segunda-feira, 18 de abril de 2011

O exercicio do perdão nas relações familiares

 
"...Então Pedro, aproximando-se, perguntou: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe respondeu: Não te digo que até sete, mas até setenta vezes sete." Mateus 18:22

É relativamente fácil falar sobre o perdão. No entanto o difícil está em praticá-lo. Falsos conceitos sobre o perdão confunde-o com sentimento.  O perdão não é um sentimento momentâneo de emoção, mas uma decisão da vontade. O perdoar deve ser um ato contínuo da vontade, sobre os sentimentos que embrutecem a  alma.

RESSENTIMENTO E AMARGURA TRAZEM FERIDAS NA ALMA

Um dos grandes males do século, são as doenças psicossomáticas, que afetam a alma das pessoas. Os medicamentos de tarja preta, vendidos nas drogarias, mediante um atestado médico, são os campeões de venda nas farmácias e drogarias. Os psiquiatras, psicólogos e profissionais nesta área da medicina confirmam que o número de pessoas que se encontram estressadas e deprimidas, nesse final de século, aumenta cada dia mais.

O que está acontecendo com a raça humana? Um dos fatores que contribuem para essa situação crítica, é a própria vida moderna, que exige cada vez mais do homem. A competição de mercado, o conhecimento que se multiplica, exigindo um aperfeiçoamento constante em todas as áreas da vida humana. Há toda uma expectativa febril em torno dessas coisas. A competição descomedida, apresenta uma sensação que as pessoas não vão acompanhar o ritmo que a vida moderna exige. A tecnologia duplica a cada década, e esse processo se acelera ano a  ano. O fenômeno da globalização traz a reboque uma mudança comportamental que traz implicações profundas  nas relações pessoais e interpessoal. Um outro aspecto é o mundo decaído em que vivemos, onde os verdadeiros valores estão sendo dilacerados pela chamada 'nova moralidade' o que nada mais é do que a velha imoralidade com roupagem nova.

A ausência dos verdadeiros valores cria um vácuo no coração humano destruindo a resistência emocional. O desemprego, as injustiças, contribuem para o estress familiar. Os feridos de alma estão nos barracos do morro e até nos palácios das grandes metrópoles.

Apesar da confusão, existe uma esperança. Jesus é o Bálsamo de Gileade, e a cura para o coração ferido. Àqueles que se encontram com a alma mutilada, que sofreram safanões da existência, ele é o ungüento curador. O profeta Jeremias profetizou a respeito dele:

"...Estou quebrantado pela ferida da filha do meu povo, o espanto se apoderou de mim, porventura não há bálsamo em Gileade? Porque pois não aconteceu a cura da filha do meu povo..." (Jeremias 8:22)

AS FERIDAS DA ALMA

Feridas da alma são agressões que se recebe durante o percurso da existência. Outras nos acompanham desde a mais tenra idade. Um exemplo são as crianças rejeitadas pela mãe ainda no ventre. Por causa de gravidez não planejada, muitas crianças são rejeitadas ainda no ventre, percebendo através das expressões, toda a repulsa da mãe, através de palavras, como: "Essa gravides está vindo fora de hora", e "Veio para estragar tudo".

A Bíblia nos ensina que João Batista, no ventre de Isabel, se regozijou quando esta abraçou Maria. Eufórica Isabel teria dito a Maria: "... Bem aventurada és tu entre as mulheres, a criança que está em meu ventre saltitou de alegria quando eu te abracei." ( Lucas 1:44)

Isso prova biblicamente, que a criança, mesmo ainda no ventre, sente as impressões externas, assimilando todos sentimentos de alegria, ou de rejeição. Esses sentimentos negativos geralmente se transformam em feridas, como:

- Feridas das circunstâncias

Decepções, frustrações, culpas, invejas, complexos, etc.

- Feridas produzidas pelo diabo

Mágoas, ressentimentos, raiz de amargura, ódio, vingança. suicídio ou homicídio.

- Feridas por  traumas

Enfermidades congênitas, agressões físicas, etc.

O ser humano por natureza absorve milhões de efeitos negativos que produzem em sua mente, reações em forma de sentimentos, caracterizando assim a sua própria personalidade futura. Esses sentimentos podem ser expressos como impedimentos e cadeias que lhe tirarão a liberdade.

A personalidade de capacidade perde o seu brilho natural vindo daí os complexos, medos, fobias, sentimento de timidez, além de desajustes emocionais, prepotência, sofrimento imaginário, desconfiança, insegurança, etc.

- Opressões

São forças malignas que oprimem a vida humana (demônios), porque encontram base legal para agir. As atitudes pecaminosas do passado, quando não confessadas e abandonadas continuam a afligir. Exemplos: impurezas, desonestidade, engano, mentira, concupiscência ( desejo ardente ), vícios, malícia, procrastinação (hábito de sempre adiar responsabilidades) e sentimento de vingança.

- Lembranças negativas

1)      Rejeição dos pais, parentes e amigos, professores, namorado(a), etc.

2)      Problemas no momento do parto.

3)      A mãe que rejeitou o filho, não querendo amamentá-lo.

4)      Pais agressivos e indiferentes.

5)      Pais que anularam a capacidade de iniciativa dos filhos.

6)      Pais que abandonaram os filhos.

DEFINIÇÃO DO PERDÃO

"Quantas vezes tenho que perdoar meu irmão, mestre? Até sete? Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete, mas setenta vezes sete."(Mateus 18:22)

Jesus trata o perdão como um exercício que deve ser praticado diariamente, uma aeróbia espiritual. Para Jesus, perdão é um estilo de vida, que deve ser levado a sério. O perdão portanto, no conceito de Jesus, não é um sentimento, mas uma decisão de vontade. O perdão desarticula a violência doméstica.

DEFINIÇÃO DO PERDÃO

Perdão não é um sentimento, é uma decisão de vontade. Perdoar é ser capaz de compreender a natureza humana, tratando devidamente o ofensor e a ofensa.

QUEM PERDOA ESQUECE?

Perdoar não consiste de esquecer, mas de renunciar o direito de cobrança em favorecimento de seu irmão.

Quem perdoa não esquece, mas ao exercitar o perdão, o Espírito Santo sara as lembranças dolorosas, curando as feridas da alma. O perdão praticado, "setenta vezes sete" é a vida condicionada à unção do Espírito Santo.

PERDÃO NÃO É FINGIR

Não se pode ignorar o fato de que algo aconteceu. O que aconteceu. De fato, sua falta em enfrentar o problema e procurar reconciliação pode encorajar outras pessoas a continuar a repetir a mesma atitude.



PERDOAR NÃO É VOLTAR AO PASSADO

É fácil trazer as ofensas do passado. Há pessoas que guardam lista negra de ofensas recebidas para em hora propícia e em determinada situação, recorrerem a esse baú da infelicidade retirarem tudo para fora em forma de duplicatas amareladas pelo tempo, e com o dedo em riste fazer cobrança, realimentando a força destrutiva dos ressentimentos.

A FORÇA DESTRUTIVA DOS RESSENTIMENTOS

1)      Não há nada que eu faça, pode mudar o que aconteceu.

2)      Torna difícil a convivência com as lembranças da vida passada.

3)      Responsabiliza por atos do passado que refletem no  relacionamento atual.

4)      Destroem a energia emocional que as pessoas precisam para as exigências da vida.

5)      Demonstra a falta de entendimento sobre o Perdão de Deus

6)      Alimenta os pecados passados e induz a prosseguir sem  arrependimento.



O PERDÃO É UM EXERCÍCIO  QUE DEVE SER PRATICADO
1.     Valorizando o sacrifício da vida do filho de Deus.

2.     Renunciando o orgulho próprio.

3.     Renunciando todos os pretensos direitos legais.

4.     Saindo da defensiva.

5.     Renunciando pensamentos de vingança.

6.     Renunciando direitos de receber dívidas

O PERDÃO NÃO  CONDICIONA MUDANÇAS

1)      Dá voto de confiança. Quem pede perdão demonstra desejo de mudança

2)      Aceita o pedido e incentiva a sua prática. Quase sempre o nosso  critério de julgamento impede que o infrator prove a sua sinceridade.

3)      Não lança em rosto. O homem se coloca no papel de juiz quando lembra a dívida.

CONCLUSÃO

O perdão é imperativo na bíblia. O Senhor Jesus  ensina que o homem só será perdoado, quando exercitar o perdão para o  próximo"... Perdoa nossas dívidas assim como nós perdoamos aos nossos devedores" (Mateus  6:12).

Pedro  Almeida
http://www.minacq.com.br/site/casais/o-exercicio-do-perdao-nas-relacoes-familiares.html

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