Exposição sobre Efésios 5.25-33
Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela,
Para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra,
Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.
Assim devem os maridos amar as suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo.
Porque nunca ninguém odiou a sua própria carne; antes a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja;
Porque somos membros do seu corpo, da sua carne, e dos seus ossos.
Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe, e se unirá a sua mulher; e serão dois numa carne.
Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja.
Assim também vós, cada um em particular, ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie o marido.
Para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra,
Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.
Assim devem os maridos amar as suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo.
Porque nunca ninguém odiou a sua própria carne; antes a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja;
Porque somos membros do seu corpo, da sua carne, e dos seus ossos.
Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe, e se unirá a sua mulher; e serão dois numa carne.
Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja.
Assim também vós, cada um em particular, ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie o marido.
Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela,
Para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra,
Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.
Assim devem os maridos amar as suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo.
Porque nunca ninguém odiou a sua própria carne; antes a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja;
Porque somos membros do seu corpo, da sua carne, e dos seus ossos.
Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe, e se unirá a sua mulher; e serão dois numa carne.
Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja.
Assim também vós, cada um em particular, ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie o marido.
Efésios 5:25-33
Para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra,
Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.
Assim devem os maridos amar as suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo.
Porque nunca ninguém odiou a sua própria carne; antes a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja;
Porque somos membros do seu corpo, da sua carne, e dos seus ossos.
Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe, e se unirá a sua mulher; e serão dois numa carne.
Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja.
Assim também vós, cada um em particular, ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie o marido.
Efésios 5:25-33
Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela,
Para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra,
Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.
Assim devem os maridos amar as suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo.
Porque nunca ninguém odiou a sua própria carne; antes a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja;
Porque somos membros do seu corpo, da sua carne, e dos seus ossos.
Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe, e se unirá a sua mulher; e serão dois numa carne.
Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja.
Assim também vós, cada um em particular, ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie o marido.
Efésios 5:25-33
Para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra,
Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.
Assim devem os maridos amar as suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo.
Porque nunca ninguém odiou a sua própria carne; antes a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja;
Porque somos membros do seu corpo, da sua carne, e dos seus ossos.
Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe, e se unirá a sua mulher; e serão dois numa carne.
Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja.
Assim também vós, cada um em particular, ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie o marido.
Efésios 5:25-33
Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela,
Para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra,
Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.
Assim devem os maridos amar as suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo.
Porque nunca ninguém odiou a sua própria carne; antes a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja;
Porque somos membros do seu corpo, da sua carne, e dos seus ossos.
Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe, e se unirá a sua mulher; e serão dois numa carne.
Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja.
Assim também vós, cada um em particular, ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie o marido.
Efésios 5:25-
Para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra,
Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.
Assim devem os maridos amar as suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo.
Porque nunca ninguém odiou a sua própria carne; antes a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja;
Porque somos membros do seu corpo, da sua carne, e dos seus ossos.
Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe, e se unirá a sua mulher; e serão dois numa carne.
Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja.
Assim também vós, cada um em particular, ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie o marido.
Efésios 5:25-
Nas considerações feitas sobre esta exposição, vimos que há dois temas
principais. Um é o tema sobre o relacionamento entre o Senhor Jesus
Cristo e a Igreja, e o outro é sobre o relacionamento entre o marido e a
esposa. O ensino do apóstolo é que só poderemos compreender
verdadeiramente a relação de marido e mulher quando compreendermos a
grandiosa doutrina de Cristo e a Igreja. Por isso estivemos considerando
primeiro a doutrina de Cristo e a Igreja, e, tendo feito isso, agora
estamos em condições de começar a aplicação disso, particularmente ao
marido, embora, como veem, o apóstolo tenha o cuidado de, no fim
(versículo 33), considerá-la também segundo o aspecto e o ponto de vista
da esposa. A aplicação da doutrina é introduzida pelas expressões
“assim” e “como”. “Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também” – e depois, no fim, “Assim também vós, cada um em particular, ame a sua própria mulher como
a si mesmo”. Noutras palavras, ele está desenvolvendo a comparação que
nos desvendara, da relação de Cristo com a Igreja em termos da relação
do marido com a esposa.
Como chegamos, pois, à aplicação,
parece-me que a melhor maneira de tratá-la é dividi-la em duas partes. A
primeira é a porção na qual são ensinados certos princípios
concernentes aos maridos e suas mulheres. Depois, tendo firmado os
princípios gerais, podemos marchar para a segunda, que consiste da
aplicação prática detalhada dos princípios à situação concreta.
Os princípios gerais, como os vejo, são
os seguintes: primeiro, devemos dar-nos conta, quanto ao casamento, como
na verdade com tudo mais na vida cristã, de que o segredo do sucesso
está em pensar e entender. Isso certamente está evidente na superfície
da passagem. Nada acontece automaticamente na vida cristã. Esse é um
princípio deveras profundo, pois acredito que, na maioria, os nossos
problemas surgem do fato de que tendemos a pressupor que eles acontecem
automaticamente. Insistimos em agarrar-nos a uma ideia semi-mágica da
regeneração que ensina que, em vista do que aconteceu conosco, o
restante da estória é simplesmente este: “E viveram felizes para
sempre”. É claro, no entanto, que sabemos que isso não é verdade. Há
problemas na vida cristã; e uma vez que tanta gente não entende que isso
não é uma coisa que se dá automaticamente, metem-se em problemas e
dificuldades. Obviamente, o antídoto contra isso é pensar, é ter
compreensão, é raciocinar exaustivamente sobre a questão. O mundo não
faz isso. Em última análise, o problema que há com o mundo, segundo o
ensino da Bíblia, é que ele não pensa. Se as pessoas tão somente
pensassem, muitos dos seus problemas seriam resolvidos.
Tomem o problema da guerra, por exemplo.
A guerra é uma coisa inerentemente ridícula; é insana. Então, por que
guerreiam? A resposta é: porque não pensam. Agem instintivamente,
deixam-se governar por instintos primitivos, como a cobiça, a avareza, a
ira etc., e atacam antes de pensar. Se tão somente parassem para
pensar, não haveria mais guerra. A falácia do humanista é, por certo,
que ele crê que tudo quanto resta fazer é dizer aos homens que pensem.
Mas, desde que são pecadores, não pensarão. Estas forças elementais são
tão mais fortes que as forças racionais, que “o homem em pecado” é
sempre irracional.
Havendo-nos tornado cristãos,
continuamos precisando observar este mesmo princípio. Mesmo o cristão
não pensa automaticamente; ele precisa ser ensinado a pensar – daí estas
epístolas do Novo Testamento. Por que foram escritas? Se o homem, ao
tornar-se cristão, pensa automaticamente a coisa certa, por que o
apóstolo escreveu estas epístolas? Ou, se você pode receber a sua
santificação como um ato, como uma bênção, por que estas epístolas foram
escritas? Aí estão elas, repletas de arrazoados, de argumentos, de
demonstrações, de analogias e comparações. Por que? Para ensinar-nos a
pensar, para ensinar-nos a resolver as coisas e a obter entendimento.
Pensar é essencial, como o demonstra o
apóstolo, em conexão com todo este assunto sobre o casamento. O mundo vê
o casamento da seguinte maneira: principia mais ou menos tomando certas
coisas importantes como líquidas e certas. Apoia-se no que denomina
“amor”, apoia-se nos sentimentos. Duas pessoas dizem que “se
apaixonaram” mutuamente, e, à vista disso, casam-se. Não se detêm para
pensar e questionar, exceto excepcionalmente. São motivadas, animadas e
levadas pela sensação de que tudo está fadado a ir bem, que com certeza a
sua felicidade será duradoura e nunca poderá falhar. Tudo isso é
fomentado pela literatura popular, pelos filmes exibidos nos cinemas e
pela televisão em casa. Mas depois você lê os jornais e suas
reportagens, e vê que falha. Por que? Eis a resposta: porque nunca
pensaram bastante na questão; e, portanto, seu casamento não pode
resistir às provas, pressões e tensões que inevitavelmente sobrevêm na
vida do dia a dia, com a sua rotina enfadonha, o seu cansaço físico e
muitas outras coisas que causam dificuldades. E desde que essas pessoas
nunca pensaram no assunto suficientemente, não têm nada a que recorrer.
Agiram baseados num sentimento, num impulso; agiram emocionalmente. A
mente quase não entrou nisso, dando como resultado que quando se veem
confrontadas por dificuldades, não têm argumentos a que recorrer. Não
sabem o que fazer; parece-lhes que tudo se foi; e assim, entram em
pânico e imediatamente iniciam um processo de divórcio; e muitos repetem
esse modo de proceder várias vezes. A causa do problema está na
ausência de compreensão, na falta de aplicação do pensamento.
Quando se considera a posição cristã,
vê-se que a principal diferença é esta: o cristão é exortado a pensar e a
compreender, e recebe uma base sobre a qual poderá fazê-lo. Esse é o
sentido e o propósito deste ensino que nos é dado; assim, ficaremos sem
desculpa se o negligenciarmos. O mundo não tem esse ensino, mas nós não
nos achamos mais nessa situação. Portanto, a primeira coisa que este
parágrafo nos lembra é que precisamos pensar. Até se nos diz como
fazê-lo, e isso é posto diante de nós com pormenores. Esse é o primeiro
princípio.
O segundo princípio é que, como
cristãos, a nossa concepção do casamento deve ser positiva. O perigo
está em pensarmos que o casamento entre cristãos é essencialmente
idêntico ao de todos os demais, sendo a única diferença que, num caso,
os nubentes são cristãos, e no outro caso não. Pois bem, se continua
sendo esse o nosso conceito do casamento, então nosso estudo deste
importante parágrafo foi inteiramente em vão. O casamento cristão, o
conceito cristão do casamento é essencialmente diferente de todos os
outros conceitos. Seguramente é isto que vai emergindo à medida que
abrimos caminho através deste parágrafo.
Obtemos aqui um conceito do casamento
que só é possível dentro da fé cristã; chega ele à elevada posição
ocupada pela relação que há entre o Senhor Jesus Cristo e a Igreja.
Assim, a atitude do cristão para com o casamento é sempre positiva, e
ele há de estar sempre se esforçando em busca deste ideal. O conceito
cristão não deve ser negativo no sentido de que, visto que certos novos
fatores vieram a fazer parte dele, este casamento deve durar, ao passo
que o casamento não cristão provavelmente não durará. Isso é puramente
negativo. Não deve ser que meramente evitamos certas coisas próprias dos
outros; temos que ter esta concepção ideal, positiva do casamento. É
uma coisa em que devemos pensar sempre em termos da relação que há entre
o Senhor Jesus Cristo e a Igreja. Devemos aprender a provar-nos a nós
mesmos constantemente com as seguintes perguntas: a minha vida
matrimonial corresponde de fato àquela relação? Manifesta a referida
relação? Está sendo governada por ela? Noutras palavras, na posição
cristã não paramos de pensar nessas coisas depois de alguns meses de
casados. Continuamos pensando, e pensamos cada vez mais, e quanto mais
cristãos nos tornamos e mais crescemos na graça, tanto mais pensamos no
casamento, e mais interessados ficamos em que o casamento se amolde ao
padrão celestial, a este glorioso ideal da relação entre o Senhor Jesus
Cristo e a Igreja. Isso é algo difícil de expressar com palavras. O que
estou tentando comunicar é que a grande diferença entre o casamento de
cristãos e o de não cristãos há de ser que, no caso dos cristãos, o
casamento se torna progressivamente mais maravilhoso, mais glorioso, à
medida que se vai amoldando ao ideal e o vai alcançando cada vez mais.
Certamente todos nós vemos a significação disso quando o aplicamos
àquilo que é tão comum acontecer com o casamento, não somente entre os
não cristãos, e sim também, lastimavelmente, entre os cristãos! A
concepção cristã do casamento é uma concepção que continua a crescer, a
desenvolver-se e a ampliar-se.
Meu terceiro e último princípio geral
decorre da exposição toda – isto é, em última análise a verdadeira causa
do fracasso no casamento é sempre o ego e suas diversas manifestações.
Naturalmente, essa é a causa de problemas em toda parte e em todas as
esferas. O ego e o egoísmo são as maiores forças destruidores do mundo.
Todos os grandes problemas que o mundo defronta, quer vejamos a matéria
do ponto de vista das nações e dos estadistas, quer do ponto de vista
das condições industriais e sociais, quer de qualquer outro ponto de
vista – todos estes problemas por fim retornam ao ego, a “meus
direitos”, a “o que eu quero”, e a “quem é ele?” ou “quem é ela?”. O
ego, com as suas horrendas manifestações, sempre leva a algum problema
porque, se dois “egos” entram em oposição, estarão fadados a um
conflito. O ego sempre quer tudo para si. Isso é certo quanto ao meu
ego, mas é igualmente certo quanto ao seu ego. De imediato haverá dois
poderes autônomos, cada qual oriundo do ego, e o conflito será
inevitável. Tais conflitos ocorrem em todos os níveis, desde um casal
até grandes comunidades, impérios e nações.
O ensino do apóstolo nos versículos em
estudo visa mostrar-nos como evitar as calamidades resultantes do ego.
Por isso caprichei para salientar o versículo 21 antes de começar a
considerar a questão do casamento. Ele é a chave do parágrafo inteiro –
“Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus”. Esse é o princípio
básico, e deve ser próprio de todos os membros da Igreja cristã. Casados
ou não, todos devemos sujeitar-nos uns aos outros no temor de Deus.
Depois o apóstolo prossegue e aplica o princípio ao caso particular do
homem e da mulher, do marido e sua esposa, e ele o faz com tanta
simplicidade e clareza que certamente ninguém poderá enganar-se. Que é
essencial sobre o casamento? Diz ele que é esta unidade – esta dupla,
estes dois passaram a ser uma só carne. Daí, temos que parar de pensar
neles como dois; tornaram-se um. Portanto, toda e qualquer tendência de
afirmar o ego, logo entra em conflito com a concepção fundamental do
casamento. No casamento, diz o apóstolo, deveria ser inimaginável o
surgimento de tal conflito, porquanto pensar neste dois como dois é
negar o princípio básico do casamento, segundo o qual eles são um. “E
serão dois numa carne.” A esposa é “o corpo” do marido, como a Igreja é o
corpo de Cristo – e assim por diante. Assim, temos aqui, acima de tudo
mais, a denúncia final do ego e todas as suas horríveis manifestações; e
o texto nos mostra a única maneira pela qual podemos ficar
definitivamente livres dele.
Esses são os três principais princípios
que, no casamento, estão subjacentes à aplicação prática da doutrina da
relação existente entre o Senhor Jesus Cristo e a Igreja. Ora, o marido
deve ser governado por estes princípios. Como isto funciona na prática?
Primeiramente, o marido deve compreender que a sua esposa é uma parte
dele. Ele não se aperceberá disto instintivamente; terá que ser
ensinado; e a Bíblia o ensina em todas as suas partes. Noutras palavras,
o marido deve entender que ele e sua mulher não são dois: são um. O
apóstolo fica repetindo isso: “Assim devem os maridos amar a suas
próprias mulheres, como a seus próprios corpos.” “Quem ama a sua mulher,
ama-se a si mesmo”; “e serão dois numa carne.” “Porque somos membros do
seu corpo, da sua carne e dos seus ossos.” Isso tudo é certo quanto à
nossa relação com o Senhor, e também é certo quanto a esta outra
relação.
Desejo, pois, expressá-lo deste modo –
que não nos será suficiente considerar nossas esposas como companheiras.
São companheiras, mas são mais que isso. Dois homens podem ser
companheiros de negócio, porém a analogia não é essa. A analogia supera
isso. Não é uma questão de companheirismo, embora inclua essa ideia. Há
outra frase frequentemente usada – pelo menos era comum – que coloca
isso muitíssimo melhor e que me parece ser uma afirmação inconsciente do
ensino cristão. É a expressão empregada por homens ao se referirem a
suas esposa dizendo, “minha melhor metade”. Ora, isso está exatamente
correto. Ela não é uma companheira, é a outra metade do homem. “E serão
dois numa carne”. “Minha melhor metade.” A própria palavra “metade”
exprime toda a argumentação que o apóstolo elabora aqui. Não estamos
lidando com duas unidades, duas entidades, e sim das duas metades de um
ser – “E serão dois numa carne”. Portanto, à luz disso, o marido não
deve pensar mais no sentido singular e individual. Isso tem de ser
completamente impossível no casamento, diz o apóstolo, porque, “Quem ama
a sua mulher, ama-se a si mesmo”. Em certo sentido ele não está amando
uma outra pessoa; está amando a si mesmo. Essa é a diferença que o
casamento faz.
Ao nível prático, portanto, o pensamento
do marido deve incluir sua esposa também. Nunca deverá ele pensar em si
isolada ou separadamente. No momento em que fizer isso romperá o
princípio mais fundamental do casamento. Toda gente vê isso quando
sucede no nível físico, porém o dano real é feito antes disso, nos
níveis intelectual e espiritual. Num sentido, no momento em que um homem
pensa em si isoladamente, já rompeu o casamento. Ele não tem direito de
fazer isso! Há um sentido em que ele não pode fazê-lo, porque a esposa é
uma parte dele. Contudo, se isso acontecer, certamente ele infligirá
grave dano à sua esposa; e será um dano em que ele mesmo estará
envolvido, porque ela é parte dele. Portanto, ele estará agindo contra
si próprio – oxalá percebesse isso! Por conseguinte, o seu pensamento
nunca deverá ser pessoal no sentido de ser individualista. Ele é somente
a metade, e o que ele faz envolve necessariamente a outra metade. A
mesma coisa aplica-se aos seus desejos. Jamais deverá ter ele algum
desejo só para si. Ele não é mais um só ser isolado, não é mais um ser
livre, nesse sentido; sua esposa está envolvida em todos os seus
desejos. Compete-lhe, pois, ver que esteja sempre plenamente desperto
para estas considerações. Noutras palavras, ele nunca deverá pensar em
sua esposa como um acréscimo. Menos ainda – lamento ter que usar esta
expressão – como um obstáculo; mas há muitos que fazem isso.
Resumindo, isto constitui um grande
mandamento aos homens casados, que nunca sejam egoístas. Tampouco a
mulher deve ser egoísta, é claro. Tudo se aplica ao outro lado, mas aqui
estamos tratando particularmente dos maridos. Já vimos que a mulher
deve sujeitar-se. Ao fazê-lo, ela age com base no mesmo princípio; agora
este é o lado do marido, nesta questão. Portanto, ele sempre deve
lembrar-se deliberadamente daquilo que vale para ele no estado
matrimonial e que deve governar e dominar todo o seu pensar, todo o seu
querer, todo o seu desejar, na verdade a totalidade da sua vida e das
suas atividades.
Podemos, no entanto, ir adiante e
expressar isto mais vigorosamente. O versículo 28 termina com as
palavras: “Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo”; mas nos lembramos
de que o apóstolo, ao descrever a relação entre o Senhor e a Igreja,
utilizou a analogia do corpo. “Assim”, diz ele mais, no mesmo versículo,
“Assim devem os maridos amar a suas próprias mulheres, como a seus
próprios corpos”. Depois ele o desenvolve no versículo 29: “Porque nunca
ninguém aborreceu a sua própria carne; antes a alimenta e sustenta,
como também o Senhor à igreja”. Aí, então, está o ensino – que não
somente devemos estar cientes de que o marido e a esposa são um, mas
também o marido deve levar em conta que a esposa é de fato uma parte
dele, segundo a analogia do corpo. A atitude de um homem para com a sua
esposa, diz o apóstolo, deve ser, por assim dizer, a sua atitude para
com o seu corpo. Essa é a analogia – e é mais que analogia. Já
consideramos o assunto como é ensinada no fim do capítulo 2 de Gênesis. A
mulher foi tirada originariamente do homem. Temos ali a prova do fato
de que ela é uma parte do homem, e isso descreve a característica da
unidade. Ao homem se diz, pois, isto: “Assim devem os maridos amar a
suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos”. Pois bem, a
pequenina palavra “como” é muito importante e vital, porque facilmente
poderemos entendê-la mal. Paulo não diz: “Assim devem os maridos amar a
suas próprias mulheres da mesma maneira como amam a seus próprios
corpos”. O sentido não é esse. O sentido é: “Assim devem os maridos amar
a suas próprias mulheres porque elas são os seus próprios corpos”. O
homem ama sua mulher como seu corpo – é isso que o apóstolo está
dizendo. Não é “como” ele ama seu corpo assim deve amar sua esposa. Não!
O homem deve amar sua esposa como (sendo) seu corpo, como uma parte
dele. Assim como Eva era uma parte de Adão, tirada do seu lado, assim é a
esposa para o homem, porque é parte dele.
Estou
dando ênfase a isto pelo motivo que o apóstolo expõe claramente, a
saber, para mostrar que existe este elemento de indissolubilidade quanto
ao casamento, indissolubilidade que, conforme entendo o ensino bíblico,
só pode ser desfeita pelo adultério. Todavia, o que nos interessa dizer
agora é que o apóstolo faz esta colocação a fim de que o marido veja
que não pode desligar-se da sua esposa. Você não pode desligar-se do seu
corpo; assim, você não pode desligar-se da sua esposa. Ela faz parte de
você, diz o apóstolo; portanto, lembre-se disso sempre. Você não pode
viver isolado, não pode viver separado. Se compreender isso, não correrá
o risco de pensar em separação, não correrá o risco de anelar, querer,
desejar a separação. Menos ainda poderá haver algum antagonismo ou ódio.
Observem como ele se expressa: “Nunca ninguém”, diz ele para
ridicularizar a coisa, “nunca ninguém aborreceu a sua própria carne;
antes a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja”. Assim, todo
e qualquer elemento de ódio entre marido e mulher é pura loucura;
mostra que o homem ignora totalmente o que significa o casamento. “Nunca
ninguém aborreceu a sua própria carne” – mas a sua esposa é a sua
própria carne, e o seu corpo; portanto, ele deve amar sua esposa como
seu próprio corpo.
Fonte: D. M. Lloyd Jones, Vida no Espírito: no casamento, no lar e no trabalho. Exposição de Efésios 5:18 a 6:9. Editora PES. Págs. 165-175.
Via: http://www.monergismo.com/lloyd-jones/os-deveres-do-esposo-parte-1/
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