidas aos cristãos — não apenas em Romanos 1.18-32. Ele assim o fazia porque considerava idolatria e imoralidade sexual como ofensas particularmente graves (dentro de um conjunto de pecados não incomuns), que não apenas traziam destruição para o povo de Deus, mas também, francamente, ‘irritavam’ a Deus sobremaneira.

Este ponto é reforçado por Paulo com a história das peregrinações de Israel no deserto após deixarem o Egito, história que Paulo discute em 1 Coríntios 10.1-13. O que realmente aborreceu a Deus e precipitou a destruição divina foi a idolatria e imoralidade sexual deles:

Essas coisas aconteceram como exemplo para nós, a fim de que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram. Não vos torneis idólatras, como alguns deles ... Nem pratiquemos imoralidade, como alguns deles fizeram, e caíram num só dia vinte e três mil. (1 Co 10.6-8, grifo meu)
O fundamento escriturístico da visão de que a prática homossexual é pecado sexual particularmente grave
 
Pois bem, se os autores bíblicos e Jesus tratam alguns pecados como piores aos olhos de Deus do que outros pecados, será que consideram a prática homossexual como um dos pecados sexuais mais graves? Muitos cristãos que consideram a prática homossexual pecado diriam ‘não’ (obviamente, ‘liberais’ que não veem a prática homossexual como pecaminosa descartariam a questão prontamente.) A seguir vão sete bons argumentos para mostrar por que creio que a resposta à questão é ‘sim’.

(1) Tanto a descrição fortemente desfavorável e a atenção que Paulo dá extensamente à prática homossexual em Romanos 1.24-27 indicam que Paulo considerava a prática homossexual como uma infração particularmente séria da vontade de Deus. Em complemento à idolatria no vetor vertical das relações divino-humanas, Paulo escolheu a ofensa da prática homossexual como seu exemplo principal no vetor horizontal das relações humanas a fim de ilustrar a perversidade humana ao substituir a verdade óbvia de Deus para nossas vidas percebida na criação ou natureza. Faz pouco sentido argumentar que Paulo dedicou mais espaço em Romanos 1.24-27 para falar sobre como a prática homossexual é ‘desonrosa’ ou ‘degradante’, ‘contrária à natureza’, uma ‘indecência’ ou ‘comportamento obsceno/vergonhoso’, e uma ‘recompensa’ adequada ao seu desvio de Deus só com o intuito de mostrar que a prática homossexual não é pior do que nenhum outro pecado. Paulo claramente gastou mais tempo discutindo a idolatria e a prática homossexual porque eram exemplos clássicos e não incomuns da grande depravação humana que somente poderiam ocorrer depois que os seres humanos fechassem os olhos para a verdade ao seu redor. No caso da prática homossexual, os seres humanos teriam de suprimir a evidente complementaridade sexual de homem e mulher (anatomicamente, fisiologicamente, psicologicamente) antes de se envolver em relação sexual com pessoas do mesmo sexo.

(2) O apelo que Jesus fez a Gênesis 1.27 (‘homem e mulher os criou’) e 2.24 (‘o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e eles serão uma só carne’), em suas observações sobre divórcio e recasamento em Marcos 10.6-9 e Mateus 19.4-6, mostra como era importante para Jesus o pré-requisito de homem e mulher para o casamento. Jesus argumentou que a dualidade dos sexos ordenada por Deus na criação era o fundamento para limitar a dois o número de pessoas em união sexual, seja simultaneamente (em contraste com a poligamia) ou sequencialmente (contra o divórcio reiterado e recasamento). Se Jesus considerava homem e mulher como pré-requisito fundamental para extrair outros princípios de ética sexual (isto é, monogamia conjugal e indissolubilidade), não seria uma violação direta do fundamento (prática homossexual) mais grave do que uma violação de princípios construídos a partir daquele fundamento (poligamia, adultério, recasamento após divórcio)?

O argumento segundo o qual Jesus deve ter considerado divórcio e recasamento após divórcio como questões mais sérias (isto é, porque ele explicitamente os critica) perde de vista que Jesus não teve que argumentar contra a prática homossexual no judaísmo do século I, pois a própria ideia de se envolver neste comportamento era impensável para judeus (não há exemplos de judeus em defesa do comportamento, muito menos de judeus envolvidos nele, nos séculos em torno da vida de Jesus). Jesus estava determinado a fechar as brechas remanescentes na ética sexual judaica (outra era o adultério no coração), e não recapitular proibições mais severas já aceitas universalmente pelos judeus. Por exemplo, o fato de que Jesus não disse nada sobre o incesto é indicação de que ele aceitou as fortes restrições da lei levítica. Não é indicação de que considerava o recasamento após divórcio como ofensa igualmente ou mais séria.

(3) Além da exclusão do sexo entre humanos e animais, a exigência de homem e mulher para as relações sexuais é a única mantida absolutamente para o povo de Deus desde a criação até Cristo. A primeira diferenciação humana na criação é a diferenciação entre homem e mulher. Em Gênesis 2.21-24, a criação da mulher é retratada como a extração de uma ‘costela’ ou (melhor) ‘lado’ do ser humano, de modo que homem e mulher são partes de um todo integrado e único. A mulher é retratada como a ‘contrapartida’ ou ‘complemento’ (heb. negdo). O pré-requisito de homem e mulher é, portanto, fundamentado no primeiro ato da criação. Compare a situação com proibições ao incesto: a maioria delas não pôde ser implementada até que a família humana se espalhasse e se tornasse numerosa. Além disso, enquanto se vê uma concessão limitada da poliginia no Antigo Testamento (múltiplas mulheres para homens, mas nunca poliandria, múltiplos esposos para mulheres), subsequentemente revogada por Jesus, e certa concessão limitada nos primórdios de Israel daquilo que posteriormente seria denominado incesto na lei levítica (por exemplo, o casamento de Abraão com sua meia-irmã Sara; o casamento de Jacó com duas irmãs enquanto ambas estavam vivas), não existe absolutamente nenhuma concessão à prática homossexual na história de Israel. Praticamente todas as leis, narrativas, poesias, provérbios, exortações morais e metáforas que lidam com questões sexuais no Antigo Testamento pressupõem o pré-requisito de homem e mulher. As únicas exceções são períodos de apostasia no Israel antigo (por exemplo, a existência de prostitutas cultuais homossexuais, que os narradores bíblicos também classificam como abominação).

Por que não há exceções inegáveis? O motivo é óbvio: o pré-requisito de homem e mulher pertence ao fundamento inviolável, sumamente sagrado a Deus. Poliginia é violação do princípio de monogamia, extrapolando apenas de forma secundária o pré-requisito de homem e mulher. Incesto é violação da exigência de alteridade corpórea, extrapolando apenas de forma secundária a analogia fundamental da alteridade sexual estabelecida na criação. Consequentemente, a prática homossexual é pior do que incesto e poliamor porque (1) é ataque direto ao paradigma sexual instituído no próprio início da criação, ao passo que proibições de incesto e poliamor foram elaboradas apenas de forma secundária, a partir do paradigma homem-mulher; e (2) a prática homossexual, diferentemente de incesto e poliamor, nunca é concretizada por personagens positivos na narrativa do Antigo Testamento nem sancionada pela lei israelita.

(4) Levítico 20 elenca a prática homossexual no primeiro nível de ofensas sexuais (adultério, as piores formas de incesto, e bestialidade, 20.10-16) que são piores do que o segundo nível de ofensas sexuais (20.17-21). Em Levítico 18, embora no resumo conclusivo (Lv 18.26-27,29-30) todas as ofensas sexuais de Levítico 18 sejam rotuladas conjuntamente como ‘abominações’, atos ‘repugnantes’ (to’evoth), apenas a relação sexual entre homens em 18.22 (e 20.13) é especificamente rotulada com o singular to’evah. Fora do Código de Santidade de Levítico 17—24, o termo normalmente é usado para diversas ofensas morais graves (não apenas atos de impureza ritual), incluindo ocasionalmente a prática homossexual (Dt 23.18; 1 Rs 14.24; Ez 16.50; 18.12; provavelmente também Ez 33.26).

(5) Uma trilogia de histórias sobre depravação extrema — o pecado de Cam contra seu pai Noé (Gn 9.20-27), a tentativa de agressão sexual dos visitantes de sexo masculino pelos homens de Sodoma (19.4-11) e a tentativa de agressão sexual do levita que passava por Gibeá (Jz 19.22-25) — apresenta a tentativa ou concretização de um ato de relação sexual entre homens como elemento integral da depravação.

(6) A natureza grave da prática homossexual se confirma amplamente em textos judaicos do período do Segundo Templo e posteriores (para citações, especialmente de Fílon e Josefo, ver meu livro The Bible and Homosexual Practice, pp. 159-183). Os judeus no período greco-romano consideravam a relação sexual entre homens como o exemplo primeiro, ou ao menos como um dos principais exemplos, da impiedade gentílica (por exemplo, Oráculos sibilinos 3; Carta de Aristeas 152). Apenas a bestialidade parece ser classificada como ofensa sexual maior, ao menos dentre os atos ‘consensuais’. Existe certa discordância no judaísmo antigo, discutindo-se se sexo com a própria mãe é pior, comparável ou mais grave. A ausência do registro de um caso específico de relação entre pessoas do mesmo sexo no judaísmo antigo do século V a.C. até cerca de 300 d.C. também testifica a gravidade da ofensa. A propósito da possibilidade de judeus envolver-se nesta prática repugnante, o texto rabínico da Toseftá comenta pura e simplesmente: ‘Israel está acima de qualquer suspeita’ (Quidusim 5.10).

(7) A posição histórica da igreja ao longo dos séculos é que a Bíblia entende a prática homossexual como ofensa sexual extrema. Por exemplo, entre os pais da igreja, Cipriano (200-258) chamou-a de ‘algo indigno até de ver’. João Cristóstomo (344-407) referiu-se a ela como ‘insanidade monstruosa’, ‘prova clara do grau último de corrupção’ e ‘cobiça por algo monstruoso’. Teodoreto de Ciro (393-457) chamou-a de ‘impiedade extrema’. João Calvino, nem um pouco negligente quando se tratava de enfatizar a depravação universal, mesmo assim taxou a prática homossexual de ‘o temível crime da cobiça antinatural’, pior do que ‘desejos bestiais, uma vez que [reverte] toda a ordem da natureza’, além de ‘corrupção viciosa’, ‘feitos monstruosos’ e ‘esse ato abominável’.

 Considerações finais
 
A Bíblia é clara e coerente nestes quatro pontos:

1) Algumas ordens divinas são mais severas, maiores e mais fundamentais do que outras.

2) Algumas violações, portanto, são maiores do que outras.

3) Violações de ordens maiores são forte indicação de uma alma enferma e de uma vida que nunca foi guiada pelo Espírito ou, então, que agora se desvia da condução do Espírito.

4) Apenas quem é guiado pelo Espírito e anda na luz participa da obra redentora da cruz. Como diz 1 João 1.7: ‘se andarmos na luz, assim como ele está na luz, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado’. O texto não diz: se você creu em Jesus em algum momento de sua vida, o sangue de Cristo o purificará de todo pecado, independentemente de como você se comporte. Diz, porém: ‘se estivermos andando na luz ... o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado’. Não existe nenhuma transferência de pecado para Cristo sem que haja também transferência do ego; nenhuma vida sem morte; nenhum salvação da própria vida sem perdê-la.
Se deparasse com um irmão em Cristo sendo um pouco descontrolado em relação a dinheiro ou questões materiais; começando a ter limites muito lassos em interações com pessoas que lhe possam ser sexualmente interessantes ou começando a ter mais lutas com o desejo sexual em sua mente; ou reclamando demais, provavelmente não concluiria que houvesse algo gravemente errado na vida espiritual daquele irmão. Mas, se descobrisse que aquele mesma pessoa, que se dizia irmão na fé, tinha se tornado ladrão de banco ou estava usando o esquema de pirâmide para faturar em cima da economia alheia; que estava envolvido em caso de adultério ou estava dormindo com sua própria mãe ou tendo relações sexuais com pessoas do mesmo sexo, ficaria um pouco mais preocupado sobre o relacionamento daquela pessoa com Cristo. Por quê? Quanto maiores os pecados, maior a indicação de que a pessoa não vive uma vida guiada pelo Espírito, algo que necessária e naturalmente flui da fé genuína. Será que existe algum cristão que não pensa (corretamente) desta forma?

1Publicado em 7 de janeiro de 2015. Original disponível em http://www.robgagnon.net/articles/is_homosexual_practice_no_worse.htm. Traduzido por Djair Dias Filho.
2Este artigo é uma versão levemente modificada das páginas 15-25 de um artigo que escrevi em 30 de junho de 2012, intitulado ‘Time for a Change of Leadership at Exodus?’ [Tempo para uma mudança de liderança no ministério Exodus?]. O artigo questionava se Alan Chambers deveria continuar como presidente de Exodus International, um ministério para aqueles que tinham atração por pessoas do mesmo sexo e buscavam ajuda para viver em obediência sexual a Jesus Cristo. Como aquele artigo lidou com uma questão que agora está resolvida (Chambers enfim destruiu Exodus; outro grupo, Restored Hope Network [Rede da Esperança Restaurada], apareceu em seu lugar), esta seção que aborda uma questão atemporal poderia cair no esquecimento.
3Disponível em http://www.christianitytoday.com/ct/2005/january/19.65.html

FONTE:
http://www.teologiabrasileira.com.br/teologiadet.asp?codigo=448